Capítulo 22

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Havia um casal e uma garota, aparentemente era a filha deles. Eles estavam brincando de esconde-esconde, era a minha brincadeira favorita... Eu brinquei disso pela última vez no dia que o meu pai morreu.

Olhei ao redor, haviam casais conversando, crianças brincando e gritando enquanto corriam.

-Olha só... – Jimin começou a falar interrompendo nossos longos minutos de silêncio absoluto – Você gosta de ver a felicidade alheia...

-Eu gosto de ver as árvores... As pessoas estragam o ambiente – eu disse e ele assentiu.

-Está olhando muito para as crianças... Gosta de crianças? – ele questionou.

-Eu não gosto de nada a não ser dinheiro e luxo – eu falei e ele riu.

-Você é uma mentirosa! – ele afirmou e eu arqueei a sobrancelha – Você gosta de mim, gosta de macarrão ao molho branco, gosta de matar, gosta do Yoongi – ele disse e eu olhei imediatamente para ele – Desculpa...

- ... – eu fiquei alguns segundos em silêncio e olhei para frente – Eu costumava vir em parques quando era criança... Hoje em dia, parques são lugares horríveis.

-Então por que estamos aqui? – ele perguntou confuso.

-Combina comigo... – eu disse e ele me olhou.

-Por que você é uma pessoa horrível? – ele questionou.

-Horrível e tóxica... – eu fiz uma pausa – Não podemos esquecer dessa minha outra qualidade.

[...]

-Talvez você seja uma boa mãe... – Jimin falou do nada, enquanto andávamos de volta pra casa.

-Eu não vou ser mãe... Isso não é para mim – eu disse com desdém.

-Você pode engravidar sem querer – ele especulou.

-Não seria novidade para mim... – eu olhei para trás, observando ao redor.

-O que você quer dizer? – ele perguntou curioso.

-Eu engravidei do Yoongi aos quinze anos, e fiz um aborto... Me envolvi numa briga nesse período, e me mudei de orfanato – eu falei rápido.

-Você fez um aborto? – ele disse ainda surpreso.

-Esperava o que? Uma adolescente com o psicológico fudido, mãe aos quinze anos, virando uma prostituta pra sustentar meu filho e deixar meu filho presenciar meu assassinato por um cliente, e ter que obriga-lo a se esconder embaixo de uma mesa? – eu falei um pouco alterada – Não, obrigada.

-Eu nunca ia... – ele começou a dizer.

-Estamos sendo seguidos – eu disse rápido.

-O que? – ele olhou para trás e eu quase matei com o olhar.

-Seja discreto! – eu reclamei – Apenas um homem... Vamos dar bobeira e deixar que ele chegue até nós.

-Por que faríamos isso? – ele me olhou.

-Não seja medroso! – eu olhei para ele – Eu te protejo, meu não-namorado! – eu sorri sínica.

Continua...

Parceiros De Crime (Imagine Jimin)Onde histórias criam vida. Descubra agora