Depois de transformar meu travesseiro num rio de lágrimas, descidi sair daquela casa e vir para a minha. É uma casa na árvore que tenho desde pequeno, é grande e ele é um dos lugares que sempre venho quando quero ficar um pouco só, só um pouco mesmo, até os homens de terno preto me encontrarem. Sei que choro por tudo mas não gosto que me joguem isso na cara, e detesto ser chamado de mimado ou riquinho, não gosto que me vejam assim.
Lutei para conseguir subir aqui, sem meus óculos mal enxerguei as escadas que rodeiam a árvore até chegar na casa, tive que ir quase me arrastando. Agora estou pensando em quando eu for descer, não irei conseguir e cairei com certeza, uma queda que dependendo da pancada poderá ser fatal ou me deixar sem os movimentos de algum membro. Agora entendo o porquê que nunca me deixavam subir aqui sozinho.
Só espero que Louis já tenha conseguido oque queria e ido embora. Louis...só de pensar nele meus olhos se enchem de lágrimas, droga, detesto ser tão. ..tão. ..chorão. ..Não sei se isso é um problema ou se tem algum nome para isso que tenho, mas sou muito fraco, tipo, não posso entrar numa briga porque sei que sairei perdendo e chorando. Não sei oque eu tenho, mas realmente choro por tudo. Ok Harry, se acalma ago...alguém está subindo, posso ouvir e sentir os passos. É Louis, oque não é novidade, ele está olhando a casa enquanto eu tento olha-lo de onde eu estou, sentado e abraçando os joelhos no canto da parede de madeira.
- Wow, quando eu era criança sempre quis uma casa na árvore - ele diz admirado - não precisava ser assim, bastava apenas ser na árvore - ele chega mais perto e puxa uma cadeira para sentar-se, tem uma pequena mesa e quatro cadeiras ao redor no meio da casa, é tudo do quê preciso aqui - Oi Harry - ele sorrir simples ao me olhar. Não sei oque ele tem, duas caras talvez? - me desculpe pelo que houve lá dentro, hoje e ontem também.
- Não acha que é tarde para pedir desculpas? - murmuro tentando enxergar sua expressão.
- Nunca é tarde demais para pedir desculpas.
- Pra mim tanto faz - baixo a cabeça, a deitando nos joelhos.
- Trouxe seus óculos, sei que não enxerga bem sem eles, seu pai me disse.
- Meu pai?- levantei a cabeça para olha-lo - sério? .
- Sim, também me disse sobre suas tarefas diárias e alimentos regulados.
- Também te disse qual é a senha do tal laboratório dele?- perguntei com sarcasmo. Ele suspira.
- Olha cacheado, eu realmente não quero ser seu inimigo, mas você não está ajudando.- Talvez seja porque o cara que quer ser meu amigo também queira invadir o lugar particular de meu pai, que nem mesmo pra mim ele contou que existia por 16 anos - malditas lágrimas.
- Ele ainda não te contou nada? Sobre o laboratório, a pesquisa, sua mãe. ..?.
- Só sobre o laboratório e um pouco sobre a pesquisa, mas não me disse nada que eu já não sabia.
- E sobre sua mãe? .
- Disse que contaria quando voltasse.
- E você acreditou?.
Tá aí uma pergunta que me divide. Será que eu deveria acreditar em meu pai? Será que ele está falando a verdade ou foi só para eu parar por hora de fazer aquela pergunta? Não sei se acredito ou não, realmente não sei. E se ele me contar mentiras quando chegar? Como saberei que ele estará falando a verdade.
Ainda não consigo responder a pergunta que Louis me fez, apenas balanço a cabeça espantando esses pensamentos. Louis se aproxima, senta-se ao meu lado e me entrega meus óculos. ..quebrados. Não dará para usá-los.
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Sweet Creature. L.S
Science FictionFilho de um dos maiores cientistas do mundo, Harry tem sua vida virada de cabeça para baixo quando ao invadir o laboratório particular de seu pai, por acidente um sério experimento não testado acaba entrando em contato com seu corpo. Agora, oque par...