Everything About My Mother

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Estou deitado e encolhida em minha cama enquanto escuto atentamente Louis falar sobre minha mãe, ele está sentado no chão à minha frente, e tenho quase certeza de que ele me olha. Não era isso oque eu esperava, eu acreditava que minha mãe estava viva. Não, ela não morreu, isso porque ela nem ao menos existiu. Isso mesmo, nunca tive mãe, nunca fui gerado como um bebê normal, nem eu e nem nenhum dos outros garotos que esteve comigo noite passada. Para ser mais específico, digamos que fomos gerados como pintinhos em uma chocadeira. Meu pai e seus amigos tiveram a idéia de nos criarem assim, porque não éramos para ser...digamos que o defeito que temos aos olhos deles foi o fato de termos nascidos como pessoas de verdade, não éramos para termos sentimentos, éramos para ser cobaias de seus experimentos. Luck foi o primeiro a fazer sua cobaia, criando assim, Louis. Um ano depois Zack decidiu que também queria uma cobaia para si e criou Zayn. Depois Leon criou Liam,Noah criou Niall e por último, meu pai me criou, por isso somos tão parecidos com eles, só temos o DNA deles. A medida em que fomos crescendo, eles perceberam que não poderiam fazer-nos de cobaias, pois eles querendo ou não, tinham criados pessoas com sentimentos e poder de vontade, então acharam melhor cuidarem de nós. Eles não tentaram fazer outras cobaias novamente, esqueceram essa idéia maluca.

Agora. ..como eu deveria me sentir? Sinceramente? É errado querer que meu pai e seus amigos se deem mal em todas as suas pesquisas? Porque é o que desejo nesse momento. Só de pensar nisso sinto nojo de ter sido criado, de todas as formas, por Harold Styles. Preferia não ter nascido. É horrível saber que você só veio ao mundo para ser usado, mesmo isso não acontecendo, mas foi para isso que você veio, e isso dói, só de pensar dói bastante.

- Como você sabe disso?- perguntei baixinho.

Lágrimas rolam por meu rosto. Elam apenas descem livremente enquanto minha cabeça está a mil.

- Pesquisas e mais pesquisas, perguntas e mais perguntas, bastante investigação e...deu nisso!.

Não sei oque devo fazer nesse momento. Não quero chorar, mas deixo as lágrimas descerem. Só queria que isso fosse um sonho, ou melhor, um pesadelo que só basta eu acordar para todos os meus fantasmas irem embora. Mas não é, a realidade está bem viva e frente a frente comigo.

- Obrigado por me contar - sussurrei, estou sem forças para transmitir som.

- Seria melhor você não saber disso.

- Errado, agora sei do que Harold e os outros são capazes.

- E é oque tentei falar para você, por isso não quero parar com minhas investigações, por isso preciso entrar no laboratório.

- Eu entendo - passo a não nos olhos para enxugar as lágrimas - mas acho que não é algo que você precise se preocupar.

- Pois me preocupo.

Ficamos um tempo em silêncio. Tento pensar em como eles se sentem de terem a obrigação de cuidar se seus projetos defeituosos. Também penso em como seria se eu tivesse nascido como as outras crianças e tido uma mãe. Acho que ela iria gostar do jardim daqui.

- Louis?.

- Sim?.

- Eles não tinham a obrigação de cuidar da gente, poderiam ter nos colocado num orfanato ou dado para alguém. Mas em vez disso, resolveram criar como seus filhos. ..eles decidiram serem pais sem ao menos terem uma esposa...mas por quê? .

- Isso não posso responder.

Não sei oque estou sentindo agora. Não sei se isso é raiva, tristeza, rancor, mágoa, ódio, nojo de meu pai. Só de pensar que eu poderia está sendo usado por ele todos esses anos e mais a frente, me sinto um lixo descartável.

- Hey Curly - Louis estende seu braço para me tocar, mas recua - não fica assim.

Puxei meu cobertor para cobrir meu rosto enquanto choro em silêncio.

- Acho que os outros meninos merecem saber - minha voz sai trêmula.

- Certeza disso? Não sabemos como eles poderão reagir. Não seria melhor deixar assim?.

- Acho que...acho que eu deveria ter ficado com minha imaginação.

- Melhor fazermos alguma coisa para você se distrair, não quero te ver chorando e muito menos me sentir culpado por isso. O que você gosta de fazer aqui?.

- Nada, pois não posso fazer nada.

- Então. ..Há algum lugar que você gosta de ir? Que não seja fora.

Enxuguei minhas lágrimas enquanto pensava. Sim, há lugares onde gosto de ficar além da casa da árvore. Tem o jardim bem na frente de casa e outro atrás onde vivem diversas borboletas de todas as cores e tamanhos.

- Gosta de borboletas? Amo admirá-la.

- Ótimo, vamos vê-las.

                 ☆   ☆   ☆

Estamos dentro de uma estufa cheia de plantas e flores, com milhares de borboletas, como eu já disse : de todas as cores e tamanhos. Isso me acalma, sempre que venho aqui penso no fundo ser uma delas. Louis está impressionado, fica olhando admirado para todos os lados e não para de soltar vários "Wows" a medida em que vamos andando pelo "Jardim das borboletas". Elas não se intimidam com nossa presença, voam perto demais de nós e até encostam. Minha borboleta favorita é uma azul linda, ela sempre pousa em mim, e se eu não estiver enganado, ela está vindo em minha direção...sim, é uma borboleta azul. Estendo minha mão e ela sobrevoa perto até finalmente pousar nela. É magnífico o fato de te-la em minha mão, literalmente.

- Wow, ela pousou em sua mão - Louis fala admirado - como você faz isso?.

- Não sei, elas apenas vêem. Nunca as fiz mau, então, por que elas teriam medo de mim?.

- Ahh, e qual é a sua favorita?.

- Essa aqui - dei um pequeno impulso para que ela voasse, e sai batendo suas belas asas enquanto Louis e eu a seguimos com os olhos até ela se afastar - e a sua?.

- Bom...Também gosto da azuis, mas, você já prestou atenção nas verdes?São realmente maravilhosas, assim como as violetas, mas a verde me hipnotiza.

- É esse o poder que a azul tem sobre mim - sorri - mas...assim, se você pudesse ser um animal por um dia, qual você seria?.

- Por que a pergunta? .

- Não sei, só curiosidade - dei de ombros.

- Acho que...um tigre.

- Por que?.

- Ele é forte, ágil. ..e você? .

- Um pássaro, sempre quis voar.

- Legal.

Voltamos a admirar as borboletas em silêncio. Percebi que gosto de sua presença, me sinto confortável com ele. Posso dizer sem hesitação que nunca tinha achado a companhia de alguém mais agradável na vida.

- Louis?.

- Sim?.

- Somos amigos? .

- Não sei, somos?.

- Não sei, nunca tive amigos, não sei como encontrar um.

- Você não procura amigos, você simplesmente faz, tipo. ..Você demonstra confiança, amizade e se você também receber, significam que são amigos...Não sei explicar isso em palavras.

- Você confiou em mim para contar sobre nossos pais, é tipo isso?.

- Pode ser.

Eu deveria ser amigo de Louis? Será que ele queria ser meu amigo? .

- Louis?.

- Sim?.

- Ainda quer entrar no laboratório de Harold? .

Sweet Creature. L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora