Capítulo 6

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Após uma demorada reunião com o ganancioso diretor da Thelven Research, Yoruichi e Byakuya finalmente chegavam ao moderno edifício comercial sede da companhia aérea Skylinx Airlines para uma audiência de venda de ações com a diretoria da companhia.

Com posturas muito austeras, eles se dirigiram ao elevador e logo estavam no vigésimo andar. Depois de caminharem por um corredor, eles se depararam com uma jovem secretária, de traços acentuadamente orientais, porém de cabelos aloirados e olhos de um azul claríssimo. E ela os encarava em grande aflição, visto que estava ao telefone e a poltrona a seu lado - que devia pertencer à segunda secretária -, estava vazia.

Impaciente, Yoruichi moveu o pulso na intenção de ver as horas, preocupada com o atraso, e então constatou que esquecera o relógio em algum lugar. Bufando, ela puxou o braço de Byakuya para olhar o relógio dele.

Diante daquela cena de aparente intimidade, a jovem secretária chegou a uma conclusão desastrosamente equivocada, e depois de conseguir finalmente encerrar a ligação, mas antes que pudesse se dirigir aos recém-chegados, foi obrigada a atender novamente o telefone, uma vez que a chamada vinha do ramal da presidência.

– Pois não, Namikawa-sama? - disse ela e depois de ouvir alguma instrução, retrucou: – Sim, senhor, farei isso. Ah! E farei entrar agora mesmo o casal Kuchiki, que acabou de chegar para a reunião.

– Casal? - repetiram em uníssono o homem e a mulher à sua frente e também o executivo do outro lado da linha.

Ciente de que só podia ter cometido uma gafe, a jovem corou até as raízes dos cabelos.

– Só um instante, Namikawa-sama! - ela disse e não percebeu quando desligou o telefone na cara do presidente da companhia. – Não são casados? - ela perguntou aos dois à sua frente.

Byakuya e Yoruichi negaram com a cabeça, ele num movimento lento e ela com grande veemência.

– Mas o senhor é o senhor Kuchiki? - arriscou a jovem com o coração aos saltos no peito.

– Sou sim, mas o seu banco de dados deve estar bastante desatualizado, uma vez que minha esposa faleceu há quinze anos.

A cor fugiu do rosto da secretária. Seu primeiro dia de trabalho ali estava sendo um belo caos.

– Minhas imprestáveis desculpas, meus honoráveis senhores! - ela exclamou em um japonês arcaico e curvando-se tanto que desapareceu atrás do balcão.

– Ei! Também não precisa ficar assim, guria - disse Yoruichi. – Você deve ser nova aqui. Não é?

A moça assentiu com um nervoso balançar de cabeça.

Bem menos solidário a inexperiência da jovem, Byakuya se aproximou do balcão e depois de ler o sobrenome dela em seu crachá, ele disse:

– Senhorita Yamada, poderia, por favor, anunciar ao senhor Namikawa Takeshi a chegada de Kuchiki Byakuya e Shihouin Yoruichi.

– Claro, senhor Kuchiki. Só um instante... - ela escreveu os nomes em um papel para não cometer mais erros. – Kuchiki Byakuya e Shihouin... Ah, meu Deus! Como eu pude não reconhecê-la, senhorita Shihouin! Por favor, me perdoe! - implorou e voltou a se curvar exageradamente.

Yoruichi rolou os olhos.

– Sem problemas, okay? Apenas faça o favor de nos deixar entrar que já estamos bem atrasados.

Quase em prantos, a jovem assentiu e apenas naquele momento a outra secretária que deveria estar ali apareceu e logo tratou de dar fim à embaraçosa situação. Pouco depois, Byakuya e Yoruichi foram conduzidos a uma grandiosa sala de reunião, onde ocuparam os dois únicos acentos vazios ao redor de uma larga mesa oval.

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