Capítulo 10

89 28 3
                                    

Contemplando a exuberante vista da cidade de Tóquio do alto da janela de um hotel, Genryuusai apenas escutava a discussão de seus dois subordinados acerca da fuga daquele a quem vinham perseguindo há vários dias. Foi então que ele sentiu o celular vibrar no bolso de seu casaco. Buscou o dispositivo, examinou a mensagem que acabara de chegar e após alguns instantes de reflexão, ele se pronunciou:

– Tenente Kira?

– Sim, capitão-comandante? - retrucou o rapaz loiro.

– Leia novamente os destinos dos voos daquele horário.

– Sim senhor. Londres, Dubai, Mônaco, Madrid...

– Madrid! - interrompeu o veterano e, depois de se virar na direção dos subordinados, disse: – É pra lá que o miserável foi.

– Por que diz isso, capitão-comandante? - questionou o rapaz de traços orientais.

– Porque Aizen é um declarado apreciador da cultura espanhola. Tenente Kira, providencie nossas passagens para Madrid.

– Agora mesmo, capitão-comandante!

– Hã? - abismou-se o outro subordinado. – Mas nós vamos para a Espanha só por causa disso?

O veterano franziu o cenho e o policial loiro arregalou os olhos em assombro e logo exclamou:

– Hisagi-san! Mais respeito! Onde já se viu questionar uma ordem de um oficial superior desse jeito?

O advertido encarou seu colega com um olhar ressentido, porém não quis abandonar seu ponto de vista, então dirigiu o olhar ao veterano e disse:

– Me desculpe se for impertinência minha, capitão-comandante, mas eu acho que nós irmos até a Espanha com base apenas nisso que o senhor comentou sobre o Aizen me parece um pouco insensato.

Genryuusai fitou o policial de cabelos escuros com uma expressão séria por alguns instantes antes de retrucar:

– Se minha resolução estivesse fundamentada apenas no gosto dele pela Espanha eu teria que lhe dar razão, tenente Hisagi. Acontece que agora mesmo recebi a informação de que a quadrilha dos Arrankar está refugiada em uma cidadezinha espanhola chamada Las Noches, a menos de cem quilômetros de Madrid.

– Os Arrankar? - repetiu o rapaz.

Antes que o veterano dissesse qualquer coisa em resposta, o subordinado loiro se adiantou:

– Hisagi-san, já é praticamente certo que Aizen e o líder dessa quadrilha estão trabalhando juntos.

– Disso eu sei, Kira! - o outro revidou mal humorado.

O loiro rolou os olhos.

– Mais alguma objeção, tenente Hisagi? - questionou o veterano.

– Não senhor... - retrucou abatido e em seguida abaixou a cabeça.

– Então eu estou indo comprar nossas passagens! - anunciou o loiro e se encaminhou à porta do quarto.

Genryuusai olhou na direção do oficial cabisbaixo.

– Gostei do seu jeito franco, rapaz. Continue assim.

Bastante sem jeito, Hisagi assentiu.

– Vá, ajude o tenente Kira com as passagens.

– Sim senhor!

Assim que ficou sozinho, Genryuusai voltou a contemplar a vista. Sousuke Aizen lhe escapara por muito pouco, despachando um táxi sem passageiro do aeroporto. O tempo que ele gastou para interceptar o veículo foi mais do que suficiente para que o fugitivo desaparecesse e evidentemente usando o mesmo voo que reservara.

Vítimas do DeverOnde histórias criam vida. Descubra agora