Capítulo 12

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A operação para o translado das câmaras do Porto de Tóquio para o esconderijo de Urahara estava em andamento. Tudo havia sido meticulosamente planejado e as ações transcorriam perfeitamente bem. O transporte seguiria em duas etapas: um caminhão, com quatro das câmaras, seguiria primeiro e outro, com as outras quatro, seria despachado cerca de meia hora depois. Mas não era isso que perturbava Byakuya naquele momento.

Yoruichi acabara de lhe perguntar se ele seguiria com ela até o esconderijo do cientista e ele não sabia o que responder. Não queria ver Kisuke Urahara, mas também não queria que ela fosse sozinha até o local.

– A primeira das festividades dos nossos clãs começa dentro de três horas - começou ele. – Nossos sósias foram orientados para nos substituir caso não cheguemos a tempo, mas eu acho que, ao menos nesse primeiro evento, seria importante que nós mesmos estivéssemos lá.

– E estaremos - Yoruichi garantiu. – Não vou demorar tanto tempo assim para ir e voltar.

– O que lhe dá tanta certeza? Essa equipe que está cuidando do transporte é a melhor que o dinheiro pode pagar. E seria muito prudente que eu e você estivéssemos longe nessa etapa.

– Não é que eu esteja duvidando da competência dessas pessoas, Byakuya, mas depois de todo o sufoco que passamos para trazê-los até aqui eu não posso simplesmente deixá-los a cargo de um serviço de entregas, por melhor que seja. Preciso saber se eles estão realmente vivos, entende?

O policial suspirou contrariado.

– Tudo bem... Faça como achar melhor. Eu ficarei esperando por você neste hotel - ele entregou uma folha com um endereço para ela. – Não é o mesmo hotel no qual acontecerá o evento, mas é bem próximo. Te espero lá até às 16h.

– Combinado!

Byakuya sentiu uma fisgada no peito ao vê-la se afastando, mas em nada isso ficou visível em seu semblante inexpressivo. Antes de partir, Yoruichi ainda veio lhe dar um beijo no rosto e assegurou novamente que voltaria a tempo. Tudo que ele pôde fazer foi torcer para que ela estivesse dizendo a verdade.

ooOOOoo

A satisfação que invadiu Kisuke Urahara quando o enorme caminhão estacionou em frente ao casarão fora a maior de sua vida. E ao ver Yoruichi saltando da cabine do veículo sua emoção tornou-se ainda maior.

– Você conseguiu! - ele exclamou assim que ela se aproximou.

– Consegui! Mas não foi nada fácil!

Ele a encarou fixamente, sorrindo encantado. Ela estava tentadoramente linda: mais bronzeada, usando uma blusinha clara de alças finas, uma mini-saia jeans, sandálias e os cabelos presos por uma fita branca. Tendo-a diante de si, depois de tantos dias aguardando por sua chegada, fez Kisuke perder a compostura e ele simplesmente passou os braços ao redor do corpo dela e a abraçou.

Pega de surpresa, Yoruichi ficou estática e encarou o amigo com visível assombro.

– Kisuke... O outro caminhão chega daqui a pouco... Precisamos acomodar a carga desse o mais rápido possível.

Kisuke se desvencilhou dela na mesma hora, muito vermelho, sem acreditar no que acabara de fazer.

– Ah, sim! Me desculpe...

Ela sorriu a ele, sem graça, e felizmente para os dois, Tessai chegou ali naquele momento.

– Seja muito bem vinda, Yoruichi-dono! É bom vê-la a salvo!

– Também é bom ver você, Tessai... Sugiram alguns imprevistos, por isso o atraso.

– Ah, você comentou nas mensagens sobre uma tempestade... - interpôs Kisuke.

Vítimas do DeverOnde histórias criam vida. Descubra agora