Cidade de Las Noches, Espanha, quatro semanas atrás.
O capitão Shunsui Kyouraku encarava fixamente o adversário a sua frente, e mesmo quando o celular vibrou mais uma vez no bolso de sua jaqueta, ele não atendeu a chamada, mantendo toda sua atenção no confronto.
O oponente do policial era um homem de porte esbelto e não muito alto, de olhos claros e cabelos castanhos, na altura dos ombros. Embora ele não tenha se apresentado, Shunsui sabia que o nome dele era Stark.
Repentinamente, o bandido quebrou o prolongado silêncio, ao dizer:
– Cansei disso... Policial, será que você poderia fazer o favor de me matar?
– Are, are... Mas para onde foi todo aquele seu espírito de luta?
– Pra começo de conversa, eu nunca quis estar aqui. Eu vinha obedecendo as ordens de Aizen porque era o único jeito de saber algo sobre a minha filha. Mas no momento que você atirou com suas duas armas, e eu consegui me esquivar dos dois disparos, eu entendi que Lilinet está morta.
– O que uma coisa tem a ver com a outra?
– Sei que não faz sentido pra você, mas o que me fez conseguir isso só pode ter sido o meu próprio DNA presente no sangue dela. Por isso a última dose que me injetaram da droga não me causou nada dos efeitos colaterais que costuma causar. Nada de náuseas, nenhuma dor... Aizen me deixou ainda mais forte sacrificando minha Lilinet. Então antes que eu encontre o cadáver dela arruinado por aí, prefiro ir para o inferno, pelo menos assim posso guardar a lembrança de seu rostinho de anjo.
Após um instante de ponderação, Shunsui rebateu:
– Escute, se Aizen tem mantido reféns, nós vamos libertá-los. E se você está se rendendo, largue a arma. Prometo que irei apenas te prender.
– A cadeia sairia barato para um assassino como eu. Meu objetivo era achar Lilinet, mas, apesar disso, eu deixei um rastro de corpos atrás de mim. Pessoas aleatórias, que não tinham nada a ver com os meus problemas. Enquanto eu acreditava que Lilinet estava viva, era fácil não pensar nesses fantasmas, mas agora que entendi que ela se foi... No fim, não passo de um assassino que é covarde demais para tirar a própria vida. Não era esse o tipo de pai que eu queria ter sido.
A frieza quase inumana na voz daquele homem deixou Shunsui revoltado, ainda que sua fisionomia permanecesse serena, então ele retrucou:
– Não sei, mas penso que se passar o resto da vida trancafiado em uma cela, remoendo tudo isso, você terá uma punição melhor do que uma passagem sem escalas para o inferno.
Stark suspirou fundo.
– Ah, com certeza, por isso te pedi o favor de acabar comigo. Mas é querer demais, não é?
Foi a vez de Shunsui suspirar pesadamente.
– Não é meu estilo atirar em alguém parado como um alvo, mas vamos dizer que estou benevolente hoje.
Stark assentiu e depois ficou cabisbaixo, mas, ao invés de atirar, o policial fez outra pergunta.
– Antes, quero que me responda uma coisa: Por que vocês têm essas tatuagens? Esse Número 1 na sua mão, o que significa?
Com um ar surpreso, o bandido ergueu a cabeça, e respondeu:
– Esse é o meu ranking entre os dez Espadas. Em condições normais, eu, Stark dos Lobos, sou o mais forte. Mas, se acontecer de a missão complicar muito, outro cara fica com o meu posto.
– Outro cara? Então vocês são onze?
– Não. Ele é um dos dez, só que ele pode mudar de nível e quando isso acontece, ele me supera. Mas, enfim, não preciso explicar. Se o que ouvi é verdade, vocês estão levando a melhor, então é certeza que esse cara vai ter que dar um jeito nisso.
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Vítimas do Dever
FanfictionQuando a investigadora Yoruichi Shihouin descobre que seu amigo, o cientista Kisuke Urahara, está sendo acusado de ter realizado um terrível experimento em oito pessoas, ela decide ajudá-lo, porém, Byakuya Kuchiki não aprova essa decisão e fará de t...