Capítulo 6

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Eu não sou e acho que todos sabem disso, uma garota toda feminina cheia de frescuras que acredita em amor, homem perfeito, essas coisas de menininhas, nem gostava muito de demonstrações públicas de afeto em exagero, então não sei explicar o porquê de eu ter beijado o caipira quase em frente a minha casa onde qualquer poderia nos ver.


O caso é que desde que ele surgiu no meu quarto de madrugada e tivemos aquela conversa bizarra, algo em mim mudou um pouquinho. A procura da garotinha nos uniu bastante, aquela conversa que tivemos antes de apagarmos bêbados e eu não sei o que rolou realmente, as pequenas coisas em comum que tínhamos foram nos aproximando aos poucos.


Não podia negar que ele era um homem muito bonito. Um bonito exótico, diferente, bem másculo, sem dúvida nenhuma eu nunca havia conhecido um homem tão lindo quanto problemático. Poderia relutar o quanto quisesse, mas de que adiantaria? Eu tinha certeza que estava de certa forma atraída por aquele caipira misterioso e gostoso, ele também estava atraído por mim. No meio de um apocalipse zumbi. Por que eu iria perder tempo?


[...]


Estava de noite apenas iluminados pela luz da lua, todos dormiam com segurança em seus quartos e na sala estávamos eu e o Rick sentados no sofá, um olhando para a cara do outro num silêncio meio desconfortável porque eu percebia que ele queria se abrir comigo e não sabia por onde começar.


– Então... Pode falar Rick, não tem ninguém para escutar e eu já tive minha dose de anime por hoje. --- eu vou te falar é meio surreal você assistir Inuyasha, Kuroshitsuji, ou qualquer outro anime no fim do mundo, ma eu adorava fazer o quê?!


– É estranho ainda ter esse tipo de humanidade de novo, não podemos baixar a guarda.


– Sim, eu sei disso Rick e também quero aproveitar o máximo as mordomias que eu tenho pelo tempo que der. Porque... Nossa vida é feita de momentos agora, não é?


– Nisso você tem razão, Bella.


– Uma coisa eu digo Rick, não podemos perder as esperanças. Sei que sou estourada, mas vivo um dia por vez, sempre fui assim e sempre serei. Se eu me permitir tentar processar todas as informações e sentimentos reais que eu tenho em mãos, eu ficarei louca!


– Eu te entendo. --- ele ficou em silêncio de novo e suspirei exasperada.


– Qual é Rick, pode se abrir comigo. Eu não fui a primeira louca na cidade que te ajudou como podia? Tá ok, o Gleen nos salvou de lá, mas pode falar comigo, sabe disso. Não veio aqui para falarmos sobre mim ou sobre a casa e nossa segurança. O que foi?


– Quando eu acordei daquele pesadelo, pensei que o Carl e a Lori tivessem ido embora para sempre, nos reencontramos e então pensei que poderia ser um recomeço só que...


– Descobriu que ela estava dando para seu melhor amigo, não é mesmo?


– Isabella. --- Rick me censurou com um olhar e resolvi calar a boca --- Sim, foi uma enorme sacanagem e um golpe duro essa traição dos dois, não que isso valha alguma coisa. Preciso manter a Lori viva e a esse bebê, o nosso grupo. Tudo depende de mim.


– Eu já disse uma vez e vou dizer de novo, você pode ser o líder Rick e eu sempre estarei ao seu lado, tem um porém no meio disso tudo. Sabe que se eu não estiver de acordo com uma coisa, irei discutir com você em particular.


– Sim, eu sei disso e eu agradeço o apoio.


– Você tem um peso enorme sobre os ombros e não precisa disso, irei te apoiar e perturbar em cada momento porque é pra isso que servem as amigas, apesar de eu ter quase certeza que não teve muitas amigas antes. --- eu sorri e ele deu uma breve risada.


Fazia tempo que eu não ouvia isso. O riso do Rick. Não que eu tivesse ouvido muito o riso dele, mas sentia falta. Era como se ele ficasse mais leve com tudo e não fosse aquele homem que estava duro e frio com os sentimentos, ainda era um bom homem e eu faria de tudo para que continuasse assim.


[...]


– Urgh que frio! --- bufei enquanto tentava me aquecer e olha que eu estava com uma blusa com mangas longas, uma blusa de frio e mais um casacão enorme quase de iglu e ainda não faço a mínima ideia porque teriam loucos que moraria no Pólo Norte, será que lá teriam zumbis também? --- Não tenho nada para fazer e ter que ficar olhando para a cara feia da Carol não me ajuda nem um pouquinho.


– Bella, ainda tem implicância com ela? --- Rob disse baixinho e me cutucando na cozinha, a outra lá estava na sala e me encarando com aquela cara velha, às vezes dando umas olhadas no Daryl, essa aí não desconfiava fácil.


– Ela começou e nunca fui com a cara dela, não é agora que eu vou gostar né?


– Sei. Então Bellinha... Você vai ensinar os meninos a falar em japonês? Assim você se distrai um pouco, sabe seu conhecimento sobre várias línguas poderá nos ajudar se sei lá, acharmos sobreviventes de outros países.


– Ah que isso Rob. --- fiquei sem jeito e ele sorriu pra mim, logo fez uma careta quando dei um tapa no seu ombro --- Pare de me chamar de Bellinha, já basta todos me chamarem de Bella o tempo todo, até estou acostumando agora. Você também sabe muitas línguas Rob, sem falar que é médico, isso já ajuda muito.


– Você acha que terá uma nevasca como no ano passado? --- Lucy se aproximou de nós e perguntou quase batendo os dentes de frio.


– Não sei Lucy, tudo é possível. Ainda bem que estamos protegidos aqui, seria muito pior se ainda estivéssemos na estrada, disso eu tenho certeza absoluta.


n/a: Essa na capa é a Lucy.

Little Hope 2 》D.D  { HIATUS }Onde histórias criam vida. Descubra agora