Capítulo 11

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Era tão estranho se vestir de cosplay enquanto o mundo todo estava acabado em miséria e morte, podridão por todos os lados e luta pela sobrevivência. Daryl como sempre achou aquilo muito idiota e infantil, Robert me chamou de baka só que tinha uma coisa. Realmente precisávamos de algo para distrair nossas mentes de toda aquela tensão mortal que nos rondava diariamente.


Ainda não entendia direito porque eu deveria ser o Grell já que quem na verdade o Rob era o gay do grupo. Certo, maldade com ele porque no fim não era tão escandaloso assim só que né... Me encarei no espelho do meu quarto, a maquiagem pronta, as lentes amareladas e esverdeadas no lugar, a roupa com o colete vermelho e o casaco também vermelho prontos, os sapatos divinos, eu estava me sentindo o próprio Grell.


Todos me esperavam na sala que era grande e serviria como palco, assim que os olhares caíram sobre mim, corei como um pimentão; eles dividiam o olhar entre diversão e incredulidade, tentando segurar o riso antes mesmo de eu falar algo. Foi combinado que o Rob seria o Sebastian, ele estava todo elegante com o smoking de mordomo e os olhos vermelhos por causa da lente. É sério mesmo que eu tinha topado essa besteira?


– Tarde demais para desistir? --- comentei meio sem jeito e corada.


– Nada de desistir agora! --- Lucy me empurrou sutilmente para frente e quase caí em cima do Daryl.


– Não irei desistir, DEATH! --- fiz o sinal com os dedos estilo rock and roll e dei uma piscadinha para o meu caipira preferido que me olhou sem entender nada.


O Rick tentava não rir enquanto eu fazia gracinhas que arrancavam risadas dos outros e eu sentia falta disso, de me divertir sem ter com o que preocupar no amanhã. Podiam dizer que eu realmente encarnava o personagem com todo seu jeito exagerado e engraçado.


– Você é tão malvado, Sebas-chan. Só por causa de você estar preocupado com essa besteira, começou com esse jogo de me ignorar. E até me amarrou com essas roupas de mulher. --- dei uma rebolada e quase ri com a camisola de babados que eu vestia como no musical --- E isso não é tudo! "Você está me atrapalhando, então, por favor, fique quieto". --- imitei a voz do Rob de um modo quase perfeito e todos riram --- Ele me repreendeu tão dominantemente.


Era a minha vez de brilhar e cantar então ia aproveitar ao máximo, aproveitei uma coluna que estava lá e servia quase como um pole dance, se era pra ser o Grell eu deveria honrar o papel, usei toda a minha sedução e diveza para representar e cantar:


Está tudo bem, eu sei. Você é um homem ingênuo, afinal. Então te empurrei para a minha cama e fiquei sem ar. Eu me sinto tão quente quando você me segura, como se uma tempestade estivesse chegando. Mas tudo depois disso é proibido para menores. Ah, ah o amor é tão bruto... Não seja tão brusco comigo. Ou então eu vou quebrar. Não... Pare... Está tudo bem, eu sei. Você estava esperando por isso, não é? --- me virei de costas e dei uma rebolada igualzinha ao Grell e nem percebi as reações que foram meio que risos e choque dos meninos --- Eu lhe mostrarei tudo, até mesmo o que é proibido para menores.


– Oh se não é o senhor Grell. O toalete é por ali, atravessando o corredor.


– Sim, sim! Não diga coisas que vão destruir o sonho de todos. Eu não preciso ir ao toalete, DEATH! --- dei uma piscadinha, fiz pose e o sinal característico dele. A parte dos sonhos poderia até meio que ser uma indireta para o Rick.


– Os sonhos de quem eu deveria destruir, então? Então, por que está andando por aí?


– Ah não. Eu não posso falar na frente de todo mundo.


– Nesse caso eu não preciso escutar. Eu não quero saber tanto assim. --- era tão engraçado ver o Rob todo machão e frio assim como Sebastian.


– Ah me deixe falar na frente de todo mundo. Na minha noite... Eu preciso de você... --- conforme fui me encostando no Rob e até levantando a perna fui falando toda diva --- Se – ba-su – chan!


Foi impossível não rir, era tão bom me sentir livre para poder falar besteiras e brincar, ver os outros rirem e se divertirem também, sem se preocupar com zumbis nojentos querendo nos devorar, não podíamos nos dar esse luxo direto então aproveitamos ao máximo.


Até o Gleen entrou no clima, brincando e dançando comigo. Daryl olhava feio para qualquer um que se aproximava de mim, mas eu o ignorava, estava tão bom que nada iria me perturbar. O rosto dos dois já haviam se curado completamente e parece que a recente amizade não foi abalada pelo beijo que Rick me deu. Ainda bem!


[...]


– Posso falar com você? --- Lori me puxou para a área da piscina e eu não queria ir era óbvio, resolvi a seguir.


– O que foi? O que quer comigo?


– Eu sei que você e o Rick tiveram alguma coisa. Olha pode parecer, mas eu não sou idiota. Você estava bem com o Daryl, sai para conversar com ele e no dia seguinte os dois voltam com os rostos machucados?! Sei que eles brigaram por você e quero que se afaste do Rick, ele já tem problemas demais para se preocupar.


– E quem causou esses problemas huh? Não fui eu que o traiu com o melhor amigo nem engravidei, não sabendo dizer quem é o pai. E em qualquer oportunidade você ainda corria atrás do Shane como se preocupasse muito com ele, não me admira se não tivesse corrido pra transar com ele de novo.


– Como ousa falar assim comigo?! --- ela estava em choque comigo, coitada nem sabia o que eu poderia fazer, o que eu já fiz!


– Você não me conhece e eu não menti em nenhum momento, sabe disso. Então baixa sua bola aí! Não se meta na minha vida e eu não me meto na sua, não tenho culpa de você ser uma vadia que não sabe dar valor ao casamento. Se está tão preocupado com o Rick poder estar gostando de mim ou algo assim, vá atrás e lute por ele. Não venha me encher o saco porque eu não tenho a mínima paciência para dramas. Nunca tive e não é agora no apocalipse que eu terei!

Little Hope 2 》D.D  { HIATUS }Onde histórias criam vida. Descubra agora