Resolvi tirar o dia para mim e pensar na vida, minha vida parecia tão irreal quanto era antes, morte me rodeava desde sempre e acho que isso infelizmente sempre me seguiria, não importava se era com o perfil psicológico de serial-killer ou no trabalho secreto do governo.
Estava sentada na varanda do meu quarto no segundo andar, o tempo já estava melhor e eu poderia ver a floresta e um pouco da cidade ao longe, nunca pensei que tudo viraria essa bagunça de hoje. A barriga de Lori já se apresentava mais ela estava de uns quatro meses por aí; passei a mão pelos cabelos curtos que agora estavam quase nos ombros e suspirei baixo, meus óculos de sol me protegiam e nosso sistema até que funcionava bem.
Mas como sempre nada era garantido como antes, também era estranho estar na minha cada e na hora que tivesse que deixar tudo para trás seria bem pior. Perder minha casa, minha cama, minhas lembranças ali dos meus amigos e meu noivo.
Meu noivo. Ultimamente eu preferia me isolar de todos, o que não era muito normal em mim já que me acostumei com ele, o caso é que minha consciência pesava e eu ainda não tinha conversado com o Daryl sobre o beijo do Rick, muito menos sobre meu noivo morto o Jason.
A queda ali seria feia e eu já era muito desastrada, não quis dar chance para a sorte, resolvi tentar arrumar o rádio e foi quando seu coração deu um salto.
– Alô, alô. Tem alguém aí? Câmbio. --- a voz conhecida fez meu coração acelerar.
– Peter? É você? Sou eu Isabella. Câmbio.
– É tão bom ouvir sua voz, onde você está?
– Na minha casa com um grupo de sobreviventes. Onde você está?
– Estou preso na sede central com a Emily.
– Oh meu Deus e os outros? Aí é seguro?
– Antes era, mas está ficando instável, precisamos de ajuda.
– Conversarei com o grupo e eu irei te buscar em Portland mesmo que seja sozinha.
[...]
– Olha ele precisa da minha ajuda e era meu chefe, quase um pai para mim. Eu não o deixarei lá, ainda mais sabendo do paradeiro dele. Ele disse que está na sede principal de Portland, não é tão longe assim daqui, posso muito bem ir sozinha só que seria bom se alguém me fizesse companhia.
– Não acho que seja uma boa ideia, Bella. --- Rick comentou na pequena reunião com o grupo.
– Não quero passar por sua da sua autoridade, mas eu não vou deixá-los sozinhos!
– Não sabemos se é uma armadilha, aqui temos pelo menos um lugar seguro, comida, água. Lori está grávida e não podemos correr o risco, tenho que pensar no melhor para o grupo.
– Eu entendo vocês, só que eu vou para Portland com ou sem vocês salvar meus amigos. Agora me deem licença que irei aproveitar da minha piscina.
Caminhei até meu quarto, coloquei o biquíni e fui nadar para esfriar a cabeça um pouco, nadar daquela água morna quase fria me relaxava e ao mesmo tempo preocupava. Resolvi descansar deitada numa esteira e tirar um cochilo quando fui acordada com mãos na minha cintura e já estava pronta pra agredir quem quer que fosse quando me deparei com lindos olhos azuis.
– Daryl! Puta que pariu! O que você quer? Você me assustou.
– Quer mesmo ir nessa viagem suicida para Portland? --- então ele me puxou pela nuca e beijou intensamente meus lábios, me fazendo perder a noção de tudo com aquele beijo.
– Eu quero e preciso Daryl, ele pode saber de algo sobre meus irmãos, eles estavam ajudando o exército quando começou a bagunça, por isso está preso na sede da empresa.
– Entendo.
– Não volte a ser monossílabo comigo de novo, por favor. --- bufei e revirei os olhos para ele --- Hum tem mais uma coisa que quero falar com você.
– O que é?
– Antes de tudo isso acontecer e tudo mais, eu estava noiva de um cara muito legal chamado Jason, não vou entrar muito em detalhes porque sei que não vai querer saber. Ele morreu de pneumonia e voltou como um deles, um soldado atirou em sua cabeça, mas eu não sabia que ele havia se tornado zumbi, para mim aquele fora um tiro de misericórdia. Pedi uns dias de férias e fui para a cabana encontrar meus irmãos e quando não apareceram fui até a cidade e encontrei o Rick, o resto você já sabe.
– Por que está me falando isso? --- ele me perguntou com a cabeça baixa levemente confuso e tentando analisar tudo o que eu falei.
– Eu sinceramente não sei o que temos Daryl, não sei se isso vai continuar ou acabar de uma hora pra outra, mas apesar de um caipira grosseirão, sei que você é um bom homem e bom ouvinte mesmo, já que não é de falar muito. --- dei uma leve cotovelada nele e vi um breve sorriso em seus lábios --- Então... Sei que o passado está morto e enterrado, ainda é muito cedo para conversas profundas assim, mas eu queria que soubesse um pouco mais de mim.
– Você ainda o ama? --- ele perguntou rouco e fiquei surpresa com a pergunta.
– Eu o amava é claro e sinto sua falta, mas não tenho muito tempo para me lamentar ou viver presa ao passado, não posso amar um fantasma Daryl, por mais que me doa pensar que ele morreu e que iríamos nos casar em breve. Foi triste sabe? Mas pelo menos ele não foi morto por um desses carniceiros nojentos.
Ficamos em silêncio meio agradável e chato, me aproximei colocando a mão em seu rosto e o beijei nos lábios, queria demonstrar que não importava o que passou, eu estava com ele ali naquele momento e era ali que eu queria estar. Era tudo o que importava, estar nos braços dele.
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Little Hope 2 》D.D { HIATUS }
FanficDepois da fazenda ser destruída pelos errantes, Isabella e o grupo deveriam procurar um novo lugar para ficar, agora não bastava enfrentar os errantes. Novos perigos e desafios estariam no seu caminho, era um novo tempo... Inverno, errantes, fome, i...