2 de Abril de 1970

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Querido H

Caso não se lembre, nos conhecemos quando eu apenas tinha dezoito anos. Você entrou naquela cafeteria com seu sobretudo marrom, havia perfeitos cachos no topo da sua cabeça e um sorriso descontraído o qual sumiu com o tempo.

Hoje eu sou aquele que fica acordado até os olhos arderem por tanto segurar as lágrimas e manter os olhos abertos por tanto tempo, minhas pálpebras pesam enquanto olho para seu lado da cama. Estou a merce nesta madrugada, anestesiado pelo álcool desejando que fossem seus beijos. Porém, eu afogo estas mágoas como sempre faço em um copo de bebida qualquer enquanto danço com o seu fantasma em minha casa.

Nós éramos tão jovens e ainda somos tão burros para entender algo como o amor.

Mas saiba que eu estarei sempre esperando por você, pois eu te amo desde que tínhamos dezoito anos.

- Seu Boo

P.S. Não lembro como consegui escrever isso. Até então era um borrão em noite. ( Anotação de 1971 )

A última carta | L.S. Onde histórias criam vida. Descubra agora