Body back to life

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Body back to life: Corpo de volta à vida

Harry Edward Styles

Creio que os últimos meses, junto do último ano tem sido uma grande jornada para mim. Uma história que mesmo que será apenas lembrada por mim e possívelmente jamais ouvida por alguém, será um pedaço da minha vida e parte de uma jornada da qual ainda não sei o fim. As pessoas tem o hábito de dizer que a melhor parte de uma jornada, é o caminho. Mas eu não concordaria avidamente com esse lema, já que no fim da minha jornada Louis deveria estar lá. Agora tudo oque tenho dele, está abaixo de palmos de terra. Enquanto encaro a sua lápide, meus olhos percorrem a gravura do seu nome gravado sobre o mármore.

Em memória de Louis William Tomlinson.

Releio seu nome sobre a lápide enquanto uma rosa amarela está repousada por entre meus dedos, releio novamente como se pudesse trazer seu corpo de volta a vida. Ao fim daquele gesto a minha resposta é o silêncio, o barulho dos galhos das árvores que se enlaçam junto do vento que sopra e se remexem em uma sinfonia silenciosa. A minha compreensão tardia de quem se tratava a escrever aquelas cartas, arrancaram-me de mim o toque e a textura da ponta dos seus dedos, a íris do seus olhos dos quais nunca saberei a cor. As fotos preto em branco não me permitem tentar me aproximar do passado onde esteve vívida a presença daquele ser, aquele a quem eu devia muito mais que meu coração. Há pequenos fragmentos de memória em minha mente de um possível azul, desde a noite em que fiquei bêbado, porém eu já não tinha mais fé sobre mim mesmo.

Prometi não chorar, desde que fiz a promessa de viver uma vida por nós dois.

Apenas me ajoelho perante aquela lápide, onde seu corpo repousava abaixo da terra e a vida que um dia jazia naquele corpo, agora não estava mais ali. A melancolia se aconchega em meu pescoço como um cachecol, quero chorar, mas nenhuma das minha lágrimas por mais carregada profundamente de compaixão, iriam trazer meu Louis de volta.

— Espero vê-lo em breve, Boo. — Murmuro para que apenas o seu ser possa me ouvir, apenas ele e mais ninguém independente do lugar onde esteja. Coloco a rosa sobre seu túmulo antes que me despeça novamente em silêncio, me coloco de pé e do chão tomo a minha mochila a qual tem vivido comigo.

Meu destino deixa de ser alguma parte do pacífico, uma ilha ainda não descoberta ou as costumeiras docas que eu decobri do quanto gosto de passar o tempo para ir de encontro a Rosetta. Não preciso de bússulo desta vez, pois o caminho se trata de um lugar onde parecia ser minha verdadeira casa.

[...]

— Me garanta que está tudo bem! — A voz do meu amigo Zain soa pela frágil linha telefônica. Minha mochila está sobre meus pés enquanto seguro o telefone com uma das mãos, observo a pacata cidade onde estive por algum acaso há um ano atrás.

— Está tudo bem meu amigo, eu garanto. — Digo para ele enquanto meus olhos percorrem as ruas, como se a qualquer momento Guido pudesse resurgir por entre elas.

— Não suma mais por tanto tempo Edward! — Sua voz ecoa, sua preocupação é nítida apesar da distância entre nossos corpos. — Prometeu me ligar todas as semanas. Você nunca cumpre suas promessas não é mesmo?

— Ora! Não me ofenda agora. Não gaste nossos últimos minutos com ofensas. — Reviro meus olhos enquanto o ouço bufar, um pequeno riso escapa da minha garganta e sei que aquilo o deixou ainda mais furioso.

A última carta | L.S. Onde histórias criam vida. Descubra agora