Harry Edward Styles - 23:59 PM
Os ventos ricocheteavam por entre as cortinas, ondulavam-se por conta da sua suavidade enquanto o corpo do homem alto próximo a elas estava de joelhos, o crepúsculo ao lado de fora fora se tornando profundo ao adentrar da madrugada assim como o sentimento inefável sobre o peito daquele homem. Harry, sem saber que rumo tomar apenas encarou aquela assinatura de um modo petrificado, desde que seu subconsciente concluiu que o alguém que tanto vinha domando-o por inteiro tratava-se de um homem. Aquilo deveria parecer-lhe horrendo pendente a sociedade a qual estava submetido.
Seus dedos envolta das cartas estavam meramente trêmulos enquanto se questionava como aquilo poderia ser capaz. Zain ainda não havia voltado do cômodo e quando deu por sí ao voltar a realidade, começou a guardar algumas delas no bolso e devolveu a caixa de metal ao seu devido lugar. Ele andou até o cômodo em que o moreno estava e o encontrou adormecido sobre a cama, com parte das suas pernas para fora dos lençóis enquanto se enroscava nos travesseiros.
Harry percorreu seus olhos por aquele local, ali adormecia todas as noites a pessoa que nutria um sentimento incomum por ele. Incomum, trantando-se da falta de crença do homem em um sentimento como aquele e pelo fato daquele sentimento estar derivado de homem para homem.
Nunca esteve e sequer imaginou uma situação como aquela, aquilo o atordou e deixou-o tonto de tantos pensamentos. Correu para fora do prédio, deixou o amigo para trás e caminhou de volta para a casa. Durante o trajeto tentou se esquivar daqueles pensamentos dos momentos em que esteve absorto de mais pensando em um homem.
[...]
Na manhã seguinte o céu amanheceu triste. Rajadas de chuva ocuparam Londres sendo capaz de a inundarem, as nuvens se aglomeravam umas nas outras imposaibilitando a passagem de raios solares. A altura da água na rua quase atingia o nível das calçadas, porém nenhum daqueles fenômenos impediu Harry de trabalhar.
Notou a ausência de uma boa quantidade de funcionários, deixando-o ainda mais furioso aquela manhã. De forma imperiosa tratou a sua secretaria, com ordens até mesmo irrelevante como uma forma de escape para ssus pensamentos, a mulher conseguiu suspiros de paz quando uma reunião o manteve ocupado e longe da sua mesa.
— O Brasil acabou de sair de um regime militar, está enfraquecido pelo o que soube. O bastante para não conseguir manter um alicerce petrolífero. - Disse um de seus funcionários com a mais plena certeza de suas palavras, até Harry notar a sua mão trêmula segurando a caneta.
Ninguém gostava de infrenta-lo.
— Porém possui um solo muito rico. - Disse Harry, ressaltando sua observação.
Ele estava a ponta da mesa, com um cotovelo apoiado sobre a mesma enquanto seus dedos percorriam a ponta de seu queixo. Seus cachos perderam o volume quando ele decidiu cortar naquela manhã antes da reunião, mantendo a aparência jovial de sempre e com o intuito dos cabelos não atrapalharem a visão que poderiam ter dos seus olhos prepotentes.
— Mas senhor, seria um grande risco colocar nossa empresa nas mãos de brasileiros. Veja como tem andado o governo ultimamente, os jornais estão recheados de informações sobre. - O mesmo homem insistiu.
— Discordo Erick. - Um homem distante com cabelos grisalhos próximo as suas têmporas segurava um grande charuto enquanto repousava seu olhar sobre Harry. - a grande falha do Brasil foi não ter continuado com a ditadura.
— Estamos falando sobre negócios petrolíferos - Interrompeu Harry, apoiando-se sobre sua mesa. - não como gerenciar um país ou não, inclusive o seu modo de gerenciamente para mim me parece asqueroso. Concordar com a ditadura é dar louvor a todas as mortes inocentes. Eu leio os jornais meus caros senhores e estou onde estou não por valor hereditário. Mas porque sou ótimo no trabalho em que tenho feito administrando está empresa.
O silêncio se fez presente. Harry colocou-se de pé e não disse nenhuma palavra a mais para indicar o fim daquela reunião, todos compreenderam de imediato.
Ele retornou a sua sala, passou em frente a mesa da sua secretária que quase se sobressaltou a sua presença. Ele não se direcionou a ela em nenhum momento, simplesmente entrou na sala com grandes passos longos e profundos, capazes de serem ouvidos pelos turistas ao lado de fora daquele prédio.
Lembrou-se do homem a quem se referiu antes de deixar a sala de reuniões, a adoração em seus olhos ao mencionar algo tão hediondo e de que havia mais homens como aquele, fora dos corredores da sua empresa por entre as ruas. Talvez segurando o jovem escritor das suas cartas pelo colarim e o jogando em um abismo profundo de repulsa dentre chutes, cuspes e palavras ofensivas. Aquele pensamento o consumiu de ódio, fechou as mãos em punhos e quase perdeu o ar de tanto que se concentrou naquela raiva.
Quando deu-se por sí, notou onde seus pensamentos o levaram e o motivo da súbita raiva. A imagem daquele par de olhos azuis se tornou mais nítida agora que sua raiva estava contida em meio aquela maresia de sentimentos, inteiramente descontrolados desde que Harry estivera abaixo do seu teto.
Sentou-se sobre a cadeira quando se sentiu cansado após aquele dia exaustivo e sua luta incansável contra seu subconciente, clamando por aquelas cartas. Lembrou-se de depositalas dentro da sua mala, ela estava ao pé da sua mesa quando ele esticou o pescoço para procurar. Estava nervoso ao cogitar a ideia de abrir alguma delas.
A luz que jazia do outro lado de fora do prédio se tornou-se escassa. o subconsciente de Harry o sondava, trazendo o impulsivo desejo de abrir as cartas seladas e ler aquelas palavras. Aliás, eram para ele.
Concluindo seu pensamento ele se inclinou para o lado, seus longos dedos alcançaram a alça da melata de couro e ele a puxou com força o bastante para coloca-la de uma só vez acima da sua mesa. Deitou o objeto e abriu com cuidado, agora sem a demasiada quantidade se gotas de água por fora da mesma ele puxou as cartas seladas e intactas.
03 de Março de 1970
Ao fim da breve carta, a frase em que ele clamava por respostas ao dizer: "Queria saber oque tu pensas quando me vê", Harry se encontrou na extrema urgência de poder dizer: "Como um alguém vazio pode notar o mundo ao seu redor?"
Secou o pequeno suor acumulado em sua testa e respirou fundo, seu coração estava inquieto de um modo que ele nunca sentirá antes. Não sabia o que levou a temer o que poderia haver naquelas cartas, aquele ser lhe causou algo indescritível em que ele quis explorar ao ler a próxima carta.
04 de Março de 1970
Querido H
A grande falta de sentimentos mútuos entre nós é escassa. Sinto-me tão só em sua presença que percebi a pouco tempo o quanto me tornei dependente de ti, do teu riso, do teu cheiro e a sua presença.
Admiro teus pequenos detalhes H, pois creio que os sentimentos mais belos florescem desde a coisas a gestos mais nobres.
Estou apaixonado por você e todas estas pequenas coisas.- Seu Boo
•Notas da autora:
Gente apenas para esclarecer, agora vocês vão ter conhecimento de cartas escritas pelo Loueh que não aparecem nos capitulos anteriores das cartas dele.
Espero que estejam gostando. All the love.
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A última carta | L.S.
FanfictionÉ 1970 e Louis Tomlinson esconde seu amor vindo de um fruto proibido em suas cartas, denominadas a H.