4 de Abril de 1970

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Querido H

Todos falam sobre você e a sua nova amiga. Eu aperto meu copo de whisky tentando não deixar transparecer o quanto me sinto incomodado com tal situação. Pois eu estou aqui parado vendo você beija-la, dedilhando sua cintura até atingir a região que ela tanto clama com os olhos e ainda sim, mesmo com suas fortes mãos sobre as nádegas dela você ainda parece um cavalheiro.
Ouço todos vibrarem quando seus lábios tocam os dela e meu peito simplesmente se desmancha, passo a enganar a vontade de chorar com mais bebidas até que mãos caridosas pousam sobre meu pulso, fazendo com que eu me contenha perante todos. Os olhos dela são gentis e eu a levei para casa.

Eu toquei seu corpo desejando que fosse você abaixo do meu, eu beijei toda a extensão do seu pescoço desejando que fosse sua pele quente abaixo dos meus lábios. Eu a fiz minha, desejando que fosse você para te fazer meu.

Eu estou apoiado sobre minha escrivaninha escrevendo está carta que jamais chegaram a tocar sequer a ponta dos teus dedos, mas está é a unica forma de amenizar essa dor a qual não posso compartilhar com ninguém.

Ela está enrolada em meus lençóis, deixando rastros do seu perfume enquanto eu penso no seu. Não é com este perfume que eu quero dormir está noite. Não é mais nesta cama que eu quero dormir, depois de me embebedar para não pensar mais em ti. Ah H, como pode causar tal efeito sobre mim? Eu só queria poder te esquecer por uma noite. Porém, no instante em que fecho meus olhos lá está suas esmeraldas a me fitar, como se eu fosse o único no mundo. Mas quando eu abro os olhos eu me deparo com o vazio do meu quarto. Se estas paredes pudessem falar, teriam muitas dores a partilhar. Todas elas seriam sobre meu amor por você, do qual apenas só eu senti.

É por isso que vou tomar está decisão.

- Seu Boo

A última carta | L.S. Onde histórias criam vida. Descubra agora