22 de Março de 1970
Querido H
Desejo exilar-te do meu coração
Pois já não suporto mais presenciar teu riso sem que eu seja o motivo.Tenho de conviver com tua imagem não somente presa em minha mente mas como também, diante de mim onde cada motivo a qual diz ser o contrário das razões que eu poderia ter-te é jogado a mim!
O exílio de um amor não parece-me justo diante de algo tão puro, o amor não machuca. Mas ele dói quando não podemos ter a quem amamos.
- Seu Boo
Harry Edward Styles | AirportO café da manhã era composto por panquecas e uma grande caixa de cereal de chocolate, Cassey se alimentava diretamente da caixa enquanto observava Harry despejar a massa de panqueca sobre a frigideira e queima-la em todas as suas tentativas. O odor logo se alastrou por toda a cozinha e a mãe da pequena garotinha conferiu da porta se tudo estava bem, exceto pelas panquecas em seu pior estado.
— Ainda bem que você só lava os pratos. — Disse Cassey com as bochechas rechonchudas, cheias de cereais. O maior se desfez das panquecas ruins enquanto o cozinheiro chegava com um olhar de desagrado. — Bom dia Timmy — Ele sorriu apenas para Cassey.
O aeroporto era tomado por inúmeros tons de vozes, preenchendo o ambiente em diferentes sintonias e ritmos. Havia pequenos timbres de música escapando de um pequeno rádio e outro, chamadas sendo feitas por um grande rádio indicando os horários de cada pouso e saída de aviões. Era uma espécie de bagunça organizada.
Apoiado sobre um dos pilares, Harry sentiu o mármore gélido quando encostou o rosto enquanto aguardava na linha de espera do telefone novamente. Perdera a conta da sua insistência em tentar se comunicar com Malik, que deixara de atender o telefone em um péssimo dia.
Ele devolveu o aparelho moderno e pesado ao gancho, encarou a grande roleta com pequenos furos por onde capitava os números corretos para realizar uma ligação. Suas poucas moedas foram gastas com falhas tentativas, cansado e desejando sua boa cama ele caminhou para o café onde deveria voltar a trabalhar.
[...]
No terceiro dia, Harry assumiu todo o ritmo da cozinha e o aeroporto. Agora não dividia o seu horário de sono sobre os bancos aos sons de motores sendo ligados em tamanha intensidade durante momentos inesperados em seus intervalos de sono, agora ele dormia sobre o chão do quarto da Cassey.
Seu quarto era composto por poucos brinquedos. O maior luxo era a sua parede com ilustrações de bailarinas e uma prateleira com ursos dos quais ela classificava como intocáveis. Pensar em Cassey era como pensar em um hexágono, assim como o polígono ela possuía diferentes lados dos quais Harry descobria lentamente. Ele conseguia se ver espelhado na garotinha de seis anos que tão cedo teve de assumir uma armadura para se proteger do mundo, aquele que não teve piedade em ser cruel cedo de mais em suas vidas.
Ao se deparar com a manhã fria assim que deixou o pequeno cômodo, se encaminhou novamente para o telefone onde suas ligações foram novamente desperdiçadas junto de cada centavo no fundo do seu bolso.
— Vamos Zain, atenda — Murmurou o homem fechando os olhos e encostando a testa sobre o mármore. Novamente sua voz preencheu somente a caixa de voz sem um ouvinte a lhe escutar. Quando a aflição subiu sua garganta sentiu algo puxar seu casaco com leveza, Harry abriu os olhos e Cassey estava logo ao seu lado segurando o seu casaco e encarando-o.
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A última carta | L.S.
FanfictionÉ 1970 e Louis Tomlinson esconde seu amor vindo de um fruto proibido em suas cartas, denominadas a H.