profundo tormento.

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O despertar soa em seus ouvidos te obrigando a sair da cama.

Olhe pela janela, o dia está lindo, mas será mesmo?

Dentro da menina ainda sonolenta, bem no seu mais profundo tormento, algo reina dizendo: "volte para cama, fique aqui dentro."

A menina ficava confusa com aquelas vozes em sua cabeça. "Não tem nada lá fora para você." - soava firme dentro dela. Então por que lutar? - "volte e adormeça."

Um, dois, três dias e a menina cansada não tinha vontade de mais nada. As coisas simples eram as mais complicadas. "Vai falhar." - as vozes diziam. A menina insistia.

Olhe pela janela, o dia está lindo, mas será mesmo?

A menina pega o casaco e vai dar uma volta. O vento toca em seu rosto delicadamente. "Insolente." - o seu ser mais profundo que lhe habitava dizia:
- "volte para a cama" - insistia.

A garota caminhava depressa e o frio tomava conta do teu corpo. As pessoas à sua volta te olhavam com desdém. - "Eu te avisei."

Uma leve pontada no peito começava, por que todo mundo te olhava? - "ninguém se importa, apenas te acham solitária e fracassada. Volte para cama. Eu me importo." - o ser de tormenta continuava.

A menina se senta em um banco de frente para um barzinho. A música estava alta, talvez as vozes parassem.

Não, elas não param e ainda estão piores. cada vez piores.

Até o silêncio se torna ensurdecedor, era difícil ouvir seus turbilhões de pensamentos.

A menina volta para casa, ela sorria e respondia: "bom dia." - era fácil enganar as pessoas e dizer que estava tudo bem.

"É o que elas querem ouvir para então seguir. Ninguém se importa. Ninguém nunca se importou de verdade. Eu me importo, volte para a cama."

As lágrimas começam a cair, a menina começa a sangrar. - "coloque tudo para fora, eu vou te ajudar."

O ser mais profundo e obscuro de tormento que habitava dentro de você,  bagunçava ainda mais suas entranhas. - "ninguém te ama, são pessoas estranhas."

O bater do relógio estava te enlouquecendo. Você queria morrer, mas era covarde demais para isso. "Droga, até para morrer você definha." - a voz dizia.

A menina está sangrando. As palavras e a falta delas a faziam sangrar. As pessoas a faziam sangrar.

Agora restará apenas ela e seu ser mais intrínseco. - " Shhhh! Silêncio. Ela adormeceu."

Que ironia. Agora o seu  medo e o seu ser mais obscuro está ao seu lado da cama te olhando dormir. Eles sorriam. - "ora, grande vitória."

Sentados ao seu lado eles arrancam de você o resto de esperança que ainda existia. - "sorria" - eles diziam.

Estão te sufocando e vendo você se debater até... M o r r e r.

Ateliê De Poemas, Composições E DesabafosOnde histórias criam vida. Descubra agora