O Amor Transforma. - Vampiros.

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Capítulo 4,  parte 2. - eu disse que voltaria.

Ele estava caído sobre o tapete felpudo da sala vendo o fogo se espalhar em sua lareira. Seu peito queimava como nunca esbraseava antes. Até em vida fora mais simples.

Haviam diversas garrafas de Bourbon espalhadas pelo chão e corpos sem nenhuma gota de sangue pela casa. Sobrara apenas uma mulher que estava tocando piano, da qual, Hunter hipnotizou. Ele estava cansado e não sentia vontade de mais nada; apenas queria ficar ali, no chão.

- Como pude ser idiota ao ponto de deixar de ser o grande Hunter de sempre que não se deixa abalar por nada e nem ninguém? Como pude acreditar no amor de uma vampira? Em saber que um dia pensei em ser o tal bonzinho que todos almejava. Para que? Para arrancarem o meu coração? - ele falava consigo mesmo olhando para o teto rústico de madeira.

Sentirá o cheiro de algo se aproximando e não era o do fracasso. Embora, fora suficiente. Suas narinas queimavam e ele sabia que algo o cercava.

Hunter se levantou e seguiu até a porta, mas antes mesmo que pudesse abri-la, uma força inexplicável a arranca o arremessando para o outro lado do cômodo.

Uma mulher de cabelos cacheados entra e se aproxima desviando dos corpos que estavam no assoalho envernizado.

- Quem é você? - ele diz tentando se levantar em meio aos pedaços que ainda restara daquilo que um dia foi chamado de porta.

- Olá, Hunter. - ela estica a mão para ele e o mesmo ignora se levantando sozinho.

- Péssimo momento para fazer amizades, vá embora se não quiser ter  seu coração em uma bandeja.

- Ora, começamos mal. Desculpa pela porta, mas não tinha certeza de como iria me receber então optei por mostrar que não sou uma simples garota indefesa da qual você poderia ter o sangue escorrendo pela garganta. Quer meu coração em uma bandeja? Tente a sorte e deixe-me mostrar como é a sensação de queimar até sobrar apenas cinzas.

- Quem é você? Nem humana e nem vampira, então...

- Bruxa. - ela concluiu.

- Fazia tempo que eu não encontrava uma. Não me leve a mal, nada contra você, mas... - Hunter caminha até o espaço destruído onde deveria haver uma porta. - poderia ir embora agora? Não estou nos meus melhores dias.

- Estou atrás de vingança e você vai me ajudar. - ela olha para os corpos destruídos pelos cantos da casa. -
Ou... -  a bruxa faz com que o fogo da lareira aumentasse drasticamente junto com todas as velas que estavam sobre a mesa.

- É, acho que tenho um tempinho para conversarmos. - Hunter sorri sem graça indo até a bancada a procura de  alguma bebida.

Ele coloca o whisky sobre a mesa de centro da sala. - aceita? - a oferece quando enche o copo.

- Me chamo  Ellie Wendell. Você foi um dos meus motivos para querer uma vingança.

- Sem enrolação, diz logo o que quer de mim. - Hunter vira a dose de Bourbon.

- Seu irmão Claus transformou os antepassados em híbridos. A linhagem dos Wendell ele fez questão de exterminar. Procurou a bruxa mais poderosa da época para o transformar no que ele é hoje. Ele prometeu que a deixaria viver, mas quebrou a promessa. Sabia que se alguém da mesma linhagem vivesse, poderia o destruir e então garantiu que nenhuma bruxa Wendell vivesse, mas como eu sempre digo, vampiros são tolos. Eu os odeio. - Ellie sorri  com convecção.

- Como você escapou dele, então? - Hunter enche os copos.

- Quando ele segurou a mãe da bruxa que iria fazer a magia, havia uma outra bruxa no porão que fora escondida quando sentiram a presença do vampiro. Fizeram uma magia de proteção de invisibilidade para dar tempo suficiente de Claus ir embora sem saber que haveria uma Wendell bem debaixo do seu nariz. Íris era irmã da bruxa que fez a magia, ficou no porão por horas e só saiu quando sua irmã mais velha e sua mãe ficaram em total silêncio, ela sentia a morte e estava certa. A partir desse momento, íris se escondeu por anos. Engravidou e aumentou a linhagem. Jurou a si mesma que vingaria a morte de sua família. Sou a única restante e a minha missão aqui é acabar com a vida e o exército de híbridos do seu irmão.

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