Capítulo 1 🎲

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Pisei com passos fortes sobre aquele chão sujo. Suspirei sem acreditar no que estava fazendo. Eu vou matar ele. Olhei em volta, mas não conseguia vê-lo em lugar nenhum. Só faltava desaparecer sem me avisar.

Parei em frente ao beco e baguncei meu cabelo, irritada. Ser obrigada a sair de casa no meu estado devia ser proibido.

– Onde você está, idiota? – Murmurei e tentei me controlar, mesmo que fosse impossível.

Peguei meu celular e tentei ligar, mas ninguém atendia do outro lado. Continuei na tentativa, porém sempre caía em caixa postal.

– Está perdida, docinho? – Uma voz sarcástica e galanteadora me fez virar para trás com rapidez. Tentei disfarçar o meu susto.

Um homem desconhecido usando um boné e uma máscara preta que combinava com o resto de suas roupas se encontrava parado na saída, impedindo minha passagem e uma possível fuga.

– Eu conheço muito bem as redondezas. – Tentei parecer confiante, mas com aquela resposta eu nunca seria levada a sério.  Ele riu amargamente e mudou sua postura relaxada para mais tensa.

– Duvido muito que uma bonequinha como você seja permitida a passear pelas ruas sozinha. – Ele fez pouca questão, com uma entonação diferente.

– Você não sabe nada sobre a minha vida.

– Eu sei que você não deveria estar aqui. – Ele cruzou os braços e eu poderia imaginar um sorriso sarcástico por trás de sua máscara.

Perdi minha paciência.

– Eu adoraria continuar o papo descontraído, porém eu tenho coisas mais importantes para fazer do que ouvir besteiras vindo de um idiota pretensioso. – Ao perceber que ele não apresentava nenhuma ameaça, fui andando lentamente em sua direção.

Ele parecia surpreso, mas não tive tanta certeza por metade do seu rosto estar coberto pela máscara preta.

– Como quiser. Você sempre pode ter tudo o que deseja, senhorita Lee. – Ele fingiu uma reverência e tirou a máscara, limpando o suor do rosto com a manga do seu moletom escuro. 

Eu tentei não demonstrar o meu choque enquanto encarava aqueles olhos que eu reconhecia perfeitamente bem, agora que enxergava de perto. Eu me recompus antes de perder a chance.

– Nos vemos na próxima festinha, senhor Min. – Me afastei lentamente, amaldiçoando todos os motivos que eu tinha para acabar no beco ao mesmo tempo que o herdeiro Min.

Não estava muito distante para que pudesse ouvir um longo suspiro acompanhado pelas palavras:

– Mal posso esperar.

– Mal posso esperar

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