Capítulo 7 🎲

218 26 3
                                    

Eu não queria nem perguntar como Chanyeol sabia onde aquele garoto morava

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Eu não queria nem perguntar como Chanyeol sabia onde aquele garoto morava. Só sei que cheguei em um prédio de luxo e me perguntava como ele se mantinha nesse lugar. O hall de entrada era brilhante, cheio de madeiras escuras e o elevador com espelhos tinha uma música irritante que se repetia até o 13º andar. O gigante de cabelos vermelhos foi na frente e tocou a campainha do lugar. Eu ainda não queria nem entender o por quê de ele saber o exato número do apartamento. Talvez algumas coisas sejam melhores se continuadas a serem ignoradas.

– É o seguinte, você entra e resolve seja lá o que for com ele, eu não tenho nada a ver com isso e eu espero lá embaixo, tomando um café americano.

– Ótima companhia que você é. – Ele nem esperou a minha resposta e já tinha voltado para o elevador, me deixando sozinha em frente a porta escura com a abertura para um cartão. Apesar da cena com o meu amigo, que me trocou por um café, o filho do Senhor Min estava realmente demorando a atender a porta e surgiu a possibilidade de o dono do apartamento não estar em casa no momento. Eu precisava do meu celular de volta e eu não poderia o deixar ele chegar perto das minhas coisas. Se ele conseguisse desbloquear, seria o fim para mim. O sangue foi subindo a minha cabeça e eu já estava nervosa.
Mexi no cabelo enquanto finalmente ouvi um barulho na porta, por mais baixo que fosse.

– Quem iria aparecer tão cedo? – Ele bocejava enquanto coçava os olhos. Eu entrei antes que o garoto pudesse reagir e tudo que eu vi era uma menina de cabelos tingidos de loiro semi nua olhando para a porta, curiosa.

– Okay, você sai daqui antes que eu conte para todos que você conhece o que a senhorita anda fazendo durante as madrugadas e aposto que ninguém da sua família vai se orgulhar disso. – Eu apontei para a porta e ela entendeu o recado, se vestindo o mais rápido possível e fugindo correndo. Ela bate a porta e o barulho é estrondoso. Tenho certo costume com casos de uma noite, se pode se dizer assim. Chanyeol fazia com que tudo sobrasse para mim e às vezes eu gostaria de não ter que lidar com as garotas que ele se envolvia brevemente. Olhei para a madeira escura envernizada da saída da porta. Permanecemos em silêncio por uns instantes.

– Você sabe que me impediu de ter uma grande diversão nessa manhã, não sabe?

– Bem, com aquele pedaço de tábua fina? – Levantei a sobrancelha. – Duvido muito que valha tanto a pena.

– Fala isso porque tem inveja dela? Queria poder ser bonita daquele jeito, docinho? – Ele brincava comigo e toda vez que abria a boca eu me irritava, juro.

– Não foi para isso que eu vim aqui! –Respirei fundo, focando no meu objetivo. – Você tem que devolver meu celular!

– Ah é? – Ele foi se mexendo da sala até o corredor. Um aquário gigante que separava a sala de estar e a sala de jantar chamava a atenção para a decoração do ambiente. O tapete preto combinava com os tons da sala, enquanto uma parede de madeira suportava uma televisão de várias polegadas. O sofá era espaçoso e a mesa de jantar era de tampo de vidro escurecido. Aquele apartamento chique parecia ser mais caro do que o resto do prédio inteiro.

– Bem, eu disse para o meu pai que esse lugar era exagerado para eu usar somente de vez em quando, mas ele disse que eu precisava de uma boa base para utilizar durante minha vida adulta. – Ele disse após notar que eu estava encarando tudo dentro do imóvel com os olhos arregalados, então eu percebi minha expressão e fechei a cara. O aspirante a mimadinho da capital entrou em um cômodo que deveria ser seu quarto e voltou com meu celular em sua mão.

– Presumo que esteja procurando por isso aqui. – Ao mostrar a tela como um produto a ser vendido, eu corri para colocar as mãos no meu dispositivo e ele levantou os braços para que eu não alcançasse e não pegasse dele.

– O que será que tem de tão especial dentro dessa máquina para você estar tão desesperada para tê-la de volta? – Ele ria e eu apostava que aquilo não passava de uma maldita brincadeira para ele. Mas eu não estava. Fiquei tão irritada que pisei na ponta dos pés e empurrei seus braços longos. Ele se desequilibrou e deixou o celular cair, antes que pudesse prever meu movimento.

– Eu não acredito. – A tela estava toda rachada e o esquema de cores não funcionava direito. Quase não conseguia enxergar o que estava aparecendo no aparelho. – Você quebrou meu celular.

Eu tirei meus olhos do brilho da tela e olhei para seu rosto demarcado pela culpa, que não sabia o que fazer. – Você vai pagar o maldito conserto, me ouviu? – Eu não poderia deixar isso passar de qualquer forma. O problema é que eu não conseguia encará-lo fixamente e de forma séria enquanto ele estava sem camisa e usando apenas shorts curtos.

– Pelo amor de deus, vista uma roupa decente e volte para consertar.

– Está desconfortável perto do meu corpo esbelto, docinho? – Ele continuava rindo, mostrando um sorriso grudento e fofinho, que não combinava com seu jeito sarcástico e irritante. Muito menos com o corpo esguio, com os musculoso definidos debaixo da pele pálida e macia que ele possuía. Eu não deveria estar olhando. Malditos hormônios femininos.

– Como você aguenta ser tão insuportável o tempo inteiro? – Desviei o olhar e coloquei as mãos em cima dos olhos.

– Bem, é divertido te ver se irritando.

– Ah, eu virei um brinquedo agora?

– Apenas se você quiser. – Ele se locomoveu até atrás do aquário e voltou desembrulhando uma bala e colocando ela na boca. – Servida?

– Não, obrigada. – Cruzei os braços em frente ao meu corpo. – Só estou esperando o momento em que você vai assumir o preço do seu acidente.

– Eu levo em alguma loja ilegal e consigo um desconto com meus colegas, vai estar tudo tranquilo. – Ele mastigava a bala e sua voz saía embolada.

– Não consigo confiar em você com as mãos no meu celular. – Franzi as sobrancelhas em sua direção. Sua barriga ainda era uma péssima distração, do tipo, ele não se incomodava de ficar quase nu perto de uma pessoa que não conhecia? É, isso me fez lembrar, considerando sua amiga da manhã, ele devia estar acostumado a ser despido com desconhecidas... Só me deixava desconfortável.

Como se ele tivesse entendido o que eu estava pensando, ele pegou uma blusa social de botões do sofá da sala e colocou ao redor dos ombros. Só se esqueceu de abotoar.

– Levarei seu celular para suas mãos, princesinha, o que for melhor para você. – Ele debochou.

– Não me chame assim. – Ele apenas me causava uma sensação incômoda perto do estômago e eu não sabia reagir.

– Por quê?

– Bem, você não me conhece. E se não percebeu, esses adjetivos que você usa não têm nada a ver comigo. – Apontei para as minhas roupas desleixadas que troquei pela manhã sem pensar e estava bem consciente de que meu cabelo precisava ser lavado para retirar sua oleosidade.

– Isso chega a ser engraçado quando é você quem vive me apelidando de herdeiro Min, protótipo de bandido, rico e mimadinho, mas não vale nada e suas outras variações. Você ao menos sabe meu nome, Yezi?

Olhei para ele, intimidada. Apesar de todas as brincadeiras e má fama, não conseguia me recordar de um nome, apenas a ser referido como herdeiro do Senhor Min. Ele soltou uma risada frouxa.

– Foi o que eu achei. Então, é o seguinte, docinho, eu vou dar um jeito no seu celular, manter sua privacidade intacta, sem hackear sua senha e você vai parar de me insultar a cada cinco segundos sem me conhecer. Tudo certo?

Ele estava com o meu dispositivo então eu não tinha o que fazer.

– Tudo bem, cuide do meu celular. – Eu não sei se há uma forma de achar aquele garoto menos arrogante e mimado, mas não custava fingir que eu ia ao menos tentar. Ele sorriu levemente de lado e curvou o corpo em um cumprimento.

– Prazer em conhecê-la, eu sou Min Yoongi.

White NoiseOnde histórias criam vida. Descubra agora