Capítulo 10 🎲

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– E então ele foi embora.

– Omo!! – Ouvi o grito estridente. – Quer dizer que ele se preocupa com você!! Tão fofos! – Chanmi sorria ao ouvir o final da história como se fosse um romance.

– O que ela está fazendo aqui, mesmo? – Tapei o ouvido com uma das mãos, tentando evitar as consequências do grito.

– Bem foi você quem convidou ela. E disse que ela tinha potencial. – Moonbyul parecia um pouco incomodada com o tom e se remexeu em uma poltrona.

– E também é você – Chanyeol continuou, apontando em direção ao meu rosto.         – Que mandou reunir todo mundo aqui e está contando a mesma história pela segunda vez.

– A minha vida esteve em risco! – Me defendi, colocando a mão em meu tórax. – É um fato que eu deveria documentar para todos os meus amigos.

Ele revirou os olhos e cruzou as pernas. Hwasa e Moonbyul tentaram disfarçar uma risadinha, sentadas juntas no sofá ao lado. Chanmi se pronunciou do seu puff:

– Suga sunbaenim e a Unnie viveram uma situação de risco! – Ela sorriu. – Isso aproxima cada vez mais os dois!

– Não viaja, menina. – Olhei assustada. – Isso não significa absolutamente nada e não significa que eu odeie ele menos agora...

– Bem é o que parece, já que você aparenta estar obcecada por esse maldito herdeiro de ouro. – Chanyeol levantou a sobrancelha.

– Não é isso! – Após suas palavras me irritei. – Vocês não estão entendendo meu ponto!

– Talvez ela tenha um fraco por bad boys sentimentais. – Chanmi completou, com brilho nos olhos. – Preciso compartilhar isso com a Eunbin agora. – Ela murmurou mais para si mesma, pegando o celular no bolso.

Passei as mãos no topo da cabeça, completamente frustrada. Eles riram da minha irritação. Como se eu fosse uma palhaça.

– Até agora você não disse nada sobre essa menina, Yezi. – Moonbyul questionou do seu canto.

– É porque não sei nada pra falar dela. – Fui honesta e não abalei o astral da garota.

– Então eu começo! – Chanmi se levantou prontamente e sorridente. A menina não tinha um botão de desligar não?

– A minha dinastia vem de muito distante, sobrevivendo da guerra do Japão para conquistar a Coréia do Sul. – Ela gesticulava com os braços enquanto explicava. – Sempre tivemos pouco dinheiro, especialmente por sermos fugitivos em outra cidade. E então, a única alternativa vista pelo meu avô para sobreviver foi se tornar parte do crime organizado.

Todos olhavam com interesse para a menina. Parece que seu sorriso fácil escondia a inteligência e a seriedade que ela também sabia apresentar.

– É fácil julgar uma escolha dessas quando não é você vendo sua família passar fome. É fácil dizer que ele poderia ficar longe do perigo se você não visse o desespero que era entre cinco irmãos e seus pais que não conseguiam nem um emprego de subsistência por serem da área rural do país e nunca serem levados a sério. Muito simples dizer que há alternativas quando você não encara o desespero e a falta de opções de uma pessoa que só busca garantir o bem estar de seus familiares. Muito fácil.

A pausa deixou todos trocando olhares, curiosos e pensativos sobre tudo. Tinha certeza de que se ao menos conseguisse iniciar uma conversa com meu pai, o que era improvável, mesmo se perguntasse, ele nunca me contaria a história de nossa família. Eu não sabia de nada. E não conseguiria descobrir.

– Então, meu pai assumiu os negócios de família, casou com minha mãe e eu estou aqui hoje. Mas aí a gente entra naquele negócio de machismo, blá-blá-blá, não posso continuar com a linhagem de negócios da família e só queria dedicar minha vida a música. Dessa forma consegui entrar em contato com Chanyeol sunbaenim e vim parar aqui. Como eu planejava. – Ela sorria inocentemente e deixava todos surpresos.

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