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São três da manhã e mesmo dizendo a mim mesma que preciso ir dormir, meus olhos ignoram meus comandos e se mantém abertos. Sinto uma ansiedade por todo meu corpo junto com uma fome sem limite. Por fim decido me levantar e ir procurar algo para comer. Abro a geladeira e encontrando um pedaço da lasanha que as meninas guardaram.

Depois de comer, subo para ir tentar dormir, mas ouço um carro parando e logo em seguida indo embora. Paralisei já nos últimos degraus e olhei fixo para porta da frente. Não demorou muito para a porta abrir e Dylan passar por ela. Ele se segura firme na maçaneta como se depende daquilo para se manter em pé, mesmo estando uma distância razoável dele, consigo sentir o odor do álcool. Ele resmunga algo no mesmo momento que me olha 

-- Você está aí! -- diz se embolando nas palavras -- Opa! -- Quase cai e acha isso a piada da vez.

Dylan se segura na parede, se joga nos degraus a minha frente.

-- Eu bebi pouco, mas foi um pouquititico! -- Ele está tão bêbado que sua língua trava a cada palavra dita.

-- Não acredito Dylan! -- digo e desço os degraus parando em sua frente -- O que aconteceu para fazer você beber dessa forma? -- Digo levantando ele -- Me ajuda a te ajudar! -- digo colocando seu braço em volta do meu pescoço.

Ele fala algo mas não entendo nada e prefiro não perguntar. A cada degrau o peso do seu corpo parece ficar pior em cima dos meus ombros. Ele resmunga e por algumas vezes quase caímos.

-- Eu... -- Diz tirando o braço do meu pescoço -- Preciso ver meu filho -- Vai em direção a porta mas seguro sua cintura

-- Ele não está aqui Dylan -- ele continua forçando o corpo para frente repetindo que quer ver Noah.

Depois de muito sufoco entro no seu quarto e jogo Dylan na cama. Continua a resmungar algo que não entendo. Tiro seus sapatos os jogando no chão.

-- O que aconteceu para você fazer isso? -- pergunto sem olhar para ele.

Ele fica em silêncio e ouço ele respirando fundo com se tivesse pegado no sono. Seguro seus pés e deixo seu corpo reto na cama. Seja lá o que for que aconteceu, deve ter sinto forte o suficiente para derrubar ele dessa maneira. Dylan era um dos últimos caras que eu imaginava chegar em casa tão bêbado que precisasse ser carregado.

Passo minha mão em seus cabelos e me viro para sair do quarto, mas o sinto segurando minha mão.

-- Fica comigo! -- diz baixo com os olhos fechados -- Fica ao meu lado hoje e por todas as noites... Não me deixe aqui sozinho -- Demoro um pouco olhando para ele mas aliso seu rosto.

-- Você precisa dormir Dylan!

-- Eu preciso de você -- diz e me olha - Por favor meu amor!

Congelo mas deito ao seu lado. Ele chega mais perto, aproxima sua boca do meu pescoço e nesse momento não me importei com o odor do whisky, me preocupei com o tempo. Quis que ele parasse ali naquele instante para que eu pudesse sentir seus braços por meu corpo, sua respiração em meu pescoço, suas mãos nas minhas e deixar minha mente navegar entre as palavras que ouvi saindo da boca dele.

-- Não saia quando eu dormir -- diz baixo

-- Não vou!

-- Esteja aqui quando eu acordar -- Sorri de lado

-- Vou estar sim! -- Ele me segura mais forte, como se eu fosse fugir.

-- Eu preciso de você. Fica comigo e não vai embora Karla -- Arregalo meus olhos ao ouvir a ultima palavra -- Eu te amo!

Sinto algo estranho dentro de mim, algo resumindo em ciúmes e tristeza. Karla, então tudo isso que falou, a todo momento pensou que era essa tal de Karla. Talvez seja sua ex mulher, mãe de Noah.

O Magnata Do Meu Chefe/ DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora