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Os seguranças me reconhecem e assim passo facilmente por eles. A casa está silenciosa com apenas algumas luzes fracas acesas, subo indo direto para o quarto de Dylan, mas antes passo no meu quarto e tiro aquela roupa, visto uma calça moletom preta com um blusão de manga longa cinza, amarro meu cabelo e vou no quarto de Noah que dorme calmamente, coloco a chupeta em sua boquinha e o dou um beijo antes de sair do quarto.

Paro em frente a porta do quarto de Dylan e agora me sinto uma adolescente completamente apaixonada fazendo merda sem pensar nas consequências. Ainda tenho tempo de voltar para meu quarto e fazer de conta que nada aconteceu, mas ignoro toda minha insegurança e abro a porta.

A luz da lua ilumina o quarto deixando que eu veja o corpo de Dylan sobre a cama sem lençol. Está apenas com uma samba canção deixando a mostra seu peitoral e abdômen. Esse homem é maravilhoso e incrivelmente perfeito. Tão perfeito ao ponto de eu precisar encontrar um defeito nele. Me deito ao seu lado e me encolho fechando os olhos.

O vento frio bate em meu corpo me causando um arrepio e fazendo com que me abrace e feche os olhos. Ouço a respiração de Dylan entre o silêncio do quarto e me viro para olhar ele melhor. Meu Deus! Não sei onde eu estou entrando e o que estou fazendo, muito menos como e quando eu comecei a sentir tudo isso por ele, mas está acontecendo tão naturalmente que chega a me assustar. Depois de Jhonny eu acabei não me envolvendo com ninguém por medo que acontecesse a mesma coisa, mas antes que eu pudesse sentir esse medo ao lado de Dylan, eu já tinha me envolvido por completo sem ao menos saber.

Ver ele dormindo acaba sendo uma das melhores sensações que eu poderia sentir. Parece tão tranquilo e sereno como se naquele momento nenhum problema fosse capaz de atingir sua paz e ver isso nele é a coisa mais linda do mundo. Eu sei que assim como eu ele sofreu no amor e posso imaginar que da mesma maneira que eu esteja apreensiva com tudo isso ele também está sendo.

Entre um pensamento e outro acabo parando em minha mãe. Sim, minha mãe. A falta que ela me faz é sufocante e tem dias que sinto que parecem piorar e talvez hoje seja um desses dias. Sinto a ausência dela, da sua voz, suas historias, risadas. Minha mãe era a mais bela para mim.

Me lembro de um dia que ela e minha tia iam sair para se divertir. Minha mãe vestiu um vestido florido no qual deixava seu corpo ainda mais bonito e ficou penteando seu longo cabelo ruivo, falei que ela estava linda e que os homens olhariam para ela com admiração. Ela sorriu e falou que não precisava de homem para a vida dela, que ela já teve um grande amor que durou o tempo que tinha que durar e que agora o amor dela era todo para mim. Beijou minha testa e sorriu "você é meu grande amor meu pôr do sol". Isdo aconteceu três meses antes dela descobrir o câncer.

Sinto as lágrimas escorrerem por meu rosto e a necessidade de abraçar alguém aumenta mas não quero mexer em Dylan. Não quero ser o motivo para acabar com essa paz dele. Fecho meus olhos e coloco a mão embaixo no meu rosto.

-- Kath? -- A voz sonolenta de Dylan ecoa pelo quarto.

Abro meus olhos e o vejo com o rosto enrugado me olhando um pouco assustado.

-- Des-desculpa -- só por ver o rosto dele me toco que foi uma péssima ideia -- E-eu -- me levanto -- Vou para meu quarto! -- sinto sua mão segurando meu pulso.

-- Espera.. -- Olho para ele.

-- Foi idiotice. Esquece...

-- Está aqui faz tempo?

-- Não... Não muito -- Vejo ele coçando os olhos.

-- Então volte para o seu lugar! -- diz e encaramos um ao outro.

Sinto um nó na garganta e concordo, me viro para ir para meu quarto mas ele segura mais forte meu pulso.

-- Seu lugar é ao meu lado... Vem cá! -- me puxa e eu me deito -- Não ouse sai daqui! -- me puxa para perto do seu corpo.

O Magnata Do Meu Chefe/ DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora