15°

22.1K 1.3K 188
                                    

Dylan

Acordo e antes mesmo de abrir meus olhos, me lembro da noite passada. Do corpo de Katherine, dos seus cabelos em minhas mãos e da transa maravilhosa que tivemos. Procuro ela ao meu lado mas só me deparo com o vazio da cama.

-- Não acredito! -- Me sento

Normalmente são os homens que costumam a fazer isso, certo? Trancam e na manhã seguinte, a mulher nem sabe a que horas, ou para onde ele foi. Mas aqui parece que o papel se inverteu.

Passo a mão em meus cabelos e a imagem dela de quatro sorrindo enquanto olha em meus olhos não sai nem por um segundo de minha mente, percebo que estou sorrindo.

Vou direto para o banheiro tomar um banho e com sorte, ela talvez esteja lá embaixo preparando algo para comermos vestida apenas com alguma blusa social minha. Eu acharia maravilhoso. Visto uma samba canção preta e deixo o cabelo molhado. Quando pego meu celular na escrivaninha, percebo um papel rosa colado ao abajur, escrito

"Sinto muito sair sem avisar, mas precisei ir cedo para casa. Antes de sair vi que Noah ainda dormia tranquilamente. Tenha um bom dia.
Katherine"

Essa mulher mata qualquer um. Coloquei o papel dentro da gaveta e vi que são 6:39. Vou para o quarto de Noah e me deparo com ele já acordando com um belo sorriso no rosto. Não importa quantas vezes ele sorria, mas a cada vez eu me apaixono ainda mais.

-- Bom dia! -- Pego ele no colo e logo um odor toma conta do ambiente -- Meu Deus, o que você andou comendo? -- Ele continua sorrindo me olhando.

Tirei aquela fralda dele e logo o dei um banho. Vesti nele um macacão azul marinho. Ouço meu celular tocando, termino de pentear o cabelo de Noah que insiste em não abaixar e passo um perfume em seu pescoço. Pego o celular no berço e atendo

-- Alô? -- Dou o coelhinho para Noah enquanto saio do quarto

-- Vamos almoçar hoje filho! -- Como sempre minha mãe diz com sua voz doce de quando quer algo. E sei bem o que ela quer.

-- Ok. Qual restaurante? -- Desço as escadas

-- Que tal um de comida japonesa?

-- Escolha o lugar e me mande a localização

-- Ta bom filho, beijos!

Coloco Noah na cadeirinha e logo ele começa a chorar. Faço o seu leite no mesmo tempo que frito ovos para mim.

-- Tenha calma rapazinho -- Ele chora alto

A paciência desse menino é igual a minha. Zero. Dou sua mamadeira e me sento ao seu lado para comer ovos, pão tomar um suco. Mas Noah come praticamente todo meu pão todo com o meu suco. Esse menino tem um buraco negro no estômago.

******

-- Meu neto é tão lindo! -- Minha mãe toma Noah do meu colo no momento em que chegamos perto -- Que roupinha linda! -- Ele está com uma jaqueta vinho com mangas cinzas, uma calça jeans e um tênis combinando com a jaqueta. Um nojo.

-- Cadê a Darla? -- Minha mãe ainda brinca com Noah

-- Lá dentro -- Entramos no restaurante oriental.

Fizemos nossos pedidos, eu fico observando minha mãe e minha irmã brincando com Noah, dando toda atenção a ele. Ele não teve sorte de ter uma ótima mãe, mas em vez disso, tem uma avó maravilhosa e uma tia que o amam. Lembro da pergunta que Katherine me fez e não sei como responder. Não sei o que sinto por ela, ao mesmo tempo que ainda a amo eu também a odeio. Não sei o que sinto.

-- Você está mais calmo? -- Darla pergunta

-- Estou. Não se preocupem -- Ambas me olham

-- Parece mesmo. Parece mais.. Como posso dizer? Feliz!? -- Diz minha mãe animada e Darla concorda rapidamente

-- Gostaria de contar o que aconteceu irmão? -- Vejo um sorriso formando em seus lábios. Elas sabem que aconteceu algo, só não sabem o que. Agradeço por isso.

-- Desde quando eu conto minha vida pessoal para vocês? -- Sorrio e elas também.

-- Como sempre! -- Diz minha mãe revirando os olhos.

-- Aposto que tem mulher no meio -- Darla diz rindo -- Né pequenino -- Brinca com a mão de Noah

-- Vou deixar vocês imaginando -- Sorrio

Comemos e logo saímos. São quase três da tarde e só planejo ir para casa logo, colocar Noah no berço que já esta dormindo e assinar alguns papéis.

-- Filho -- Encaro minha mãe -- Precisamos conversar sobre Bruce -- Fico sério

-- Não, não precisamos -- Me viro sem dizer mais nada indo para o carro.

-- Vocês são irmãos. Não podem ficar assim para sempre Dylan

-- Deixamos de ser irmãos a muito tempo e sim, eu posso -- Coloco Noah na cadeira e entro no carro sem me despedir indo embora.

Eu não entendo. Porque ela quer tanto que eu perdoe meu irmão? Ela não entende o que ele fez? O que eles fizeram? Se fosse realmente meu irmão, não olharia para minha mulher daquela forma e nem se deitaria com ela.

Ele fez a escolha dele e eu estou fazendo a minha. 

O Magnata Do Meu Chefe/ DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora