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DYLAN

-- Puta merda -- diz Patrick -- E tu aceitou? Mano!

-- Não tive escolha -- revirei os olhos -- Ela sabe o que dizer para conseguir o que quer -- digo por fim

-- Qual foi a desculpa dessa vez? -- senta em minha frente cruzando as pernas

-- Os pais dela... Eles a expulsaram quando voltou.

-- E porque ela não pagou um lugar?

-- Pelo o que entendi, eles também bloquearam a conta bancária dela e não vão dar nenhuma ajuda -- pego alguns papéis -- Não posso deixar a mãe do meu filho na rua -- vejo um sorriso irônico no rosto dele

-- Você que sabe -- levanta -- Mas esteja pronto para o que der e vier. Você sabe que a Karla é manipuladora -- bate em meu ombro antes de sair

Eu sei bem como ela é, mas não consegui dizer não a ela quando me contou que não tinha para onde ir. Eu só espero que ela se comporte e que Katherine não estranhe sua presença.

Não há uma noite se quer que eu consiga dormir sem ela ao meu lado. Ontem quando terminei o que tinha que fazer fui para meu quarto mas antes de entrar senti falta de seu calor e então fui até onde ela estava. Ouvi a mesma dormir, deitei devagar ao seu lado, beijei sua cabeça e a abracei, juntando assim nossos corpos. Dormi ao lado dela sempre é uma experiência inesquecível, espero fazer isso pelo resto da minha vida.

****

Cheguei em casa quase anoitecendo, o silêncio é evidente quando abro a porta.

-- Querido -- Karla está sentada nas escadas -- Chegou bem? -- vem até mim, tira meu blazer e pega minha bolsa.

-- Por que estava na escada? -- ela sorri

-- Esperando você bobinho -- toca minha bochecha e sai.

Vejo ela subindo,e sei que esta aprontando algo

-- Ei - para no ultimo degrau -- Venha tomar um banho para comer -- sorriu e sumiu entre o corredor

Termino de tomar o banho. Visto um calção preto junto a uma camisa branca e desço logo depois de passar perfume e arrumar meu cabelo. A mesa está perfeitamente posta com variedades de comidas.

-- Venha -- Karla me chama animada

-- Pra que tudo isso? -- me sento na frente dela

-- Percebi que você perdeu peso quando eu estava fora ... -- interrompi

-- Dormindo com meu irmão sabe se lá onde -' digo pegando um prato sem olhar para ela

-- Enfim - sorriu novamente -- Pedi para Adeline faz um jantar caprichoso.

-- Não vamos comer tudo isso, pra que tanta coisa?

-- Não precisa. As empregadas depois comem -- diz com um sorriso no rosto enquanto pega um pão.

-- Minhas funcionárias não comem resto -- encaro ela fixo

-- Seja como for -- morde o pão

-- Cadê meu filho?

-- Nosso filho - me olha continuo sério -- Coloquei para dormir! -- sorriu

-- Você conseguiu?

-- Claro bobinho, não é difícil -- disse vitoriosa.

-- Onde esta Katherine? -- ela não me olha

-- A babá? Acho que na cozinha -- da de ombros.

Termino de jantar e subo para ver se Katherine está melhor, mas antes de entrar no seu quarto, ouço sua voz cantando uma canção de ninar. Tão calma e serena. Abro a porta e vejo ela de olhos fechados, sentada com Noah no colo, ele murmura enquanto segura o dedo dela. Ela sorri, não com a expressão facial mas sim, com a alma. Ela abre os olhos e um sorriso surge em seus lábios e logo sinto os olhos grandes do meu filho sobre mim. Ele sorri e todo o sono sumiu naquele momento, abre os braços enquanto dá gritinhos finos.

Sorrimos olhando um para o outro e então ela me dá ele.

-- Oi filho! -- digo beijando seu rosto -- Dando trabalho é? -- ele sorri e brinca enquanto encho ele de cheiro e beijo.

-- Acho que hoje vai ser uma noite daquelas -- diz ela sorrindo parecendo preocupada.

-- Ele não dormiu?

-- A senhora Karla colocou ele para dormir de tarde por volta das 18:40 e ele acordou agora -- diz e faz um cara -- Não vai dormir tão cedo.

Está estampado em seu rosto o cansaço do dia. Olheiras fundas a baixo do seus olhos.

-- Sabe -- ajeito Noah no meu colo e abraço ela dando um beijo no topo da sua cabeça -- Porque não vai para casa descansar um pouco? -- ela me olha

-- Mas... -

-- Relaxe, eu dou conta -- Sorrio -- Volte amanhã lá para as 10:00 somente.

-- Dylan, eu não posso!

-- Claro que pode, eu sou seu chefe -- sorri -- Ande, se arrume que vou levar você -- um sorriso de lado aparece em seu rosto.

-- Obrigada -- beijo sua testa e ela fecha os olhos.

Katherine sai dos meus braços no mesmo momento em a que porta do quarto se abre. Karla nos olha desconfiada.

-- Porque demorou querido? -- olha para Katherine -- Porque você não esta com ele? Você que é a babá e não Dylan... -- vem em nossa direção -- Ele trabalhou o dia todo, não tem consciência? -- faz partida para pegar Noah.

-- Ele é meu filho Karla. Para de fazer tempestade em copo d'água -- me olha -- Katherine, vamos. Darei carona -- ela me olha e concorda saindo do quarto.

-- Carona para onde? -- devia o olhar de Kath e para sobre mim

-- Para casa dela -- me viro e pego a fralda e o coelhinho do meu filho.

-- Porque? Ainda é quarta. Quem vai cuidar de Noah? -- A encarei fixo.

-- Você -- Karla arregalou os olhos

-- Eu? Mas... -

-- Sim, você. Se estivesse presente na vida do meu filho saberia que ele tem hora para dormir e para acordar. Você teimou com Kath e o colocou para dormir fora de horário -- faço partida para sair do quarto e paro -- Ele será sua responsabilidade hoje e sua chance de me provar que realmente quer mudar -- continua me olhando

-- É sério isso? -

-- Eu nunca brinco -- saio do quarto batendo a porta atrás de mim.

******

Viemos o caminho todo em silêncio, hora ou outra Noah "falava" e Katherine respondia sorridente. O amor que ela da para meu filho foi o que me fez amar ela. Sim, amar, porque o que sinto por ela não tem condição de ser apenas "gostar"

-- Chegamos -- diz e me olha -- Amanhã eu estarei lá as 10:00 -- sorriu

-- Não estarei em casa mas mande mensagem assim que chegar -- sorriu novamente

-- Estou sem celular, lembra?

-- Ainda não comprou? -- pergunto com a testa franzida.

-- Claro que não -- sorriu

-- Tá bom

-- Até amanhã meu bebezinho -- faz carinho no meu filho e ele sorri -- Até amanhã meu amor -- acabei sorrindo com a última palavra.

-- Assim me fez lembrar que não terei você essa noite -- sorrimos um para o outro tristes.

-- Amanhã matamos a saudades -- me dá um selinho rápido

Puxo ela para mais perto e a beijo apaixonadamente como se fosse nosso último beijo.

-- Se cuida -- digo e ela concorda

Sai do carro e atravessa a rua correndo, antes de entrar no prédio, olhou para trás e sorriu.

-- Acho que estou realmente apaixonado por ela -- falo e vejo ela sumindo -- O que acha dela como sua mamãe filhão? -- olho para Noah que sorri para mim batendo palminhas parecendo entender o que eu disse -- É, vou pegar isso como uma resposta positiva -- liguei o carro e fui para casa.

O Magnata Do Meu Chefe/ DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora