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Estou dentro de um táxi escutando o que parece ser um clássico dos anos 70, daqueles que dão sono só de ouvir. Percebo a quanto perdida estou e não me refiro a um lugar específico, mas sim perdida na vida.

Somos feitos de sonhos, mas quando não os temos, não somos ninguém, infelizmente parece ser assim que tudo funciona. Há apenas alguns meses eu era feita de esperanças, uma garota sorridente e mesmo que a vida me batesse eu levantava com um sorriso no rosto, sacudida a poeira e saia de cabeça erguida, no entanto, eu não sei mais se sou assim.

Perdi minha mãe que a vida tão cedo, escolheu levá-la e nem falarei do 'meu pai' o qual nem fez questão de ficar para eu poder o conhecer.

Contudo, a única família que ainda me resta é minha querida tia, a mesma que ficou em Boston torcendo para eu conseguir algo melhor. Agora estou de volta a Nova York tentando achar um motivo, ou sei lá o que para que eu não continue me sentindo tão perdida como estou.

— Senhorita? — O tom grave da voz do taxista me tira dos meus pensamentos — Chegamos — Um sorriso doce aparece no rosto daquele senhor.

— Ah claro, obrigada — Dei um sorriso lhe pagando pela corrida.

Subo as escadas em passos curtos e desanimados, já que novamente estou voltando para casa sem ter consigo um trabalho. Tem apenas quatro meses que voltei para essa cidade, mas parece que o universo decidiu se pôr contra mim, só pode ser isso.

— Tudo bem? — Me esbarro com Allan quase em frente da porta de casa.

— Sim! — Sorrio triste, na verdade, não estou nada bem.

— Venha, vamos entrar — Ele passa em minha frente e vai abrindo as portas.

Allan é meu colega de quarto, dividimos esse apartamento no subúrbio com três quartos, sala, cozinha, um banheiro e uma vista deslumbrante para um pequeno parque.
É um rapaz lindo, de sorrisos fáceis e de energia positiva d é simplesmente aquele amigo que todo mundo precisa ter. Sabe como tratar uma pessoa bem e deixar seu dia ainda mais incrível.

— Não pode ter sinto tão ruim assim Kath — Sento no sofá ao seu lado com as pernas cruzadas e a cabeça apoiada nas costas do mesmo, olhando para o teto.

— Tem razão, foi um terror — Rio da minha desgraça e ele ri da cara de tristeza que eu faço.

— Sério, não pode ter sido tão horrível! — Bebo um pouco do chocolate quente que ele me entrega enquanto esquento minha mão na xícara.

— Ela olhou na minha cara e disse que "Infelizmente senhorita Lee seu currículo não corresponde a nenhuma das nossas vagas, realize melhorias nele e depois volte aqui... Tenha um bom dia" — Allan ri da voz fina e da cara de nojo que faço.

— Fique calma, logo, logo você arruma um emprego e tudo dará certo — Passa a mão em meu joelho fazendo carinho.

— Sim, vai — Sorrio e bebo mais do chocolate — Espero mesmo.

— Não precisa se preocupar, até arrumar um, dá para eu ir pagando o aluguel sozinho — Passa a mão em meu ombro efetuando uma massagem maravilhosa.

Allan é incrível, e nesses últimos meses é ele que está me ajudando. Após dois dias que cheguei em Nova Iorque, vi em um jornal um aviso de um apartamento para dividir no Brooklin, então entrei em contato, mas fiquei apreensiva por saber que seria com um rapaz. Entretanto, quando nos conhecemos foi amizade à primeira vista, nos damos muito bem de primeira, e sem falar que o apartamento é fantástico e o preço maravilhoso.

— Espero arrumar o mais rápido possível — Digo já indo para cozinha e ele me segue.

— Que tal uma pizza? — Olho para o mesmo sorrindo — Com bordas recheadas! — Ele diz me agradando mais ainda.

O Magnata Do Meu Chefe/ DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora