Capítulo - 26

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Clara

   —Volto.

    Vejo a surpresa em seu olhar, ele abre e fecha a boca acredito que encontrando palavras.

   —Volta?

   —Sim - digo e vejo seu sorriso se abrir.

   —Eu sou o cara mais feliz dessa vida - ele vem até mim e me beija.

    Nos separamos quando o ar se faz presente, e ele começa a distribuir beijos por meu rosto.

   —Mas você tem que me prometer que aquela cena não vai se repetir promete para mim?

   —Prometo - ele me beija de novo - te amo.

   —Eu te amo.

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   —Estava com tanta saudades suas - Lucas diz distribuindo beijos por minhas costas.

    Depois da nossa reconciliação, aqui estamos, no quarto dele estou deitada de barriga para baixo e o lençol cobre nossa nudes.

   —Eu também não quero nunca mais ficar longe de você.

   —Minha sweet girl - Me viro para ele e o beijo.

   —Ta tudo tão bom mas preciso ir para casa, minha mãe mandou eu chegar cedo, não queremos o papai bravo.

   —Tudo bem eu te levo.

   —Não precisa.

   —Precisa sim, não quero você andando de taxí uma hora dessas, vou te levar.

   —Ta bom, mandão - lhe dou a língua e ele gargalha me roubando um beijo.

    Ele se levanta da cama e começa a se vestir me obrigando a me vestir também.

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    Lucas me deixou em frente ao prédio logo após no despedirmos entrei em casa e encontrei meus pais na sala.

   —Cadê as crianças? - perguntos aos dois, após os cumprimentarem.

   —Estão dormindo,jantaram e capotaram, estavam cansadas e você parece feliz - minha mãe comenta e sorrio.

   —Eu e o Lucas fizemos as pazes.

   —Que bom, espero que ele não apronte com você, se não vou ter uma conversinha com ele - papai diz e mamãe RI.

   —Vou fazer pipoca - minha mãe levanta e caminha para a cozinha.

   —Ta feliz?

   —Sim pai.

   —Isso que importa - escutamos a campainha tocar, e me levanto para atender.

    Assim que abro a porta, minha boca se abre em surpresa. Faz tanto tempo, desde a última vez que a ví.

   —Sandrinha? - escuto a voz do meu pai atrás de mim, mas não consigo emitir nenhum som.

    A mulher que me teve aqui na minha frente, ela me olha, seu rosto tem um pouco dos sinais da idade mas continua a mesma, apesar do tempo eu a reconheceria.

   —Eu mesma, será que posso entrar? - ela pergunta e escuto um barulho de algo quebrando.

    Olho para trás, vendo a vasilha que continha a pipoca espatifada no chão e minha mãe surpresa igual a nossa.

   —Mãe!  - corro até ela, e seguro suas mãos geladas.

   —Anna você ta bem? - escuto papai pergunta.

   —O que essa mulher ta fazendo aqui? - minha mãe pergunta.

   —Desculpa, eu não quero incomodar Anna, só queria falar com vocês, é rápido, estou de viagem marcada saíndo daqui vou para o aeroporto.

   —O que você quer aqui Sandrinha? - meu pai pergunta e ela entra, caminho até a porta a fechando.

   —Bom, eu....  Depois que sair da cadeia por ter atropelado a Anna, fui embora daqui, não tinha planos de volta, só que recentimente descobri que estou muito doente e tenho pouco tempo, e decidi fazer a coisa certa, algo que já devia ter feito a muito tempo.

   —Do que você ta falando? - pergunto sentindo que algo não muito bom está por vim.

   —Clara não é sua filha Felipe.

   —O que? você ta mentindo - meu pai diz transtornado e sinto meu peito doer.

   —Eu fiquei com um cara em uma festa, no outro dia não lembrava quem era, duas semanas depois descobri a gravidez. Meus pais nunca ligaram para nada além deles, mas se a filhinha aparecesse grávida de um cara que ela nem conhece eles me jogariam na rua sem pensar, sai para beber - sinto minha lágrimas rolarem - Te encontrei lá. O cara mais popular da escola bêbado porque brigou com a namoradinha, te ofereci minha ajuda e você aceitou e te levei para casa - ela da uma pausa.

   —Continua - minha mãe diz soluçando, meu pai olha em choque para a mulher na nossa frente e sinto meu peito doer.

   —Chegando lá você capotou, dormiu,  eu aproveitei a chance tirei minhas roupas, simulei fotos nossas e dei para a Anna, no outro dia você acreditou que dormimos juntos e também acreditou que o filho era seu, me livrei da Anna, mas você não me quis, você era o pai perfeito rico, meus pais iriam amar, só que você não me quis, você só queria a Anna, você achou normal a Clara ter nascido prematuro, uns tempos depois larguei a Clara nas suas mãos e fui embora, meus pais não ligavam para mim mesmo.

   —E por quê você não falou para o juiz que a Clara não era minha, quando você queria a guarda para agradar seu marido na época? - minha mãe pergunta.

   —Meu marido naquela época iria me abandonar se soubesse da verdade e eu precisava do dinheiro.

   —VOCÊ TRM NOÇÃO DO QUE VOCÊ FEZ, A ANNA ME LARGOU POR SUA CAUSA, EU SÓ NÃO FAÇO O QUE VOCE MERECE PORQUE VOCÊ ME DEU A CLARA QUE É TUDO QUE EU MAIS AMO NA VIDA.

   —VAI EMBORA DA MINHA CASA - minha mãe grita chorando e me entrego as lágrimas.

   —Me perdoem por tudo que fiz de verdade - ela segura sua bolsa, caminha até a porta e para na minha frente - Você se tornou uma mulher linda, uma pena que eu não soube te ter como filha.

   —Foi a melhor coisa que você fez, tenho uma mãe  e uma pai maravilhosos.

    Ela saí e fecho a porta indo até meu pai o abraçando e choramos assim sinto os braços da minha mãe nos abraçar.

   —Você é minha filha, minha.

   —Você é meu pai não importa o que essa mulher disse.

 

Apenas mais uma amizade - Livro 4 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora