Um lugar seguro.

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Voltei! Desculpa pela demora e desculpe dizer que vai continuar assim por um tempo... Espero que gostem!

- Emma -

Meus olhos já começavam a voltar a doer depois de tanto tempo olhando para a tela do computador. Mesmo tendo saído da escola e sentado em um banco qualquer da praça ali perto, mesmo com aquele ar fresco me cercando, assim como o verde das árvores, eu queria socar a tela e jogar todo o dispositivo no chão. Dramática, eu? Nunca.

Já havia um tempo que meus pais estavam pegando no meu pé para que eu enviasse minhas aplicações para algumas faculdades. Meu pai, obviamente, queria que eu me inscrever-se na Duke University, a faculdade que ele frequentou quando jovem. Já minha mãe queria que eu me inscrever-se na Universidade de Montreal, onde ela passou os melhores anos de sua vida antes de conhecer meu pai, ela diz.

Eu entendia que as minhas notas estavam muito melhores. E com muito, quero dizer, impressionantemente altas. Meu novo psiquiatra, o Dr. Hopper (alto, usa uma bengala mesmo não precisando, parece muito com aquele gafanhoto de Pinóquio, mas é parece ser uma ótima pessoa) diz que depois que eu me assumi e um grande peso foi retirado de cima de mim, eu consegui, finalmente, demonstrar interesse em outras coisas que não fosse basquete ou qualquer outra coisa que meu subconsciente diria que era "coisa de macho". Eu concordava com ele nisso, já que eu descobri que matemática não é tão ruim, na verdade, é simplesmente fascinante. Os meus resultados finais do ano anterior me mostraram que a minha mãe sempre esteve certa: eu era mais inteligente do que eu pensava.

Mesmo com meus pais tendo preferências diferentes de onde eu iria estudar, eu já não fazia ideia do que fazer com a minha vida. Eu já havia apagado umas 20 vezes a minha redação de inscrição e não estava nem perto de saber para quais faculdades eu a mandaria. Outra página estava aberta no meu computador, mas eu não cliquei. Sempre que eu a olhava, parecia que eu havia colocado dois abafadores de som no ouvido e tudo ficava em câmera lenta.

— Uau... — fechei o computador incrivelmente rápido ao ouvir uma voz do meu lado. — Sua redação está bem... bom, não existente — eu sabia que era Ruby sentada ao meu lado. Eu reconheci sua voz, sua risada logo após sua fala e... bem, eu me virei para ela.

— Você não devia estar na aula de Francês? — perguntei, tentando acalmar meu pobre coração assustado.

— Sim, mas ela preferiu ficar comigo. — Aquela voz britânica era inconfundível. Se sentou do lado de Ruby com um grande sorriso.

— Oi Zelena.

— Olá, pequenina!

— Pequenina? — Ruby gargalhou. — Mamãe diz que ela é superdotada.

— Ruby! — Era tarde demais, Zelena já ria horrores. — Ah, quer saber? Eu nunca vou conseguir te controlar, tenho que me conformar com isso — dei de ombros.

— Demorou apenas 14 anos, mas ela finalmente percebeu! — comemorou me abraçando de lado.

— Mas sério. Você devia estar em aula.

Pra quê? Nous parlons. (Falamos fluentemente).

— Couramment peuvent te reprenne pour manque (Podem te reprovar por falta).

— Avec ce visage? Jamais. (Com esse rostinho? Nunca).

— Uau... — saímos de nossa pequena conversa com o comentário de Zelena. — Isso é muito sexy.

Não consegui me conter e fiz cara de nojo.

— Zelena, por favor! Ela continua sendo minha irmãzinha, eu tenho que escutar essas coisas?

Ele não sou eu.Onde histórias criam vida. Descubra agora