Ele não sou eu.

Controle - Parte 1

- Regina -

Estávamos a uma pequena distância de Storybrooke quando começou a chover. O carro estava em um silêncio mortal e a tensão pairava no ar. Sim, estávamos animadas com a chegada de um novo Swan, mas a alegria havia se extinguido após Zelena ter uma briga com Ruby por mensagem enquanto estávamos abastecendo. Eu a olhava pelo canto do olho, tentando decifrar a feição de minha irmã, mas eu não conseguia.

— Você está bem? — perguntei, a acordando de seus devaneios.

— Sim, sim... — respondeu,

— Não parece que está bem. — Ela suspirou.

— Apenas os mesmo problemas de sempre.

— Ainda estão discutindo sobre como contar para o David e para a Mary sobre vocês duas?

Ela assentiu.

— Nós sabemos que ela precisa fazer dezoito anos antes, mas fica cada vez mais difícil de esconder... e eu realmente não gosto de mentir para eles.

— Devia ter pensado nisso antes de transar com a filha deles.

Eu não deveria ter falado aquilo, pensei que apenas ficaria em minha mente, mas apenas escapuliu. Ela revezava seu olhar entre mim e a pista, com um semblante confuso e magoado.

— Se quer falar alguma coisa, apenas diga.

— Zelena, eu não quis-

— Quis sim — insistiu. — Apenas fale!

— Eu acho que vocês cometeram um erro. — Apenas falei. — Não estou dizendo que eu não as apoio. Eu amo as duas e eu amo o fato de que vocês são um casal, mas... ela é menor de idade! — A encarei. — Ela é uma adolescente, mas você não é. Consegue muito bem se controlar. Agora estão mentindo para as pessoas que nos receberam de braços abertos.

— Você acha que eu não penso nisso? Não sei como é errado?

— Bom, parece que não. Olha a situação que você se meteu! — Suspirei e diminui o meu tom de voz. — Eu sei que você a ama, e que ela te ama. Mas isso que vocês fizeram, o jeito que levaram esse relacionamento... é errado.

— Eu sei...

— E isso é o que mais me irrita! Você sabe que é errado e, mesmo assim, fez tudo o que fez. Eu te amo, e eu sempre estarei aqui para você. Sempre vou te apoiar... mas não consigo concordar com isso.

Ela não respondeu. Ficamos em silêncio. Meu coração estava pesado. Tudo que eu havia falado era verdade, mas não era o momento de ser dito. Eu sabia que havia a magoado, era óbvio. Após um tempo ela parou o carro no acostamento. Respirou fundo e me encarou.

— O que eu faço? — Era uma pergunta genuína. Seus olhos estavam marejados. Eu odiava ver minha irmã daquele jeito.

— Eu não sei. Eu sou sua irmã, só quero te ver feliz... desculpa ter jogado tudo em cima de você. Eu não tinha o direito de te julgar.

— Regina, eu fui a que perguntou, você apenas respondeu sinceramente. Eu... eu acho que vou terminar com a Ruby. De verdade.

— Zelena...

— Não foi o que você disse. Eu tenho pensado nisso a um tempo. Desde o baile, na verdade. Ruby merece alguém da própria idade, merece viver mais.

— Mas... você a ama...

— As vezes você precisa fazer decisões difíceis pelas pessoas que você ama.