Capitulo 3 - Leonel

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Fechei um negócio incrível, tenho certeza que papai vai ficar nas nuvens com mais essa fusão, gosto de vê-lo feliz e orgulhoso de mim que agora sou seu único filho. O que está  me tirando do sério é essa maldita entrevista com o representante dessa tal ONG suburbana, são exploradores isso sim! sinceramente não sei o porque disso, por mim eu só depositava o dinheiro e pronto, o que já é muito, pois se dependesse da minha boa vontade nem isso eu faria, não sei porque papai insiste tanto nessa palhaçada de beneficiar um povo que ajudou a matar o Ben, foi lá no meio daqueles marginais que meu irmão morreu e ele vem com o discurso moralista de que é por isso que quer tanto ajudá-los, que quer salvá-los da criminalidade, que meu irmão estaria feliz com isso e blá blá blá... Pra variar o infeliz do representante, quer dizer uma linda gostosa mas mesmo assim infeliz representante chegou atrasada, eu não tolero atrasos, já a chamei com a intenção de colocá-la no seu devido lugar. A desclassificada entrou na minha sala, e eu fingi não notar quando pelo perfume a senti se aproximar, fiz questão de demostrar e pontuar o meu despreso por ela e sua ONG, debochei friamente da sua cara várias vezes. Surpreendente fora o seu ato de não abaixar a cabeça como a grande maioria do meu meio faz diante de mim, me respondeu a altura e educadamente, somente quando a ofendi foi que vi uma mudança drástica em suas feições, parecia não acreditar no que ouvia. O estopim com certeza foi quando eu falei sobre seus pais, eu os usei para atingir, perfurar sua capa de proteção e ela desmoronou na minha frente, desabou em lágrimas, chorando e soluçando alto,  não conseguiu se controlar... E eu ao perceber sua fragilidade, e os danos causados pela minha língua grande, foi como se uma lança estivesse rasgando meu interior ao meio, eu nunca me senti assim por ninguém, mas uma menina tão linda e delicada, confesso que não merecia ser tratada com tanta hostilidade por mim, se veio da favela ou não o que importa? Ela não me fez nada e esse não sou eu. De fato eu me senti um mostro insensível quando a vi correndo porta a fora. "Preciso fazer alguma coisa." Era só o que pensava.

- Margô peça a segurança que impeça a saída dessa moça da empresa e a traga de volta a minha sala. - digo num tom deseperado demais pro meu gosto.

- Sim senhor - ela responde e eu desligo o telefone.

Após 10 minutos o telefone toca...

- Senhor, a senhorita se recusa a voltar a sala do senhor e disse que fará.... Segundo a mesma um "Barracooo" se não a deixarem sair. - Margô diz num tom apreensivo. É, não vai ter jeito, eu mesmo vou ter que concertar essa porra.

- Obrigado por avisar Margô, eu mesmo vou resolver isso. - desligo o telefone e sigo em direção a portaria.

Quando chego avisto uma loirinha linda... indo pra cima a murros de um dos meus seguranças, como não reparei antes, na verdade eu reparei, mas agora vejo melhor os detalhes, ela é dona de um corpo escultural é magra mas cheia de curvas da maneira mais instigante e sensual que já vi, é branca mas tem um bronzeado diferente, isso só torna a cor dos seus olhos e cabelos mais bonitos é uma típica brasileira, com belos seios e bunda, uma bela bunda...Tô de pau duro no meio da portaria da minha empresa por causa dessa loirinha favelada e gostosa. Cristo! Definitivamente este não sou eu.

- Me solta seu imbecíl, eu só quero ir embora. - a escuto dizer gritando e voltando a chorar enquanto vou me aproximando...

- O que está acontecendo aqui? - digo já sabendo a resposta.

Ela não responde apenas permanece de costas e calada.

- Senhorita peço que me acompanhe até a minha sala - murmuro calmamente.

- Não vou!! - diz alto,

Isso já está me irritando...

- Por favor senhorita - insisto mais uma vez.

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