Capítulo - 13 Tina

2.7K 222 14
                                    

Vontade de matar, picar e marinar um tal de Leonel Benevenutti, é isso que eu estava! Ô homem bipolar! Numa hora estava me tratando com o maior carinho do mundo, como se eu fosse única e noutra já estava me ignorando, me deixando no vácuo, quase "sentei"a mão na cara dele dentro daquele teatro Amazonas, só não o fiz porque tinha muitos reporteres, imprensa, e eu tive a consideração de resguardar a sua imagem. Ah mas ele vai ver só, ele não perde por esperar, não é só porque eu "dei" pra ele, que vai me tratar igual a uma cadelinha descartável e imprestável.

- Não vai falar comigo? - perguntou dirigindo sem olhar na minha direção e eu permaneci olhando pra janela em silêncio.

- NÃO VAI FALAR COMIGO? - aumentou o tom de voz e dessa vez olhou em minha direção.

- Me obrigue! - cruzei os braços e fechei mais a carranca.

- Não querida, não sou homem de obrigar, sou homem de convencer, de persuadir... - passou a mão pelas minhas pernas, em direção as minhas coxas, sorrindo com malícia.

- Você é um idiota, isso sim! E tire as mãos de MIM! AGORA! - gritei

- Os ares da Amazônia estão te transformando em uma tigresa! - pegou no meu queixo - Isso me excita! Pena que estamos indo embora amanha!

Ignorei seu comentário, fizemos todo o caminho em silêncio e eu ainda estava muito PUTA quando chegamos ao hotel, andei quase correndo na sua frente, peguei o elevador e ao chegar no meu quarto me tranquei. Fiz tudo meio Whitney admito.

- Tina abra essa porta! - pra quê abrir se ele está quase a derrubando a murros?

- Ô Leonel, RACHA FORA DAQUI TÁ LEGAL?! Volta pro seu quarto por favor! Não to afim de falar com você. Me deixa em paz! - Suspirou raivosamente

- Olha aqui garota, estou muito velho pra tolerar suas piraças, fomos convidados para um evento, um festival, então esteja pronta as 19:30, vai ser melhor pra você me obedecer. - enquanto ele falava, eu o imitava gesticulando atrás da porta.

- É uma ameaça Leonel?.

- Entenda como quiser... Só não brinque comigo Tina, Você vai se queimar!

- "Demorô, tô tremendo nas bases" - digo rindo pra provoca-lo.

- Vista essa merda e não demore! - ele grita e eu ouço um forte arranco na maçaneta.

Abro a porta lentamente temendo o pior, olho pela fresta e nem sinal do enfesadinho, aos meus pés está caída uma camiseta vermelha, ao pega-lá percebo que o tal evento que ele quer me levar é o festival de Parintíns, na ala do Boi Vermelho - Boi Garantido, já vi o festival algumas vezes pela TV, mas pessoalmente é outra história, deve ser mágico, nunca vi nada tão grandioso de perto, acho que ao menos pra isso o dia de hoje vai me servir.

- Vai a merda Leonel Benevenutti - murmuro mostrando o dedo do meio em direção a porta do quarto dele antes de retornar ao meu.

Vesti um shortinho branco jeans e desfiado que normalmente uso no baile, customisei a camiseta como se fosse um abadá, pedi uma tesoura ao serviço de quarto e a cortei ombro a ombro, a vesti e no corpo a amarrei dando um nó na parte das costas deixando a barriguinha de fora, coloquei uma das orquídeas de cor branca que estavam em um dos vasos do quarto atras da orelha e nós pés usei minha velha de guerra gladiadora dourada, marquei os olhos mais ou menos da forma que a jô me ensinou e fui pro abate na jaula do Leão.

- Entre Tina! - Leonel grita assim que me aproximo da porta! Credo esse homem tem parte com o capeta tenho certeza, como ele pode saber que tinha alguém aqui? E que era justamente eu? Tá tudo bem que já tinhamos combinado esse horário, mas eu nem cheguei a bater na porta...

Sem FronteirasOnde histórias criam vida. Descubra agora