Sem Fronteiras

Capítulo 14 - Tina

Chegamos na Segunda de manhã e com a minha folguinha extra, aproveitei o resto do dia para ir descansar, me reorganizar, acertar os ponteiros lá em casa, estava até imaginando o tamanho do furacão Katrina que deveria ter passado por lá.... O tamanho da bomba de Hiroshima/Nagasaki atirada bem no centro da minha sala! Sempre foi assim, eu não podia ir na esquina que a minha casa "virava" uma zona, a Whitney a transformava numa zona, era festinha de madrugada pra cá, coleguinhas, namoradinhos, ficantes aprendiz de traficantes pra lá, tudo na maior "moita" com os dois bocós da minha madrinha e do meu irmão só olhando "qui" nem dois patetas, como se não enxergassem um palmo na frente do nariz, figindo que não era com eles...Conclusão sobrava PRA MIM por ordem no "galinheiro". Subi o morro rezando, mas Graças ao bom Deus, as notícias foram inacreditávelmente boas, me parece que a encrenqueira da minha irmã resolveu cooperar, então tudo estava na mais perfeita e santa paz do senhor, nem parecia o mesmo barraco! Entrei e tudo estava silencioso e limpinho demais, Whit caída no sofá babando nas almofadas e roncando, nem vi a sombra do John que certamente deveria esta na dinda ... Sim, tem algo de muito errado... To sentindo cheiro de títica no ar...Mas o que será?

- Ah! quer saber!? Nem vou reclamar, vou é dar graças a Deus pela benção alcançada ao menos uma vez em toda a minha vida e dormir. - murmurei caindo praticamente desmaiada na cama.

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Hoje já estou de volta ao batente... Um tantico apreensiva de certo, eu e Léo estamos ficando! Sim nos decidimos nos curtir e não esconder a atração que existe entre nós! Afinal não devemos nada pra ninguém né verdade? O problema disso tudo é que eu não sei até que ponto isso pode ser perigoso, eu sou o lado mais fraco da corda porquê você sabe, aquele típico clichê, ele é lindo, é meu chefe, rico e eu... Eu bem... você sabe, eu nada, nada a ver, somos praticamente água e vinho, sal e açúcar... Pobre e rico (literalmente) mas ok, se estou na chuva, vaí ter que ser pra me molhar, ele é um homem honrado, não vejo porquê não tentar, não sou e nunca fui uma covarde.

A viagem ainda me causava fadiga, no meio da manhã, fui até a sala do cafezinho, atrás da cafeína e de alguma energia, assim que entrei, dei de cara com uma Margô euforica, entusiasmada de uma maneira que nunca vi antes, a senhora de cinquenta e poucos anos cedeu seu lugar pra uma adolescente em busca da fofoca da vez.

- Confesse querida, vocês dois estão juntos não estão? Não tente me enganar! - juntou os dois dedos indicadores para dar enfase no que dizia.

- Que isso Margô, quanta inscrição da sua parte, uma senhora tão elegante... - parei próximo a cafeteira mal conseguindo conter o riso.

- Ora, sou uma mulher se ainda não percebeu srta. Sei muito da vida, fique sabendo que já tive sua idade... - me deu um olhar debochado, ao mesmo tempo desafiador.

- Está tão na cara assim Margô?- fiz um muxoxo. - enchi duas xícaras de café entregando uma a ela.

- Uuuuh e como está! Mesmo cansada você está com um sorriso de comercial de margarina pregado na cara, e ele? Ele está até assoviando... Você me ouviu bem? AS.SO.VI.AN.DO! Eu nunca pensei que em VIDA veria uma cena como essa...É um milagre de Jesus, um milagre! Quer dizer, pensando bem, é um milagre de Tina Tuner. - sorriu

- Hahaha Exageradaa nem um pouco né dona Margô? - dei um belo gole no café amargo, fazendo uma careta muito bem vinda.

- Quer saber? Acho que você deu um belo chá nele - apontou pra minhas partes intimas.

- Será? Eu fiz o meu melhor, te garanto! - caimos juntas na gargalhada.

- Que tititi é esse aqui? Ninguém trabalha mais nessa empresa não?- Ih chegou o disco voador.