Capítulo 9 - Tina

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O despero me tomou ao perceber que estávamos diante de um perigo real, poderiamos cair a qualquer momento, eu suava frio, chorava baixinho e ouvia a respiração aflita do Leonel ao meu lado, pelo canto do olho constatei que mesmo tenso e nervoso, não perdia concentração, parecia um Deus tomando o controle do impossível, quando me olhava sentia que seu olhar estava ali para me passar confiança e tranquilidade, mesmo sendo algo improvável naquela situação, mesmo correndo sério risco de morrer eu me permitir confiar no homem que estava ao meu lado, e apesar de eu não entender nada sobre pilotagem, constatei que sim, indepedentemente de qualquer coisa, Leonel era um exímio piloto.

Um grande chaqualho nos atingiu e só então eu percebi que por algum milagre estávamos no chão e vivos!

- O que foi isso Leonel? - minha voz finalmente sai e eu pergunto quando o helicóptero para, tombado em cima de uma pequena árvore.

- Meu Deus! Eu não sei Tina! Estava tudo bem com ela! Sinceramente não entendo o porque dessa falha técnica, poderiamos, você poderia ter... ter... Você se machucou? - ele me analisava visivelmente pertubado e eu não resisti, acabei o abraçando e ele retribuiu de uma forma firme e calorosa, sentir seu perfume com certeza me acalmou e tirou toda a angústia de minutos atrás.

- Eiii calma já passou... Eu estou bem!- sussuro tranquila no seu ouvido, mas daí como um golpe, a ficha cai - Aonde nós estamos? - pergunto me afastando e agora sou eu a dar os sinais de desespero.

- Agora sou eu que te peço calma, olha só - fez um gesto com as mãos pra um grande campo aberto e gramado - consegui pousar em uma pista alternativa, não é nuito longe do nosso destino segundo as coordenadas, meu celular ainda está com um pouco de carga, vou pedi pra alguém vir nos buscar - ele pega o celular e se afasta - pronto entrei em contato com o hotel, já estão a caminho.

- Ser rico tem que servir de alguma coisa né meu filho? - sorri debochada.

- Serve pra muitas coisas Tina, coisas que você nem faz ideia de que sejam possíveis. - Parei de rir na hora, seu tom de voz me assustou.

Meia hora depois, um carro negro surge ao horizonte e se aproxima de nós, um homem totalmente de preto salta pra fora perguntando:

- Sr. Leonel Benevenutti?

- Sim sou eu.

- Vamos, estou aqui pra levar o senhores até o Manauara.

- Obrigado! - disse pro motorista que tinha uma cara fechada - Vamos Tina - ele entra todo elegante como se nada tivesse acontecido na parte de trás do carro e eu o sigo.

Algum tempo depois chegamos diante de uma construção maravilhosa, nunca vi nada na vida tão lindo quanto o hotel Manauara na vida, não me arriscaria a dizer em qual arquitetura ele se enquadra, mas pelo pouco que entendo de história, acho que se trata de uma construção colonial, é todo branco, possui colunas e pinturas parecidas como as de uma igreja, impressionante!

- Gostou? - sou pega analisando o belo monumento.

- Muito! É lindo

- É o maior de toda região Norte e Nordeste, pra mim um dos mais bonitos do Brasil.

- Deve ser mesmo! Nunca vi nada igual na minha vida, se bem que nunca saí de sampa, então minha opinião não conta muito.

- Pra mim sua opinião conta muito senhorita - O que? tive um piripaque do chaves - Anda vamos entrar - permaneci no lugar- Não vou repetir, VAMOS TINA! - ainda em choque o segui.

Por dentro ele é ainda mais lindo, sua pintura, assim como lá fora também é branca, e as pinturas no teto dão a impressão de estar no céu, os pisos se alternam entre o preto e o branco assim como um tabuleiro de xadrez, fiquei emocionada com tamanha plenitude, esse sim é um hotel chique 5 estrelas, não aquele muquifo que um dia eu trabalhei e achava top.

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