Caído

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Olá pessoinhas, demorei mas cheguei!
Pelo menos não demorei tanto quanto a outra vez, né?
Tive um outro bloqueio, mais por conta de escrever esse capítulo de qualquer jeito para postar o anterior, e acabou que para continuar como eu queria, nada daria certo. Até que eu tomei vergonha na cara e o reescrevi!
E bom, o resultado está logo abaixo. Espero que gostem <3
Boa leitura

POV Yuri



O barulho da porta batendo com força faz-me pular meramente assustado. Conseguia sentir ainda uma raiva passando de Otabek para mim, invadindo meus poros, meus músculos, meu corpo. Era algo irracional, assim como a grande angústia e dores que provinha de mim mesmo.

Mas o que Otabek quis dizer com aquelas palavras? Foram só por conta o calor do momento? Ou eram palavras com fundo de verdade? Palavras certas para me cortar no lugar exato? Como é que tudo mudou de uma hora para a outra?

Sentei-me sobre o vaso sanitário, sem fixar meu olhar em algo realmente, meu corpo estava encolhido, minha pele gelada e não conseguia parar de tremer. Abaixei minha cabeça e abracei meu próprio corpo. Eu me sentia perdido e inseguro com o futuro novamente. Essa situação embaraçosa poderia ter um final bom? Ou acabaria ficando pior?

Merda!

Por que tudo isso tinha que acontecer quando finalmente tudo ia bem?!

– Yuri? – Ouço batidas na porta, seguidas da voz de Yuuri, fazendo-me sair do meu emaranhado de pensamentos conflituosos. – Está tudo bem? Tem um tempinho que está aí dentro e eu e seu avô ficamos preocupados. Precisa de ajuda em algo? Quer que eu entre?

– Não, está tudo bem. Acabei me perdendo em algumas coisas que estavam na minha mente e nem percebi o tempo passar. Eu irei tomar um banho. Vai ser rápido, dois a três minutos. Não precisa entrar. – Digo, respirando profundamente e levanto-me, de forma lenta, colocando minha mão sobre a pia de mármore para me apoiar.

– Tudo bem, qualquer coisa pode nos chamar.

Passei minhas mãos sobre meu rosto, tentando espantar seja o que fosse da minha mente, que não parava um segundo de mandar mais e mais dúvidas, parecendo que para me deixar louco. Minha vontade era gritar, para que tudo que estivesse no meu peito, apertando-o, saísse de uma vez, mas eu sabia que essa não era a solução.

Neguei com a cabeça, abaixando-a e indo em direção ao box, abrindo a porta de correr de vidro escuro, girando a torneira, esperando a temperatura do chuveiro estabilizar para me enfiar debaixo da água.

Fechei meus olhos e coloquei uma das mãos no ladrilho gélido, para me apoiar. Enfiei minha cabeça de uma vez embaixo da água, ouvindo como se fosse um barulho de uma tempestade caindo sobre minha cabeça. Minha boca se abria para conseguir respirar e meus cabelos grudavam no rosto, minha respiração, meu corpo, meus músculos relaxavam cada vez mais, como se eu estivesse flutuando, saindo de órbita.

Mas nem isso conseguiu resolver. Meus olhos ardiam com o tanto de lágrimas que já caíam e nem ao menos consegui perceber, meu estômago vazio reclamava alto, minha garganta seca arranhava.

Apoiei minhas costas no ladrilho e escorreguei pouco a pouco até estar sentado no chão. Encolhi-me, fechando meus ombros e dobrando meus joelhos, logo meus braços os apertaram fortemente e coloquei minha cabeça sobre eles, sentindo a água cair sobre minha nuca.

O que fazer quando não se sabe mais o que pode acontecer daqui em diante?

Eu não poderia simplesmente deixar ele continuar com aquilo. E se Otabek quisesse continuar a usar a "voz de comando"? E se ele quisesse me dominar? Continuar machucando e controlando meu corpo e mente, como se eu só fosse um simples fantoche, guiando-me a fazer qualquer coisa que queira? Poderia até parecer uma coisa idiota, mas eu não me sentiria nada bem no meio dessa história.

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