O metrô me deixa na porta de entrada do Campus. Algumas estações depois que já tinha entrado no vagão um bando de meninas irritantes e nada silenciosas começaram a irritar pra caralho, falando o mais alto possível, ou seja, gritando e nem mesmo com meus fones de ouvido no máximo eu conseguia ficar em paz. Minha grande vontade era de jogar uma delas pela janela para ver se aquela porra toda parasse. É claro, se as janelas disso aqui abrissem. Tive que aguentar pelo menos uns 30 minutos desse jeito. Era o inferno. Por favor, que não sejam do mesmo curso que o meu senão alguém logo morre, e a certeza é que não serei eu.
Ao sair do vagão, já sinto o vento extremamente forte bater em meu rosto, fazendo-me tremer por inteiro. Tiro meus fones e puxo meu cachecol enrolado no pescoço um pouco mais para cima e deixo apenas meus olhos para fora do tecido.
Bom, de acordo com o e-mail, meu dormitório era no prédio E, número 36. Agora só me resta procurar essa caralha no meio de uma cidade universitária gigante.
- Ei, tu sabe pra onde ficam os dormitórios? - Ouço uma pessoa falar próximo a mim, é acho que ele está falando comigo. Tem um sotaque engraçado. É, dá pra se perceber que não é daqui. - Eu não conheço nada por aqui. Tô perdidão.
- Se tu tá, imagina eu. - Respondo abaixando um pouco o cachecol. - Novato?
- É, consegui transferência do meu curso pra Rússia e agora nem sei pra onde ir. - Ele ostenta um sorriso no rosto. - Phichit, do curso de fotografia. - Ele estende a mão sem nem ao menos estar usando uma luva.
- Yuri, futuro aluno do curso de música. - Aperto sua mão gélida, cumprimentando-o. - Tu não tá com frio nas mãos sem luvas? - Ele ri do meu comentário.
- Er... meio que esqueci elas dentro do metrô. Só não perco a cabeça porque tá grudada no pescoço.
- Entendi. - Olho em volta, procurando alguém que pudesse nos ajudar. - Temos que achar alguém pra nos ajudar a achar nossos dormitórios. Não tô pronto pra morrer congelado aqui fora.
- Ei, estão perdidos? - Um cara se aproxima, esfregando uma mão na outra pra esquenta-las. Outro sem luva. Pessoal adora sentir os dedos dormentes, só pode.
- Bem, não conhecemos nada aqui e não sabemos onde ficam os dormitórios. - Respondo.
- Ah, isso é bem fácil. Seus dormitórios ficam próximos ao prédio onde irão cursar.
- Bem, somos os calouros aqui. Não dá pra explicar um pouco os esquemas? Eu estou no dormitório E.
- Que sorte Yuri, eu também tô nesse dormitório! - Phichit pega o celular no bolso da jaqueta térmica e mostra seu e-mail.
- Ah, bem, então facilita bastante as coisas, é só continuar por essa rua à esquerda e entrar na segunda à direita, pronto, estarão lá. Bem, estou indo beber pra esquentar um pouco o corpo. Sou Georgi, do curso de Contabilidade. Qualquer hora a gente se encontra de novo. - E ele sai rumo ao bar, eu acho.
- Bem, então vamos. Tô congelando aqui. - Phichit ri. Bem, ele parece legal.
Logo chegamos aos dormitórios. Algumas pessoas já entravam e saíam do prédio. Dentro do prédio o som das pessoas gritando, malas se arrastando, portas sendo abertas e fechadas começavam pouco a pouco me tirar do sério.
- Meu quarto é o número 37. - Diz Phichit, abrindo o e-mail novamente para se lembrar qual era mesmo seu quarto. - E o seu?
- 36.
- Uau, um perto do outro, que legal! Pelo menos alguém que eu já conheço. - Entramos no elevador, subindo até o terceiro andar. - Se eu começar a falar de mais, pode dizer, hein. Tenho essa mania.
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Breaking The Routine
FanfictionSerá que se apenas um pequeno detalhe mudasse na pacata rotina de Yuri Plisetsky, poderia causar um efeito dominó em sua vida? Um pequeno acidente ocorre e tudo muda em um instante. Como lidar com todas essas transformações? [HISTÓRIA CONCLUÍDA PORÉ...