Capítulo 4

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Boa noite Amorassss!!

Segue mais um cap. Bjs e até amanhã.


Hoje era sexta feira. Eu tinha um evento para participar, e para falar verdade não estava nada animada para isso. Só queria entender porque eu fui designada para essa missão. Nunca tinha feito nada assim e nem gostava de fazer isso. Mas enfim, eu preciso respeitar às decisões da Madre Superiora.

Passei dois dias estudando para esse evento, não só sobre cada orfanato e suas crianças, mas também sobre o convento e às meninas que aqui residiam. Na maioria das vezes elas saiam daqui para buscar suas vidas lá fora. Algumas se davam bem e outras nem tanto. Infelizmente era à realidade. Eu fui à única que optei ser freira, às outras que estavam aqui da minha idade ou mais velhas do que eu, foram embora e nem sabíamos mais delas. Acredito que isso seja um erro do sistema, pois à maioridade assusta. Elas saíram do convento para um destino incerto, e eu não gosto de pensar nisso. Gostaria que à situação fosse diferente. Gostaria que o conselho tutelar ou algum órgão maior às acompanhasse até as mesmas estarem bem no mundo. Porque imagino o que elas passam até se encaixarem na vida. Suspiro. Já estava na hora de ir para o evento.

Me arrumei com meus hábitos de sempre. Coloquei meu hábito do coro na minha cabeça para tapar meus cabelos. Eu estava precisando cortar os mesmos. Talvez à irmã Clara pode fazer algo por mim. Eles estão muito grandes e precisam ser cortados até abaixo dos ombros. Senão o hábito do coro terá que ser maior. Me olho no espelho e estou bem vestida. Toda vaidade foi tirada do meus rosto. Na verdade à menina de dezesseis anos que anos vivia neste corpo não existe mais. Eu era tão vaidosa. Adorava ver mamãe se arrumando e acabava me arrumando com ela. Ela me ensinou à passar o primeiro batom, à primeira maquiagem. Uma lágrima solitária escorre do meu olho esquerdo. meus pais e meus irmãos eram tudo para mim e agora eu não tenho nada deles. Somente lembranças felizes e uma dor no peito que nunca vai passar.

- Irmã Ana? Você está bem? À Irmã Gilda questiona entrando no meu quarto.

- Sim. Eu estou bem. Limpo à lágrima e respiro fundo. Podemos ir? Ela me olha estranho.

- Podemos, mas se não tiver bem, eu posso pedir à Madre Superiora para pedir outra pessoa para ir nesse evento comigo. Sorrio fraco.

- Não se preocupe. Eu estou bem. Vamos, porquê não quero chegar atrasada. Ela assentiu.

Seguimos de carro alugado para o evento. À madre Superiora fez questão de alugar um carro para que Gilda e eu fossemos tranquila. Gilda e eu repassamos todo meu discurso. Eu ainda estava nervosa por falar em público, porém agora não tinha volta. Estávamos chegando e eu estava prestes à começar o meu discurso para várias pessoas desconhecidas por mim. Eu tinha que ser bem convincente porque à doação não era para mim, mas sim para crianças que necessitavam de um futuro melhor do que à família não pode dar.

No evento, às pessoas já estavam algumas sentadas bebendo algo que acho ser um champanhe. Algumas estavam em pé conversando com outras pessoas. Haviam garçons circulando por todos os lugares para servir à todos com petisco e champanhe. Eu só queria entender, como esse evento é patrocinado. O convento vivia de doações e também de uma verba que o governo dava mensalmente, então não via como esse evento era patrocinado. Lembrarei de questionar à Madre Superiora depois.

Era hora de fazer minha parte e dar o meu melhor para que crianças fossem beneficiadas. Fui para o palco e comecei dando uma boa tarde. Logo às pessoas foram se ajeitando em seus lugares e eu pude enfim começar à falar dos orfanatos, de como havia uma necessidade de todos ali fazerem uma doação, seja com dinheiro ou até mesmo um gesto de carinho, indo aos orfanatos para poderem apadrinhar uma criança ou várias. Falei também sobre à necessidade de acompanhar cada criança apadrinhada até sua formação.

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