11ª Capítulo - Caminhos Divididos.

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...eu estive pensando,talvez não devesse perder mais tempo e seguir em frente...

No meio da madrugada todos ainda dormiam,pego minha mochila e roubo as chaves do carro de Agnes. Saio da casa em silêncio sem que ninguém perceba,faço uma breve análise ao redor até perceber que não há perigo.

Lá fora não tenho noção das horas,mas tudo indica que está prestes a amanhecer,meus movimentos são rápidos. Ando pela rua e logo encontro o veículo branco que Agnes havia mencionado anteriormente.

— Sathya?. — Douglas aparece de repente — A onde pensa que vai?.

— Eu estou de partida. — Respondo.

— E não pretendia avisar a ninguém?...além disso...também ia roubar o carro da Agnes?. — Ele cruza os braços.

— Exato...

— Depois de tudo que ela fez vai agradece-la dessa forma?. — O rapaz fica sério.

— É,sim,foi útil. — Suspiro — Olha,nunca foi minha intenção achar sobreviventes e bancar a líder boazinha...isso é algo que eu não sou.

— E pretende sair assim,bancando a vilã?.

...penso um pouco...

— Beleza. — Jogo as chaves do carro no chão e saio andando — Eu me viro.

— Ei Sathya. — Douglas vem em minha direção — As coisas não tem que ser assim,podemos ir para o sul juntos,todos nós.

— Não Douglas,eu não vou. — O encaro — Já tenho um lugar para onde ir.

— A fazenda do seu tio?.

— Isso mesmo,lá só tenho que me preocupar comigo mesma. Se quiser ir com eles,tudo bem,eu entendo...nada vai me fazer mudar de ideia,sinto muito. — Volto a caminhar.

— Então vai ser assim?.

— Como você é sentimental garoto. — Debocho.

— Isso é muito egoísmo da sua parte,sabia?.

— Cuidar da própria vida não é ser egoísta. — Respondo — O meu objetivo só é um então...que se foda o resto.

— Eu sinto pena de você. — Ele continua a me seguir — Com esse jeito rude não vai durar um dia.

— Se você diz... — Ando sem ao menos olhar para trás — Talvez a gente se encontre por ai...foi um prazer conhece-lo...eu acho.

— Eu achei que a gente pudesse...sei lá...ser uma dupla dinâmica e escapar desse caos juntos.

— Alguém sempre acaba sozinho,então prefiro que seja eu.

Logo começo a caminhar para longe dele. Jamais iria me importar se Douglas quisesse ir para o sul com Agnes,não sou eu que tomo as decisões por aqui. Meu rumo sempre foi outro e não vai ser por eles que mudarei de ideia.

...

As horas se passaram

Eu ainda andava por aquele bairro comercial,uma manhã com neblina me deixa mais atenta com a movimentação ao redor...tirando a perna ferida e a dor insuportável nas costas até que não tava tão ruim assim. Achar um veículo estava difícil,principalmente com as condições da rua,o lixo e o entulho não colaboravam em nada.

Entro em uma lanchonete,o lugar estava vazio,não havia algo útil ali,nem comida e nem mantimentos. Saio do estabelecimento dessa vez com as mãos vazias.

Noto uma caminhonete preta estacionada em frente a calçada,talvez ela já estivesse ai. O veículo estava ligado,instintivamente me escondo de trás de uma árvore e passo a ficar mais atenta do que o normal.

— Mas que merda. — Ouço a voz de um homem,parecia reclamar de algo.

Um tipo encapuzado aparece com um dos braços sangrando,ele caminha até a caminhonete de forma nervosa.

— Anda garoto,entra no veículo. — Ele fala com alguém.

Eu não podia acreditar,era o David,o garoto que estava com a Agnes...sim eu o reconheci,mas espera,o que ele faz aqui com esse homem?.

— Eu não vou com você. — Diz o menino.

— Vai ser por bem ou por mal?...você escolhe. — O homem ameça apontando uma arma.

...eu não podia deixar aquilo acontecer...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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