Pov. Christian Grey
Me encarreguei de ligar na empresa e perguntar se Ros recebera as passagens que havia comprado. Me permiti planejar uma viagem longa com Ana para que pudéssemos ter um momento mais alegre depois da perda do bebê.
Sinto uma culpa tão grande nesse ocorrido, pois por algumas horas eu rejeitei meu filho e me arrependerei disso o resto da minha vida. Depois desse ocorrido, consegui chegar ao extremo da culpa e até tentei um suicídio que meu irmão conseguiu me salvar. Ana não soube dessa minha maluquice, porque estava internada.
- Ros – disse assim que ela atendeu.
- Oi Christian. Como vai? – pergunta ela.
- Estamos bem e por ai? – pergunto de volta.
- Tudo do jeito que comandou – disse ela e sorri satisfeito – As passagens chegaram e me encaminhei de mandar Sawyer levar.
- Maravilha, Ros – agradeci – Liguei pra avisar também que não tenho data pra retornar de viagem, então qualquer imprevisto, mande me ligar ou passar e-mail.
- Sim, senhor – disse ela em tom de brincadeira e ri – Mais alguma coisa?
- Não. É só isso – disse e desliguei o celular.
Deixei Sawyer no comando da segurança da empresa enquanto estivesse fora. Iria aproveitar o máximo desses dias com a minha esposa e fazê-la se animar um pouco.
- Cheguei – disse ela ao entrar no apartamento com duas sacolas na mão.
- Como foi a tarde? – pergunto e lhe dou um beijo.
- Agitada. Kate não se contenta em ir em uma loja só – reclamou ela e ri. Mulheres!
- Pedi que Gail e a ajudante dela arrumasse nossas malas. Vamos viajar – disse em tom normal e ela arregalou os olhos.
- Mas tão rápido assim? – pergunta ela.
- Sim. Ficaremos um tempo fora – disse – Sabe, precisamos de um ar diferente.
- Verdade – retrucou ela – Vamos tomar um banho então. Quero ir descansada viajar.
- Não é uma má ideia – disse malicioso e ela revirou os olhos andando.
Pego ela, jogando em meus ombros e só sinto que ela se debate rindo. Dou um tapa em sua bunda e ela me devolve dando outro mais forte.
[...]
Minha família inteira estava aqui no aeroporto para nos abraçar, assim que o nosso voo foi anunciado. Grace, com aquele jeito mole de ser, chorou quando dissemos não ter data para voltar e prometeu nos ligar quando pudesse. Ana ligou pra sua mãe e seu pai dizendo que ficaria algum tempo longe de Seattle, Carla ficou preocupada e pediu que também ligasse pra ela.
Sessão de abraços e despedidas já feitas, entramos no avião e acomodamos em nossas poltronas. Ana estava extremamente ansiosa para a volta em Paris, pois adorou nossa lua de mel e havia comentado que adoraria retornar.
Seria um ótimo lugar para o começo de superação da perda que tivemos. Ana ficaria mais tranquila longe de qualquer lembrança que a faça ficar triste, do trabalho pesado e desse ar carregado que Seattle trazia para nós.
Algumas horas depois...
- Ana – chamei e acariciei seu rosto – Acorde. Já chegamos – disse e ela despertou coçando os olhos.
- Dormi a viagem toda? – perguntou ela perdida e ri.
- Dormiu, mas assim você chega mais descansada e aproveita mais a nossa estadia – disse e ela sorriu.
Pegamos nossas malas e saímos do avião. Ana respirou bem fundo assim que pisamos no solo de Paris e sorriu aliviada.
Um carro já nos esperava na porta do aeroporto e só precisamos carregar o porta malas para seguir ao apartamento que havia comprado pouco depois que voltamos da lua de mel. Queria ter algo nosso, sem ter que se preocupar com hotel e essas frescuras de reservas e serviço de quarto.
- Ana, quero te contar algo – disse enquanto dirigia e ela me olhou.
- O que? – pergunta ela.
- Comprei um apartamento pra gente aqui em Paris – disse e ela abriu a boca surpresa.
- Por que fez isso? – pergunta ela.
- Porque quero uma estadia mais confortável, sem o cansaço de ficar em hotel – disse.
- Nossa. Isso é muito surpreendente – disse ela e ri – Pelo menos é um dinheiro economizado. Serviço de hotel já perdeu a graça.
Ana conseguia me tirar os melhores sorrisos que jamais pensei que fosse ser capaz. Ela me ensinou a amar, ser melhor e me ajudou a enfrentar os meus mais graves pesadelos que tive durante toda a minha vida. Infelizmente, tivemos que lidar com a perda do bebê e de ver uma outra geração nossa vir ao mundo. Mas futuramente planejaremos algo melhor para o outro filho que virá.
Paris é o mundo dos apaixonados e a aventura de quem soube amar quando estava perdido. Se for preciso, faço questão de trazer Ana quantas vezes ela quiser e me sentiria feliz ao vê-la se animar.
Quando chegamos ao apartamento, a primeira coisa que fizemos foi arrumar nossas roupas no quarto e tomamos um banho para tirar o peso da viagem. Depois saímos para ver a Torre Eiffel, passeamos pelo parque central aonde tinha um lago que Ana adorou e tiramos muitas fotos.
Estar só eu e ela assim, é o melhor presente que pude receber e me encarregaria de manter em pé a felicidade que estamos construindo juntos.
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Depois da Tempestade
RomanceChristian e Anastasia estão casados há 4 anos. Ela está grávida de 3 meses, deixando seu marido e a família inteiramente feliz. Tudo então corre bem, até que um dia recebem a trágica notícia do aborto espontâneo pela segunda vez. O casal junta forç...