Capítulo Doze: Nada como um dia após o outro (só que não)

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Pov. Christian Grey

Quinze dias havia se passado depois que Anastásia viajou e eu vim passar esse tempo na casa de meus pais. Elliot e Mia ficaram alguns aqui também, porém todos tinham sua vida e seus devidos casamentos para cuidar. Gail tratou de tirar esses dias de férias para viajar com Taylor e Sophie, claro que permiti esse tempo a eles. Sawyer ficou substituindo Taylor até eles voltarem.

- Bom dia, filho – disse mamãe e me abraçou.

- Bom dia, mamãe – retribui e beijei seu rosto.

Não seria prudente voltar a ser hostil com meus pais, como eu era antes, pois eles estavam se esforçando para me manterem em pé durante essa tempestade.

- Oi filho. Bom dia – disse meu pai e apertou meu ombro – Como passou a noite?

- Um pouco melhor, pai – respondi dando um sorriso torto a ele.

Visitei o consultório do Dr. Flynn por vários dias desde a partida de minha esposa. Foi tão complicado esses últimos meses do nosso casamento. Segundo aborto. Brigas tensas. Falta de diálogo. Desencontros. Pressões do dia a dia. Nervosismo. Tudo isso transformou os melhores 4 anos em pequeno inferno.

Se eu pudesse evitar por tudo que minha esposa passou, eu faria sem pensar duas vezes e fugiria com ela pra um lugar só nosso.

Quantos sonhos foram deixados de lado para podermos recuperar a alegria do nosso amor. Planos descendo água a baixo.

O que me consola é saber que ela está com a mãe, Bob e a meia-irmã Ayala. Está com a família dela sendo amparada nesse momento difícil e eu também. Durante muito tempo fiquei afastado da minha família e eles estão aqui comigo, lutando por essa felicidade junto comigo e dando o carinho que tanto me foi negado.

- Mãe. Pai – chamo-os e eles me olham – Obrigado por não desistirem de mim e me ajudarem nesse momento difícil. E me perdoem pelo tempo que afastei vocês de mim.

- Você é nosso filho, Christian – diz minha mãe – Não nasceu de mim e nem tem meu sangue, mas é meu tesouro e o presente que pude ter – via seus olhos encherem de lágrimas.

- Ficará com a gente o tempo que quiser. Senti a sua falta por aqui – diz meu pai sorrindo e rio dele.

- Bom, eu preciso ir trabalhar. Vamos almoçar juntos hoje, ligarei pra Mia e o Elliot – convido-os e eles riem.

- Será ótimo, filho. Vamos naquele restaurante preferido da sua mãe – diz ele e pisco.

- Ok. Vou indo agora, porque Sawyer tem um compromisso com a Hannah – digo e rimos juntos. Mesmo sem forças pra isso, porém procuro me esforçar pra não cair. Ana precisava de um marido mais forte e seguro.

Hannah e Sawyer decidiram assumir a louca paixão entre eles e estão namorando há 1 ano e meio. Ana e eu até rimos uma noite ao saber dessa novidade: sua assistente e segurança de relacionamento sério. Tivemos até que submeter Hannah há uma conversa sobre esse assunto e pedimos que eles evitassem qualquer tipo de cena dentro da editora.

Fui sorridente até o carro, onde Sawyer me esperava com a porta aberta e aceno com a cabeça.

- Bom dia, senhor Grey – cumprimenta ele.

- Bom dia, Sawyer – retribuo e entro no carro.

Logo ele toma seu posto e se dirige para a empresa. Saco meu celular no bolso com a esperança que tenha uma mensagem de Anastásia, mas sem sucesso e começo a ficar agoniado com esse vazio.

Procuro o número de celular de Carla, decidindo ligar para saber sobre a minha esposa e ela atende no segundo toque.

- Christian, oi – diz ela com a voz preocupada.

- Carla, oi – retribuo – Como ela está? – pergunto sem querer rodeios.

- Está levando aos poucos esse tempo. Passa o tempo focada no trabalho, mas a noite se sente triste – diz Carla e respiro fundo permitindo que as lágrimas, presas a tanto tempo, caiam – E você, meu bem, como está?

- No mesmo sentido que ela, Carla – digo – Sinto a falta dela ao meu lado.

- Eu sei que sim. Vocês dois são a cura um para o outro – diz ela e a escuto engolir seco – O amor de vocês não vai se acabar. Tenho fé e plena certeza que minha filha não irá te deixar. Só precisam retomar a alegria do começo de tudo, e esse tempo irá ajudar.

- Obrigado, Carla – agradeço – Pode dizer que a amo. Muito. E sinto saudades?

- Claro que sim. Tenho certeza que isso a alegrará muito – diz Carla com a voz embargada.

- Preciso desligar. Cheguei no trabalho – digo – Até mais, Carla.

- Até, meu bem – diz ela e encerro a ligação.

Sawyer estaciona em frente a GREY HOUSE e salta para abrir a porta para mim.

Saio do carro e me viro para ele.

- Sawyer, sairei para almoçar com a meus pais, irmãos e cunhada. Pode tirar esse tempo para ir ver a Hannah, pois voltarei com meu irmão Elliot e encerrarei meu dia na empresa às 18 em ponto – digo e ele acena.

- Sim, senhor Grey – diz ele e entro para mais um dia de reuniões, e-mails e trabalhos a concluir. Tentando me reerguer aos poucos desse tombo que a vida me proporcionou. 

Depois da TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora