Capítulo Trinta e Um: O despertar

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Pov. Anastasia Grey

Eu já não era mais responsável pelos meus movimentos, até porque meu corpo não obedecia às minhas várias tentativas de de voltar. Espera aí... voltar? Aonde eu estava?

Tudo que consigo recordar eram as dores do meu parto totalmente delicado e logo veio a escuridão. E na rápida, e falha, memória escutei Christian falar comigo.

"Noah chegou, baby. Ele é grandão e bem forte". Meu menino chegou! O filho que eu tanto desesperei e pedi em carregar, havia chegado. Eu consegui.

"Ela está tendo uma hemorragia". "Dra. Greene, ela está parando".

O que havia acontecido? Aonde está meu filho? Christian?

Meu corpo estava imóvel. Sentia a vibração pesada, fria e um silêncio irritante demais. Será que eu morri? Não... eu não posso deixar meu filho, meu marido, minha Marie e minha família.

- Oi, baby – escuto a tão conhecida voz por quem me apaixonei há quase 5 anos – Há duas semanas que me pergunto qual vai ser o dia que irá acordar. Eu estou cada vez mais nervoso e preocupado em te ver mais um dia dormindo. Marie está com saudades, até ficou com febre emocional e inquieta esses dias. Só conseguiu voltar a comer toda a papinha, as frutas e tomar a mamadeira por esses dias. E eu vou me acalmando por ela, por Noah e na esperança de você acordar. Te amo demais, baby. Acorda logo!

E um cálido beijo na minha mão e depois na testa. Ele se afasta e de novo o silêncio é a minha companheira.

Pov. Christian Grey

Mais uma vez venho até o hospital. Ana permanece em coma, portanto já se passaram 2 semanas desde Noah nasceu e tudo aquilo aconteceu. Passei pelo pior pesadelo da minha vida.

Flashback on

Ao sair da sala de cirurgia, vou andando pelo corredor e vejo minha família ao longe. Sento no chão e começo a chorar, Elliot e Mia correm e me amparam. Carla aumenta o volume de seu desespero.

Todos achavam o pior. Ficamos mais de uma hora ali, até que vem a Dra. Greene nos passando o que havia acontecido.

- Pessoal, conseguimos conter a hemorragia e estabilizar o quadro de Ana – Dra. Greene respira e vem a bomba maior – Infelizmente, Ana entrou em coma devido a enorme perda de sangue. Eu sinto muito.

Grace agradece Dra. Greene pelas informações e eu já me perdi da realidade.

Minha esposa. Meu grande amor.


Espanto essas terríveis lembranças e sigo para o berçário. Vejo pelo vidro todos os bebês dormindo e outros chorando, mas não encontro o meu bebê. Isso me preocupa, até escuto passos atrás de mim.

- Senhor Grey – a voz me chama e me viro. Dra. Greene está com um semblante mais leve, ela sorri e percebo um olhar alegre.

- Dra. Greene. Aconteceu alguma coisa? – pergunto.

- Venha comigo – ela pede e sorri mais ainda. Eu a acompanho e os passos são rápidos, porém o caminho é curto e chegamos em uma porta com uma guirlanda verde escrito "Noah".

- Quem está aqui? – pergunto.

- Pode abrir, senhor Grey – responde Dra. Greene e respiro fundo ao tocar a maçaneta, abrindo devagar a porta e vejo uma enfermeira aos cuidados por ali.

Meu coração acelera e meus olhos enchem de lágrimas ao ver uma cena que estava implorando a Deus nessas últimas semanas: Ana estava com os olhos abertos e sorrindo, enquanto amamentava nosso pequeno bebê.

- Ana – digo e ela levanta o olhar.

- Oi meu amor – responde ela e me aproximo dos dois.

Beijo seus lábios como se não nos víssemos há anos e colo nossas testas. Afasto seus cabelos, colocando as mechas atrás de suas orelhas.

- Há quanto tempo você está acordada? – pergunto, pois pedi que eu fosse informado quando ela acordasse.

- Desde ontem à noite – responde ela – Mas pedi a Dra. Greene que me deixasse fazer uma surpresa a você. Afinal, ela precisou fazer vários exames e verificar se estava tudo certo. Aí então pude vim para o quarto da maternidade e amamentar, sem problemas, nosso filho.

- Eu fico muito feliz por estar acordada e se sentindo bem, senhora Grey – diz Dra. Greene aliviada com o estado melhor de saúde de Ana – Bom, repassando para vocês tudo o que aconteceu – Noah sugava devagar o seio da minha esposa, enquanto prestávamos a atenção na Dra. Greene – Ana, você teve uma eclampsia grave após sua cesariana, o que acarretou uma hemorragia severa e antes de entrar na sala de cirurgia você convulsionou. Tudo isso manteve seu estado de coma durante 13 dias.

Ela terminou de falar e percebi que tinha algo mais na conversa.

- Pode falar, Dra Greene – peço gentilmente.

- Senhor Grey, quase que removemos o seu útero devido a um volume anormal que identificamos. Sendo esse um mioma – disse ela – Porém, o risco foi maior devido aos dois abortos passados. Noah adiantou a chegada porque o volume do mioma aumentou, o que justifica o sangramento que você teve quando rompeu a bolsa.

- Meu Deus. Eu e meu bebê corríamos um sério risco – diz Ana com a voz fraca pelo choro – É culpa minha não ter visto isso.

- Não, baby. Como era algo benigno, não tinha problemas até então e nem iríamos adivinhar – digo para acalmar ela – A sua gestação foi bem observada, você seguiu tudo correto e não ficou sozinha. Noah está aqui com a gente, graças a todos e a Deus por isso.

Beijo sua testa e ela sorri. Noah larga o bico do seio e Ana passa ele pra mim, para que eu possa colocar ele para arrotar.

- É importante frisar que, se forem tentar uma nova gestação, é bom fazer exames e consultar se não haverá riscos maiores. Certo? – balançamos a cabeça confirmando – Noah ficou por esses dias aqui mais pra observação, fizemos os exames necessários nele também e a ótima notícia é que está normal tanto com ele quanto com você, Ana. Até estou pensando se posso ou não dar alta pra vocês amanhã mesmo.

Sorrimos com a possibilidade, pois agora a nossa casa se encherá com a alegria do retorno de Ana e da chegada de Noah. 

Depois da TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora