Capítulo Onze: Na Geórgia

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Pov. Anastasia Grey

Minha mãe, Bob e Ayala estavam à minha espera quando cheguei. O táxi estacionou e logo minha mãe aparecera para me receber com aquela doçura materna de sempre.

- Meu amor – diz ela me abraçando e vi Bob sorrindo torto para mim. Ayala parecia estar normal com a minha presença – O que houve?

- Ah mamãe. Ficou tudo tão complicado – disse já sentindo o bolo na garganta – Christian e eu não estávamos mais nos dando bem, brigas e trocas de ofensas.

- Ele não te... bateu né, filha? – perguntou ela e a olhei assustada. Jamais Christian seria capaz de me levantar a mão ou me machucar.

- Claro que não, mamãe. Christian jamais faria isso – disse indignada.

- Certo. Me desculpe, Ana – diz ela e a abraço – Será maravilhoso ter você comigo por um tempo. Ray ligou e virá pra cá também, passar uns dias.

Meu pai sempre tinha seu poder de conseguir ficar comigo e ter ele aqui, no momento mais tenso da minha vida significa muito. A última vez que eu o vira foi no dia que perdi meu bebê. Segundo bebê.

- Obrigada por me acolher, mamãe – agradeço e ela beija meu rosto.

- Você pode vim ficar comigo quando quiser. Amo ter você aqui – diz ela e sorrio emocionada – Bob e eu conversamos com Ayala e ela mudou os conceitos dela. Procure se dar bem com ela, filha.

Ayala nunca me fizera mal ou algo grave, mas apenas me dirigia indiretas e dizia algumas coisas para me atingir. Quando soube do meu casamento, disse que minha aparência inocente revelava altos segredos e foi quando lhe acertei a bofetada. Bob ficou magoado, mas entendeu meus motivos.

- Tudo bem, mamãe – retribui e lhe dei um sorriso sincero.

Peguei minha mala e a bolsa no táxi e entrei. Antes de falar com Bob e Ayala, subi para o quarto que minha mãe decorou pra mim e coloquei tudo em cima da cama, tratei também de olhar meu celular para ver se tinha alguma mensagem. Deixei o choro tomar conta quando vi uma foto minha e de Christian na tela, ele beijava minha bochecha e nossas mãos unidas na minha barriga.

A foto foi tirada no dia que completei 3 meses de gestação e eu usava uma regata que marcava a barriga já evidente. Num impulso, esfreguei a mão livre no ventre e me permiti chorar mais, por uma vida que deixou de existir. Tudo que eu sentia era dor, vazio e tristeza.

Vou ficar longe do homem que amo e da casa aonde construímos uma vida cheia de amor, sinceridade e carinho. Christian me mostrou que é fácil amá-lo, deu-me o privilégio de carregar dois milagres antes de tudo, me apoia e consegue me fazer ser feliz.

- É difícil, não é? – fui tirada dos devaneios pela voz de Ayala. Me virei e notei que ela me direcionava um olhar compreensivo – Olhe, me desculpe por todas as grosserias que te disse.

-Está tudo bem. Iremos conviver um tempo juntas – digo e ela entra no meu quarto.

- Minha vida ficou uma bagunça quando minha mãe e papai se separaram, então ele se casou com a Carla e achava que ele não ligaria mais pra mim – diz ela – Mas estava errada. E adoraria que ficássemos próximas.

Sorri sincera e lhe puxei para um abraço. Eu não tive irmãos, pois minha mãe não quis ter filhos com nenhum dos outros maridos dela e saber que Ayala aceitava minha mãe e eu em sua vida, me fazia feliz. Trataria ela como uma irmã mais nova.

Descemos para jantar e Bob parecia estar animado. Dei um abraço no meu padrasto e me sentei a mesa. Mamãe fizera meu prato favorito: espaguete ao molho rose com champignon. Comi um pouco para não desagradar minha mãe e nem deixa-la preocupada, pois não estava bem pra comer.

Me perguntava como estava Christian nesse momento e se ele dormiria bem ou não. Minha vontade é de ligar para Mia ou para casa dos Grey e perguntar por ele. Porém, temia a mágoa deles por mim nesse momento.

Mexi no meu prato sem vontade para terminar a refeição, disfarçava as lágrimas que temia em cair e enxugava elas com as costas da mão. Minha mãe me olhava caridosa e compreensiva, Bob e Ayala jantavam em silêncio e às vezes dirigiam o mesmo olhar que minha mãe.

Respirei fundo e passei a comer um pouco, porque sei que depois de tanto tempo vendo Christian ficar atento a quantidade que comia, acostumei a não deixar mais nada no prato.


Lembrança On

" – Come mais, baby – disse meu marido já colocando mais comida no meu prato.

Estávamos almoçando na casa dos Grey, pois era domingo e os nosso avós nos fizeram uma visita. Adorava conversar com a dona Ava, uma senhora simpática e engraçada. Christian ficava constrangido com as histórias que ela contava e das vezes que perguntava sobre as namoradas dele.

- Christian, é comida demais. Chega! – bato em sua mão repreendendo ele. Elliot tem uma crise de riso e todos acompanham ele.

- Ana, você come muito pouco. Essa semana você reclamou de mal estar duas vezes – ralhou ele e o olhei com emoção. Era hora de contar a novidade.

- É porque eu estou grávida, Christian – contei em alto bom som e todos pararam no mesmo instante.

- Grávida? Mesmo? Eu vou ser pai? – vi seus olhos marejar e toda a família fazer festa. Christian me abraçou e desci sua mão para minha barriga ainda inexistente".

Depois da TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora