Capítulo Dezesseis: Visita surpreendente

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Pov. Christian Grey

O dia de hoje foi a mesma coisa que todos os dias: reuniões e e-mails para responder. Olhava meu celular a cada minuto para ver se tinha alguma mensagem de Ana ou qualquer sinal de uma ligação dela, mas percebo que ainda está magoada com tudo acontecendo. Eu poderia ser insistente e ir atrás dela para trazê-la de volta, mas se ela precisa de um tempo longe de mim, caberia a mim respeitá-la nessa decisão.

Já estamos há quase um mês separados e para mim é como se fosse uma eternidade. Nunca esteve nos meus planos casar ou formar uma família, mas depois que conheci Ana tudo mudou e a minha vida passou a depender desse amor tão grande que sinto por ela desde o dia que caiu no meu escritório. Não canso de relembrar daquele momento.

Chego em casa muito cansado e já era quase a hora do jantar. Notei um carro estranho parado ali perto, moderno e sem luxo nenhum. Parecia ser de uma pessoa mais simples e ao mesmo tempo sofisticada. Será que era mais um dos truques do tonto de meu irmão?

- Taylor, de quem é esse carro parado ali? – pergunto a meu motorista.

- Senhor, temos uma visita por aqui. Sua mãe pediu que não falasse de quem se trata e que o senhor mesmo poderia ver – respondeu Taylor, espantando com seu tom desconfortável.

Minha mãe não era de esconder visitas assim. Normalmente ela me ligaria e pediria que viesse almoçar ou para conversar.

Entro em casa, tirando meu paletó para pendura na entrada e deixo a minha pasta na mesinha ali perto. Logo Mia se aproxima com a expressão estranha e me abraça.

- Oi Mia – digo e ela sorri torto – Aconteceu alguma coisa?

- Sua ex namorada está aqui e diz que quer falar com você – responde ela e franzo o cenho. Ex namorada? – Achei que Ana fosse a primeira namorada sua.

- E é, mas... – nem termino a frase e me aproximo da biblioteca, abrindo a porta.

- Oi filho – diz minha mãe e ao lado dela vejo... Leila? – Esta moça disse que precisava falar com você.

Eu não sabia que reação estar perante a ela e minha mãe. Talvez pudesse mostrar indiferença quanto a presença de Leila ali ou ficar furioso por invadir dessa maneira meu meio familiar. Quem ela pensar que é pra vim aqui? Na casa dos meus pais e ainda por cima dizer que é minha ex namorada. Que porra é essa?

- Christian, eu sinto muito se invadi dessa maneira seu espaço familiar. É que precisava ver você – diz ela e a olho reprovando sua atitude. Meu Deus, será que ela contou a minha mãe sobre tudo?

Olhei de volta para minha mãe e respirei fundo. Se Ana estivesse aqui, as duas provavelmente quase sairiam no tapa ou Ana deixaria ela falar.

- Mãe, Leila disse o que veio fazer aqui? – pergunto nervoso.

- Sim. Ela disse que é sua ex namorada e queria conversar com você para te pedir desculpas de algumas coisas que aconteceram – respondeu minha mãe – Está tudo bem, filho? Parece abatido.

- Só estou surpreso com a visita da Leila. Há tempos que não vejo ela e pensei que estava... – interrompi a frase vendo ela espantada – Na casa da família em Connecticut.

- Bem, creio que tenham muitas coisas para conversarem e os deixarei a sós. Com licença – disse minha mãe e saiu fechando a porta.

Esperei mais alguns segundos e me aproximei de Leila, pegando em seu braço e tomei cuidado para não machuca-la.

- O que você está fazendo aqui, Leila? – pergunto ralhando – Surtou de vez?

Bruscamente, ela solta do meu toque e se distancia.

- Não sou mais a sua submissa, senhor Grey – diz ela zangada pelas minhas palavras e me espanto. Desde quando Leila retrucava minha fúria? – Primeiro, eu já disse que sinto muito em invadir seu espaço familiar e ter vindo aqui sem ao menos avisar. Segundo: não estou surtada de vez porque graças ao tratamento que me foi submetido consegui superar e recuperar minha saúde. Então fique sossegado, Grey, que não apontei uma arma pra sua mãe.

Vi que seus olhos enchiam d'água ao relembrar do dia que quase machucou Anastásia quando foi procura-la. Fiquei compadecido com a sua fúria e recompus a postura.

- Desculpe, Leila. Mas acho que não tenho motivos para não ficar nervoso. Mas enfim, o que precisava falar comigo? – pergunto e ela sorri simpática.

- Eu vim porque soube que você e a senhora Grey não estão muito bem com o casamento e queria me aproximar de você – diz ela e engulo seco – Em nome de uma amizade.

Amizade? Eu e Leila amigos? Logo ela que foi uma de minhas submissas e tivemos intimidades dentro de um quarto. Impossível!

- Leila eu... – interrompo a frase.

- Eu sei, Christian. Sei aonde errei e falhei – diz ela e pega a minha mão – Eu não fui a mulher que se casou com você ou foi retribuída, mas tudo isso foi deixado no passado. Eu me apaixonei novamente, e ele tem sido um homem maravilhoso pra mim. Mas eu quero poder ajudar você nesse momento difícil.

- Eu não sei, Leila – digo e ela sorri torto.

- Me perdoe por tudo, Christian. É um pedido sincero e verdadeiro – pede ela e resolvo dar uma chance.

- Tudo bem, Leila. Mas só dessa vez – digo e abraço ela – Obrigado. 

Depois da TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora