Depois da Tempestade

Capítulo Dezenove: Surpresa inesperada

Pov. Anastasia Grey

Já se passaram 15 dias após a morte de Margareth e 1 mês que estou aqui na Geórgia com minha mãe. A filial da Grey Publishing começou a funcionar semana passada e estamos trabalhando bastante, coquetel de inauguração foi um sucesso e recebi flores do meu marido como presente. Sinto saudades dele e do apoio que sempre me dá.

Ayala se adaptou bem no cargo que lhe ensinei, Hannah veio passar uns dias aqui para me ajudar e foi embora ontem. Mamãe estava comigo o tempo todo, principalmente por esses dias que ando me sentindo mal e cansada.

- Ana – bateu Ayala na porta me tirando dos pensamentos – Tem uma moça querendo falar com você. Parece ser conhecida.

Franzi o cenho e me levantei, ignorando a vertigem que me deu e fui até a recepção.

Só não cai, porque Ayala conseguiu me amparar. Leila estava na minha frente e aqui na Geórgia. A ex-submissa do meu marido aqui na minha editora.

- Ana? Está tudo bem? O que está sentindo? – dizia ela preocupada e segurou minha mão.

- Aqui, Ana. Tome um pouco de água – Ayala me estende o copo e tomo um gole generoso.

- Obrigada, Lala – agradeci devolvendo o copo – Em que posso ajudar, Leila? – disse um pouco fria.

- Eu vim aqui para conversarmos. Mas posso voltar outra hora – diz ela. Parecia estar sendo sincera.

- Não. Tudo bem – digo – Vamos até a sala de reuniões.

A guio até a pequena sala de reuniões e entramos.

- Sente-se – aponto a cadeira e ela senta – Sobre o que veio conversar?

- Vou direto ao ponto – diz ela – Eu e Christian nos tornamos bons amigos, durante o tempo em que estão afastados.

Engulo seco e meus olhos ardem de raiva pelo que acabo de ouvir. Leila já me apontou uma arma, foi um ex-submissa apaixonada pelo meu marido e agora vem aqui dizer que está próxima dele.

- Vocês estão juntos, é isso? – pergunto arrogante.

- Não da maneira como pensa, Anastásia – diz ela secamente – Eu estou muito bem com meu namorado e não fui atrás de seu marido para qualquer caso íntimo. Somente quis uma boa amizade, já que ele me ajudou muito e seria justo retribuir nessa fase delicada entre vocês.

Em outros tempos, Leila teria ficado de cabeça baixa e eu diria coisas horríveis a ela. Mas vejo que o tempo mudou ela de verdade, está mais leve e o rosto com uma expressão alegre.

- Então, o que veio falar? – pergunto.

- Soube que você adotou uma linda criança. Parabéns por essa atitude maravilhosa – diz ela e sorrio. Marie passou a viver comigo depois que a Assistente Social liberou que ela pudesse se acostumar com um novo lar. Marie chorou no começo pela falta da avó, mas agora está mais brincalhona – E também pra dizer que você e Christian deveriam entrar em contato um com o outro. Ele tem melhorado cada dia mais, depois que soube da adoção ficou pensando em vários planos para a pequena.

- Ele... ele aceitou a adoção? – pergunto já emocionada. Meu Deus! Eu poderia esperar que Christian fosse recusar até conversarmos. Mas ele decidiu aceitar. Meu marido é tão inesperado e maravilhoso.

- Sim – confirma ela sorrindo – Disse que a advogada foi até o escritório e deu os documentos para assinar. E depois tomamos um café, ele estava tão animado e ainda falou que vai se encarregar de ajeitar tudo para receber Marie como filha. Christian virou um homem diferente, Ana. Ele nunca foi tão sorridente antes. Simplesmente sua fé, amor e companheirismo fez bem a alma tão dolorida dele.

- Leila, você realmente amou meu marido? – pergunto e ela impalidece.

- Amei, Anastásia – responde ela – Sempre vi um homem bom em Christian. Não amei o carro, a casa, o dinheiro e o que podia me oferecer. Apenas amei ELE – frisa bem a palavra – Mas vim aqui em nome da amizade. Marie precisa de você e do Christian, que agora são o pai e a mãe dela. Tenho certeza que ele vai surpreender vocês. Deve imaginar como ficou maravilhado em saber da adoção, será um ótimo pai pra essa linda criança.

Ela pega sua bolsa e se levanta.

Cada palavra dela me fez um sentido maior. E essa separação tem que acabar, nosso amor é muito grande para distanciar e tenho certeza que durante esse tempo longe fez muito bem a nós dois.

Me aproximo de Leila e lhe dou um abraço.

- Muito obrigada, Leila – agradeço e ela retribui. Nos separamos e ela sorri pegando em minha mão.

- Não me agradeça. Só quero vocês juntos novamente, pois esse amor é esplendoroso e forte demais para viver essa distância – diz ela e sorrio – Bem, está na minha hora. Cameron me espera para passarmos o dia juntos. Adoramos o clima daqui da Geórgia, ficaremos uns dias aqui passeando.

- Tenho certeza que vão amar cada canto da cidade. Aproveitem e divirtam-se – digo e damos mais um abraço.

Acompanho ela até a saída e nos despedimos. Ayala vem atrás de mim sorridente.

- Qual é a da colega? – pergunta e rimos.

- Lila, eu irei reatar com Christian – digo e ela quica, me abraçando.

- Ai que lindo... o amor – diz ela e sorrimos.

Conto a ela toda minha conversa com Leila e, sorrindo, fica atenta.