Detenção

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Voltei para casa, tomei um banho e liguei para o meu pai dizendo que voltaria para o colégio para a detenção

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Voltei para casa, tomei um banho e liguei para o meu pai dizendo que voltaria para o colégio para a detenção. O fato de eu ter ficado de castigo não o estranhou, mas ele disse que iria me pegar as oito e meia. Vesti um jeans apertado e blusa de mangas e calcei meu all star. Pegando meu celular, liguei para Sink que chegou com seu carro.

- Você devia falar pro teu pai para comprar um carro para você. – ela fala – não que eu tenha problemas em te dar carona.

- Acho que isso é meio impossível - eu digo – ele está meio neurótico com o serial killer que apareceu na cidade.

- Minha mãe também me falou. Sabia que ele matou uma menina da nossa escola? – a ruiva me olha assustada.

- Sim, e ela devia ser burra o bastante para andar sozinha à noite e dar atenção a um maníaco.

- De qualquer maneira, minha mãe esta começando a pirar também. Acho que nem vai rolar de eu sair com Jaeden

- Por causa do assassino? Fala sério!

Ela confirmou. Chegamos ao estacionamento da escola e eu desci do carro.

- Valeu, Sadie.

Entrei no colégio e fui direto para a sala de música. Winona já estava lá com Finn entregando um balde de tinta para ele.

- Ah, você chegou! Vem, pegue seu baldinho de tinta. Você pode começar por essa parede – Nona disse me entregando um balde de tinta e um pincel. Eu peguei meu balde e comecei a pintar colocando Ariana Grande para tocar.

Wolfhard não me dirigiu a palavra desde que cheguei. O pensamento de ele estar bravo com a suspensão me deu mais alegria e eu comecei a cantar e a dançar com a Ariana.

- Ei, ei, ei. – Finn disse quando eu estava no refrão. – Pode parar, ok?

Cantei mais alto e o ignorei terminando de pintar a minha parte. Olhei no relógio e já era oito e dez. Coloquei o pincel do balde e me espreguicei e vi que Finn ainda estava terminando o seu.

- Boa noite, senhor-pau-pequeno.- deu um sorrisinho e caminhei para fora.

Minha blusa estava suja de tinta azul e eu estava super cansada. Fiquei esperando por meu pai meia hora, então decidi ir andando a pé até um ponto de taxi. 

O que eu não esperava era a chuva torrencial que me alcançou a uns dois quilômetros depois que sai da escola. E então, encharcada e suja eu não precisava de mais nada, não é? Pois é. Até que o carro do idiota-com-pau-pequeno me alcançou.

- Entra! – ele diz num tom irritado.

- Não, obrigada – disse tremendo, obrigando meus pés a andar mais rápido.

- Caralho, Millie, entra logo. Essa chuva está o inferno! – ele xinga.

Quando tropeço, ele para o carro e começa a me seguir. Ainda com orgulho, entro numa cabana que fica no meio da estrada a fim de esperar a chuva passar e mandá-lo ir para o inferno. Aumento meu passo quando vejo que ele esta atrás de mim. Entro no casebre e percebo que tem uma luz acesa. Aliviada por ver que tem alguém lá dentro, eu entro e paraliso ao perceber o que esta acontecendo.

Um homem encapuzado com uma manta preta está deitado sobre uma garota de cabelos morenos. E ele está cortando seu pescoço em tiras, o sangue escorrendo no chão e seu riso ecoando na sala.

Abri a boca para gritar quando sentir uma mão fechando-a.

- Shhhh. – Finn disse no meu ouvido – Não grite. Ele vai nos ouvir. – ele sussurra.

Tremendo, e agora não de frio, eu assenti para ele. Foi aí que o cara levantou a cabeça e só pude ver as mechas loiras quando Finn me puxou com tudo para fora.

- Temos que sair daqui. Rápido. Vamos. – Wolfhard diz me puxando e começando a correr em direção a seu carro.

Enquanto ele acelerava o carro, eu via pelo retrovisor se ele não nos seguia. Finn olhou também e disse um palavrão quando um homem encapuzado apareceu na beira da estrada.

- Estamos muito longe para ele nos reconhecer. – eu falo tentando me acalmar.

Meu celular começa a tocar me fazendo pular no banco.

"Onde você está Millie? Estou te procurando no colégio há quase vinte minutos!" – meu pai grita.

"Calma, pai. Peguei carona com um amigo" – minha voz estava estranha. 

É isso que dá sair por ai sozinha. Você pode encontrar um assassino psicopata.

"Volte para casa. AGORA!"- ele grita, desligando na minha cara.

- Problemas? – o cacheado pergunta quase simpático.

- Finn, o que vamos fazer?

Ele aperta suas mãos ao volante.

- Nada. Vou te deixar em casa, você vai se acalmar e esquecer o que aconteceu. – ele fala como se estivesse lendo um roteiro.

- Perdão? – dou uma risadinha – Acho que você não se tocou ainda do que está acontecendo. Acabamos de testemunhar um assassinato, ok? Esse serial killer podia ter pegado nós dois. Temos que fazer algo!

- E o que você sugere? Vamos a policia, falamos o que houve e sabe o que acontece? Acordamos comendo mato no dia seguinte – ele grita.

- Qualquer coisa é melhor que fingir que não aconteceu! – eu grito de volta.

- Pois é exatamente o que vou fazer e sugiro que você faça o mesmo! – ele diz estacionando na entrada de minha casa.

Saio do carro e bato a porta.

- Obrigada. – eu murmuro – seu covarde.

Ele pisa fundo, cantando pneu.

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