Eu estaria lá para salvá-la

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- Será que isso vai dar certo? – pergunto pela milionésima vez a David, que aperta meu ombro em solidariedade

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- Será que isso vai dar certo? – pergunto pela milionésima vez a David, que aperta meu ombro em solidariedade.

David era o Diretor-chefe da Interpol, que veio diretamente de Milão coordenar as buscas aqui e levar o seril killer. O meu pai.

- Tenha calma, meu rapaz. – ele diz. – Temos ele na palma da nossa mão. Nada vai acontecer com sua namorada. Acredite em mim. – ele tenta me tranquilizar.

Vejo o corpo de Dacre ser levado à ambulância. Ele parece mal.

- Ele vai ficar bem? Para onde a levaram? Estamos perdendo tempo!

- Dacre perdeu muito sangue. Levou dois tiros, mas estava com colete e apenas um o acertou, receio que ficará bem. Ele sempre fica. Os reforços já foram acionados e já tem dois helicópteros indo diretamente para lá. Fique calmo, filho. Você fez mais do que qualquer um. Você encontrou as provas e foi capaz de incriminar seu próprio pai para defender seus amigos. Isso é uma das provas maiores de dignidade e honestidade que já vi. – ele me diz sorrindo e seu comunicador apita.

- David- ele diz e outra pessoa fala do outro lado da linda. De repente seus olhos buscam rapidamente os meus, parecendo nervoso.

- O que? O que aconteceu? –pergunto imaginando milhares de coisas que poderiam estar acontecendo.

Depois de uns instantes ele finalmente fala.

- Estamos indo para lá. Chame o máximo de reforço que conseguir. Hoje pegaremos ele. – fala e desliga, finalmente me olha com apreensão.

- Fala!

- Você vai ter que ser forte, meu filho. As notícias que eu tenho não são nada boas.

- O que houve? Meu pai fugiu?

- Não, não é nada com seu pai. É com a garota que estava com ele. – ele diz e eu sinto o chão afundar abaixo de mim.

- O que tem a Millie?! FALA! – eu grito pegando no seu colarinho.

- É a cabana onde ele a deixou. Está pegando fogo. Com a garota presa em um dos quartos.

Ao chegarmos na cabana, senti um misto de desespero e terror. O fogo se estendia como um véu pelo céu, trazendo angústia para os bombeiros que já estavam lá dentro tentando pará-lo.

Assim que o carro parou eu pulei e corri, mas me barraram na passagem. Percebi que Jaeden, que estava na maca, me olhava como quem pedisse desculpas.

- Cadê a Millie? Já encontraram ela? – eu perguntei tentando passar.

Um dos bombeiros veio até mim e pousou a mão no meu ombro.

- Você tem que ter calma, meu rapaz. Essas coisas têm que ter muito cuidado e paciência. – ele falou.

- Acho que você não entendeu, senhor. Mas a mulher que eu amo está lá dentro quase morrendo e vocês não estão fazendo nada! – eu gritei e sai correndo em direção a casa.

Usando minha camiseta como uma especie de máscara, para cubrir meu nariz e minha boca, eu entrei. Assim que entrei senti a lufada de ar quente entrando em minhas narinas. Era sufocante. Fui para o chão, esquivando, tentando encontrar a escada que dava para o segundo andar e ainda ouvindo as vozes dos bombeiros. Mas não olhei para trás. Precisava continuar. Millie estava precisando de mim e eu estaria lá para salvá-la.

Os escombros caiam ao meu lado e eu me encolhia esperando a hora que eles iriam cair em cima de mim. Passaram vários minutos até que eu pudesse me situar e finalmente encontrei a escada que dava ao segundo andar. Tossindo e quase não enxergando, cambaleei até ela e subi um degrau de cada vez. Tropecei em um dos degraus e cai, batendo a cabeça. Fiquei atordoada por uns instantes, mas logo fiquei de pé novamente.

- MIllieee? – gritei e ouvi gemidos vindo de um lugar não muito longe.

Atravessei um corredor estreito e vi que a passagem estava tapada por um pedaço de madeira, que estava pegando fogo.

Chutei-o com toda a força que consegui e ele se moveu apenas um pouco, mas que dava para eu passar. De longe vi um vulto preto caído no chão e soube logo que ela era.

- Millie, meu amor. Por favor, fala comigo. – eu digo e vejo que há muito sangue em sua cabeça.

- Finn... – ela geme.

- Mills, fale comigo. Eu te amo. – eu falo e a puxo para mais perto.

- Eu te amo. – ela sussurra e fecha os olhos.

- Não, Mi, fale comigo. Millie!!! – grito todo o ar que ainda possuo quando uma mão toca o meu ombro. É um dos bombeiros com uma máscara para mim e outra para Blair. Rapidamente coloco a dela e a minha enquanto o bombeiro a pega no colo.

Depois que saímos da cabana, que parecia um pesadelo, eu fechei os olhos e apaguei completamente.

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