Isso não vai ficar assim

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O carro corria numa velocidade apavorante

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O carro corria numa velocidade apavorante. Os dois capangas falavam algo baixinho que não compreendia muito o que eles cochichavam.

- Você sabe para onde eles vão nos levar? – perguntei a Jaeden.

Ele suspirou.

- Não sei. Aparentemente, ele não tem muitos lugares onde se esconder, ele deve estar desesperado. – comentou.

- Eu não entendo. Fiquei semanas em outro país e mesmo assim ele não foi atrás de mim, por que agora? – eu pergunto.

- Ele se arriscaria demais. Ele já sabia que tinham policiais atrás dele. Se ele saísse do país, seria como atirar em seu próprio pé.

- Hmm, faz sentido, mas como descobriram? Como tiveram provas de que ele é o serial killer? – eu pergunto curiosa, afinal eu queria descobrir quem ele era a um tempão. – Eu queria ter descoberto há um tempo atrás.

Jaeden me olhou curioso e deu um sorriso grande.

- Sabe quem descobriu?

Balanço a cabeça.

- Quem descobriu foi o Finn. – ele diz e sinto minha boca ir parar no piso do carro.

- Fi-Finn? Mas como?! – eu pergunto atordoada.

- Bem, eu não sei os detalhes, nós não somos amigos, pelo que você pode ver.

- Sim, mas...

- Ei, calem a boca ou eu vou ai e arranco todos os dentes de vocês fora! – um deles gritou e depois riram.

Babacas nojentos.

Depois de algum tempo em silêncio, o carro para e vejo que paramos em um tipo de depósito abandonado. Exatamente como nos filmes baratos. Nunca imaginei que morreria antes de ir para a faculdade. Que roubada.

- É melhor o seu plano B funcionar muito bem, entendeu? – eu cochicho para Jaeden que parece bastante apreensivo também.

- Apenas me dê um tempo. Faça ele falar. Explicar o que vai fazer.

Os dois idiotas saem e cada um puxa um de nós. Percebo que Wolfhard nos olha com um sorriso no rosto enquanto fala no telefone. Ele diz alguma coisa como "passagens" e "transatlântico".

Espera, ele estava pensando em ir num cruzeiro? Muita cara de pau.

Assim que ele termina, ele se aproxima.

- Gostaram da nova casa de vocês? Espero que sim. Porque ficaram os últimos minutos de sua vida aqui. – diz e acena para os capangas que nos arrastam para a entrada.

- Qual é o seu plano? Matar Dacre, deixar a gente aqui e viajar? Como se não fossem te pegar, querido – eu debocho dele.

- Cala a boca, Blair. – Jaeden diz baixinho e eu o ignoro.

- É melhor escutar o que seu amiguinho diz. Ou vai visitar sua mãe o mais rápido possível. – ele diz com um sorriso irônico e tento me libertar apenas para dar um soco nele.

- Não ouse falar da minha mãe! – eu grito e o capanga que está me segurando aperta meus punhos a ponto de doer.

- Você está muito espertinha para quem vai morrer, não é? Deve ser a adrenalina. Mas eu vou te falar o que vou fazer, para você não morrer curiosa, não é mesmo? – ele sorri e entramos no galpão.

Está sujo e escuro, a poeira invade meu nariz. Isso aqui precisa de uma boa limpeza.

O capanga me soltou e foi para junto de Jaeden enquanto Wolfhard me pegava pelo braço e me arrastava para o segundo andar.

Isso não vai dar certo.

Quando chegamos ao segundo andar, fui empurrada para um quarto, muito empoeirado por sinal, seguido do mais velho.

- Eu sempre soube que você ia me dar trabalho. Porém você se superou, Millie. Se não tivesse metido o seu lindo nariz onde não foi chamada, ainda estaria viva. – ele falou entre dentes apertando meu braço e me empurrando com força. Cai em cima de alguma coisa, minha cabeça tombou para o lado. Atordoada percebi que minha boca estava sangrando.

- Isso foi apenas uma amostra do que faria com você, por ficar vasculhando minhas coisas na cabana, por envolver Finn nisso, por achar que poderia me deter! – ele grita e solta uma risada.

Percebo que cai em cima de uma mesa velha e que ela se partiu quando fui empurrada. Minhas costas latejavam e eu rezei para que o plano de Jaeden funcionasse logo. Seja ele qual for.

- Você acha que ficará impune? Que sairá e ninguém te seguirá?

Ele ri e se aproxima de mim, segurando meu cabelo e agarrando-o com força.

- Eu devia arrancar essa sua língua felina, garota. Eu devia ter feito isso naquela noite em que foi sozinha e se escondeu debaixo da mesa, lembra? Mas eu achei divertido brincar com você. Fazê-la tremer de medo com meus bilhetes, mas percebi que estava atiçando-a ainda mais a prosseguir. Então decidi mata-la. Do jeito mais torturante possível. – ele sorriu para mim.

- E o Finn? Você não se importa com ele nenhum pouco, não é? – falo cuspindo sangue que entra na minha boca.

- No começo pensei em trazê-lo para mim. Fazê-lo ser como eu. Ter as minhas mesmas ambições, mas quando eu cheguei eu percebi o tipo de tolo que ele é. Não me importo nenhum pouco com o que acontece com ele. Ele sempre foi um fraco como a mãe dele. Sempre pensando no bem dos outros. Isso me enojava! – ele dizia e agarrava meu cabelo, meu couro cabeludo estava ardendo e doendo, como se chamas estivessem corroendo.

- Isso não vai ficar assim. – grunhi para ele.

Ele me empurra na parede e por um momento, perco a respiração e caio no chão, tateando, tentando me afastar dele. Mas ele me puxa, apertando suas mãos em meus braços.

- Não, você tem razão: vai ficar pior, garota. Você não imagina o que eu preparei para você! – ele sorri e meu coração dispara.

Meu último pensamento vai para Finn.

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