Seria melhor assim

486 38 19
                                    

Nos braços de Finn, eu me sentia outa garota

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Nos braços de Finn, eu me sentia outa garota. Eu não era uma estranha que todos tinham medo e que evitavam. Ele me conhecia, não tinha medo de mim, ele me amava.

E estava tudo perfeito. Ele ia para a Europa comigo e eu não ficaria com saudades dele, nem brigaríamos mais.

Estávamos na praia, nadando, Finn me agarrando e me beijando enquanto Sadie e Caleb conversavam deitados na areia quando vimos um carro preto se aproximar da casa e o senhor Wolfhard sair. Ele olhou fixamente para nós depois entrou na casa.

- Finn, eu vou no banheiro, volto já. – eu disse e ele me beijou antes de me soltar.

- Mas volta rápido. – ele diz sorrindo.

Corri para a casa, o pai de Finn estava sentado de frente para a TV. Quando me viu, ele desligou-a e olhou fixamente para mim.

- Sabe, Millie, durante todo esse tempo que fiquei fora, eu sempre trabalhei pensando no melhor para o Finn. Ele iria cursar Harvard, ser o melhor advogado que ele podia ser e por fim, casar com uma mulher brilhante, de estilo e seriedade. Ai quando chego, percebo que ele escolheu você e fico um pouco triste em saber que ele está deixando de realizar seus maiores sonhos por causa de uma garota como você, assim, que não tem nenhuma expectativa de melhorar a vida, que se veste toda de preto, uma antissocial que se comporta de maneira inadequada em uma sociedade. Eu lamento muito que meu filho recusou uma proposta que eu fiz, em fazer um intercambio, para seguir você. – ele diz isso em uma voz baixa e cheia de tristeza e desprezo.

Não sei o que dizer, ainda estou em choque e processando o que acabei de ouvir. Apenas sinto as lágrimas descendo pelo meu rosto.

- E-eu sinto muito, eu não sabia que ele iria fazer um intercambio.

- Porque você é muito egoísta para perceber alguma coisa ao seu redor, Millie. Você é daquelas pessoas que querem as coisas e acabam machucando as pessoas ao seu redor. Veja, por exemplo, Finn saiu às pressas no meu carro. Se ele estivesse batido o carro e tivesse sofrido um acidente? Ou pior? Você se culparia por resto da vida, mas passaria. Viveria sua vida normalmente, viajando, vivendo. É assim que quer construir um relacionamento com meu filho? Sendo tão imatura? – ele diz.

Não sei o que deu em mim, apenas dei meia volta e sai em disparada em direção ao carro. E voltei para casa. O mais depressa possível.

Cheguei em casa já era noite, meu pai estava no escritório e ficou atordoado quando me viu.

- Filha, o que está fazendo aqui? – ele perguntou. – Por que voltou tão cedo?

- Eu quero ir embora. Agora. Quero antecipar minha viagem para a Europa. E por favor, pai, não me pergunte nada, apenas me leve, por favor. – eu chorava enquanto eu pedia. Ele me puxou e me abraçou forte.

- Claro, filha, não se preocupe. Eu ajeitarei as coisas no colégio. 

Eu subi rapidamente e fiz minhas malas o mais rápido que pude colocando apenas o essencial. Tomei um banho, coloquei um jeans e um sueter e quando desci meu pai estava ao telefone.

- Seu avião sai em 40 minutos, temos de nos apressar. – ele falou me pegando pelos ombros. – Você tem certeza de que quer fazer isso? E o Finn?

- Finn deve seguir sua própria vida, papai. – eu disse secando uma lágrima que insistia em cair.

Ele suspirou.

- Se você tem certeza, não posso fazer nada. Vamos, então. No caminho eu reservo um hotel para você ficar enquanto eu ajeito minhas coisas no escritório e me encontro com você lá. – ele disse no carro.

- Não precisa ir comigo, pai. 

- Claro que preciso. Você ainda está sob minha responsabilidade. – ele fala rapidamente.

- Falta 4 meses, apenas.

- Então, daqui a 4 meses, você me avisa. –ele sorri. – Finn sabe sobre sua decisão? 

- Não, ele não me viu. É melhor assim.

- Melhor para quem? Esse cara te ama, filha. Não deixe uma briguinha sem sentido afete isso. Na época de hoje, esse tipo de afeto é muito raro.

- Sem discurso agora, pai, por favor. – eu peço e vejo o aeroporto.

Bom, ai está. Parece um grande sonho enquanto pego minhas malas e me dirijo ao terminal. No fundo, espero acordar e ver Finn ao meu lado, me beijando e me dizendo que me ama.

Mas isso não vai acontecer.

Enquanto meu pai assinava os documentos da minha viagem e pagava a passagem, eu fui ao banheiro e apliquei lápis e um delineador rapidamente. Arrumei meu cabelo em um coque e passei um blush para apagar as marcas vermelhas do choro. Eu tinha de ser forte. Tentei não pensar no babaca que era o pai dele. Eu ainda não acreditei que ele falou uma coisa dessas para mim, e pensar que ficava todo meigo e doce quando Finn estava perto.

Balancei a cabeça, tirando isso da minha mente. Eu tinha que esquecer ele. Seria melhor assim. Ele deve ter uma vida gloriosa que o pai dele irá proporcionar. Harvard é o sonho de qualquer um e isso eu não irei impedir ele de conseguir.

Colocando minha mochila no meu ombro, caminho de volta ao meu pai. Ele me dá a passagem.

- O avião sai em 10 minutos. – ele diz e arfa ao ver sob o meu ombro.


serial killerOnde histórias criam vida. Descubra agora