Submerso

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Assim que entrou no apartamento, Changkyun pediu para que Kihyun se arrumasse, pois, o primeiro dia de sua fisioterapia em casa, ironicamente, não seria em casa. Yoo Kihyun ainda tinha muitas questões a respeito da presença de Changkyun ali, no entanto, Hoseok, como um furacão em forma de homem animado e prestativo, o levou para o quarto e rapidamente o ajudou a se arrumar.

Kihyun queria ter a disposição e animação de Hoseok quando voltasse a trabalhar. Isso, é claro, se um dia ele voltasse a trabalhar. Balançou a cabeça, quando aquele pensamento negativo o ultrapassou, tentando parecer o menos abalado possível para seu enfermeiro e para seu novo fisioterapeuta.

Chamar Im Changkyun de seu fisioterapeuta ainda lhe era estranho, principalmente quando ele voltou para sala na companhia de Wonho e encontrou o mais novo dos três falando de maneira bobalhona com o peixinho no aquário. Kihyun revirou os olhos, enquanto Hoseok ria, o que finalmente fez o amigo dos peixes virar-se em direção aos dois e arrastá-los para fora.

Durante o caminho até o carro, Kihyun sentiu-se tenso. Não havia saído para as ruas ainda, não havia se deparado com os olhares de pena das pessoas. O que queria era ficar trancado em seu apartamento, mas Changkyun simplesmente acabou com seus planos de ser a Rapunzel contemporânea, o resgatando de sua "torre"

Okay, aquela era uma péssima metáfora, mas Changkyun estranhamente parecia ter saído de um conto de fadas com aquelas roupas combinando, os dentes perfeitos e seu carisma natural.

Infelizmente, Kihyun não estava em um conto de fadas.

Assim que deixou o elevador, ele cruzou os olhos com o antigo porteiro do prédio. O senhor de idade o encarou sem qualquer disfarce, seu rosto imediatamente se transformando em uma máscara de pena, como se Kihyun fosse a pessoa mais miserável que ele já havia visto na vida.

Imediatamente, Kihyun desviou os olhos para as próprias pernas, tentando ignorar o porteiro. Ou ainda tentando ignorar sua cadeira de rodas.

Como se tivesse percebido sua tensão, Changkyun fez Wonho parar a cadeira, colocando-se em frente a Kihyun. Sem maiores explicações, o fisioterapeuta simplesmente sentou-se em seu colo. Kihyun ficou tão absolutamente chocado com aquela ação que, por um momento, apenas colocou as mãos na cintura de Changkyun, com medo que o Im caísse e o levasse junto para o chão.

Na hora, Kihyun não percebeu que havia movido seus braços mais rapidamente do que havia feito em semanas. Mas Changkyun percebeu o reflexo e sorriu discretamente, satisfeito em ver que a movimentação dos braços de Kihyun estava melhorando, embora ele pudesse sentir que as mãos em sua cintura não tivessem nenhuma firmeza. Precisariam trabalhar isso na fisioterapia, mais tarde.

Já Wonho, como se estivesse absolutamente acostumado com as esquisitices de Changkyun, continuou o trajeto normalmente, sem sentir nenhuma dificuldade em empurrar a cadeira de rodas com os dois.

— Que porra é essa, Changkyun? – Kihyun questionou, ainda desacreditado demais com aquela ação do fisioterapeuta para poder ficar verdadeiramente bravo.

— Não posso mais sentar no colo do meu amigo?

— Nós não somos amigos. – Protestou, ao mesmo tempo em que sentia as mãos de Changkyun nas suas, tocando-as de maneira que testava até onde os dedos de Kihyun estavam abrindo. Kihyun tentou fechar seus dedos e envolver os dedos de Changkyun, mas ainda não tinha força suficiente. Im sussurrou algo como "precisamos trabalhar nisso" e Kihyun, beirando ao divertido e incrédulo, disse: — Não acredito que você está me examinando enquanto está no meu colo!

— Você tem coxas confortáveis, hyung. — Retrucou, como se aquilo explicasse tudo. E, embora não explicasse nada, Kihyun apenas permitiu que ele continuasse a tocar suas mãos delicadamente, analisando-as com cuidado.

Flores de Inverno ♡ changkiOnde histórias criam vida. Descubra agora