NOTAS
oooi anjos!
aviso antes para dizer que esse capítulo tem algumas cenas pesadas, relacionadas a homofobia e violência e a relacionamentos abusivos, portanto, se você for muito sensível e esse assunto for um gatilho pra você, eu aconselho você a não ler a primeira parte. Você pode vir me procurar que eu prometo explicar de maneira breve o que aconteceu, também podemos conversar caso você tenha lido e se sentido mal! Meu twitter é @iamchangki e também sempre respondo mensagens por aqui. Amo vcs e fiquem bem, meus amorzinhos!
Lee Minhyuk era um garoto do interior, o típico filho do meio de muitos irmãos, apenas mais um Lee entre tantos. Não havia nada de especial ao seu respeito, ao menos era isso que ele pensava enquanto se encarava no espelho quando estava no auge de seus dezoito anos. Muitos anos depois, já mais velho e maduro, Minhyuk não havia mudado de ideia a respeito daquilo. Se um dia já se achou belo, inteligente ou especial aquilo havia desaparecido com os anos. O final de sua adolescência e começo de sua vida adulta acabando com qualquer resquício de confiança que ele tinha.
Estar na família Lee era difícil, principalmente quando seus desejos não se encontram nos limites da fazenda pequena e da casinha velha de madeira. Minhyuk havia nascido naquela casinha. Havia sido um parto difícil e ele havia nascido tão magro e frágil. Seus pais achavam que ele não resistiria, assim como o bebê antes dele, que havia nascido e não resistido por muitos dias. Mas Minhyuk resistiu, sendo o quarto filho de uma família com seis crianças. Ele era o mais agitado e empolgado, havia crescido saudável e se tornado um jovem bonito e inteligente. Era o mais esperto de sua sala de aula, sempre chegando com notas boas em suas provas, mas nunca sendo reconhecido por isso. Na família Lee ter boas notas não significava nada, saber plantar e cuidar da fazenda era o que realmente importava.
Minhyuk, sendo o terceiro homem mais velho da família, tinha como responsabilidade ajudar seu irmão mais velho a administrar o lugar, cuidar das plantações de arroz e auxiliar com o rebanho. Ele era péssimo naquilo. Chorava quando precisava ver os animais sendo mortos, odiava ficar muito tempo no sol quente, colhendo arroz e escutando seu pai gritando quando – sem que fosse sua culpa –, a colheita havia sido fraca. Quando finalmente, no auge de seus quinze anos, ele retrucou que não tinha controle sobre o tempo, Minhyuk recebeu um tapa como resposta, tão forte que caiu sobre o chão de madeira e chorou por horas seguidas. Foi naquele momento, enquanto sua irmã mais velha acariciava seu rosto e lhe dizia o óbvio – "Você não pertence a esse lugar, Min" – foi que Minhyuk percebeu que não poderia continuar ali.
Ele não era como seu pai e seu irmão mais velho, por mais que se esforçasse para atender às expectativas de ser um bom fazendeiro e homem do interior. Minhyuk se interessava pela cidade grande, por uma faculdade, pelas ruas mágicas e cheias que apareciam na pequena televisão de seu quarto. Com dezesseis anos, Minhyuk ainda tinha em mente que precisava sair da fazenda da família e, escondido de seus pais, começou a se preparar para tentar ingressar em uma faculdade na cidade grande. Estudava em todos os intervalos que tinha entre suas aulas e o trabalho na fazenda. Sempre exausto, com olheiras em seus olhos e sem o seu bom humor habitual. Estudar, trabalhar e ainda ajudar com os irmãos mais novos estava retirando todas as suas energias. Sua família – ou pelo menos parte dela – parecia não compreender aquilo. Com sua falta de humor e seu claro desinteresse nas questões da fazenda, Minhyuk rapidamente tornou-se a ovelha negra da família.
Questionavam seus gostos, caçoavam do seu cabelo tingindo de loiro, riam quando ele dava sua opinião a respeito dos assuntos. Acabaram pouco a pouco com sua confiança, com sua autoestima, o fizeram se sentir tão pequeno e anormal. Ao menos, Minhyuk tinha sua irmã mais velha e os mais novos ao seu lado. Nari, ainda que não entendesse seus gostos ou sua paixão pela cidade grande, o amava e cuidava de si. Seu sentimento fraternal fazendo com que ela sempre o ajudasse, escondendo seus livros para a faculdade, ajudando-o a guardar dinheiro escondido, amparando seu choro. Já os mais novos eram responsabilidade de Minhyuk, portanto, o viam como um pai e o amavam como tal. Minhyuk tinha a admiração dos dois mais novos, Minwoo e Jangmin gostavam de ouvi-lo falar sobre o universo, sobre as estrelas e sobre como o mundo era muito maior que aquela fazendinha.
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Flores de Inverno ♡ changki
Roman d'amourUm namorado perfeito, amigos de infância fiéis e sempre presentes, a perspectiva de ascender no trabalho. A vida de Yoo Kihyun estava nos trilhos, seguindo sempre em frente, em direção aos seus sonhos. No entanto, após um acidente de carro, Kihyun t...