Flores de Inverno ♡ changki

Florescer

Por volta das nove da noite, o interfone finalmente ecoou pela "torre" de Kihyun. Se ele estivesse em condições, definitivamente pularia do sofá e iria receber Changkyun na portaria. Provavelmente o arrastaria pelas orelhas até o seu andar, reclamando como um velho rabugento por Im ter demorado tanto. Como não podia levantar-se, ele fez questão de esperá-lo no corredor, em frente ao elevador, com sua expressão mais brava possível – mesmo que ele não estivesse realmente bravo, apenas ansioso. Hoseok, ao seu lado, era uma mistura de sonolento e divertido.

Quando as portas do elevador se abriram, Kihyun imediatamente desfez sua carranca e abriu uma expressão completamente surpresa. Changkyun estava normal – e o seu normal era estar sempre extremamente bonito – mas não era ele quem estava chamando sua atenção. Pelo não naquele momento.

Um gato gordo adulto estava confortavelmente repousado nos braços de Changkyun, com uma expressão de poucos amigos, parecendo extremamente desconfiado. O fisioterapeuta o segurava com cuidado, olhando para baixo e sussurrando algo para o animal. Não conseguiu escutar o que Changkyun havia dito, no entanto, pela expressão do gato e pelos miados curtos e chiados, Yoo imaginou que o animal com certeza estava o xingando.

Assim que Changkyun saiu do elevador e, finalmente, percebeu que estava sendo aguardado por Hoseok e Kihyun, ele abriu um sorriso surpreso. Seu rosto genuinamente chocado logo se transformou em uma expressão convencida, seu sorriso doce tornando-se seu sorriso prepotente. Kihyun fez uma careta em resposta a atitude do mais novo, mesmo que talvez ele gostasse daquelas duas versões do seu fisioterapeuta.

— Olha só... Parece que vocês sentiram minha falta. – Apesar de Changkyun ter usado o plural, seus olhos estavam exclusivamente em Kihyun. O mais velho dos três percebeu aquilo e sorriu. Já Kihyun apenas ergueu as sobrancelhas e sorriu cheio de ironia, debochando daquela afirmação de Changkyun. — Se você continuar me olhando assim, eu vou começar a ficar excitado, hyung.

— Changkyun! – Kihyun protestou imediatamente, os olhos arregalados diante da naturalidade com que Changkyun falava aquelas coisas. O mais novo sorriu, a expressão de quem havia ganhado aquele pequeno provocação entre os dois. E, de fato, havia. Pois Kihyun, evitando pensar muito sobre a última frase do homem, mudou de assunto rapidamente. — De quem é esse gato?

— Qual dos dois? – Questionou, apontando para si mesmo e para o gato logo em seguida. Kihyun revirou os olhos da maneira mais exagerada que podia, levando Changkyun a morder o lábio inferior para não sorrir divertido, querendo manter sua pose.

— O que não é um animal. – Respondeu de maneira ácida, encarando o gatinho, para deixar claro que estava falando do gato e não de Changkyun. Ainda assim, inabalável, Im continuava com sua pose confiante.

— Eu estou solteiro. – Changkyun piscou um dos olhos, fazendo Kihyun virar-se para Wonho e encará-lo sobressaltado, como se perguntasse "Dá pra acreditar nesse cara?!". O mais novo sorriu, achando engraçado como seu hyung saía facilmente do seu eixo de seriedade. — O gato é meu, hyung. Mas eu achei que você iria reconhecê-lo.

— Por que eu o reconhecia? – Não foi preciso mais que alguns segundos para que Kihyun entendesse a situação, arregalando seus olhos e então encarando o animal com mais cuidado. Lembrou-se do gato que havia salvado na rua e percebeu, forçando um pouco sua memória, que era o mesmo, apenas mais velho e bem cuidado. Kihyun, ainda chocado, porém sorrindo largo, disse com o tom de voz mais alto que o normal: — Você está de sacanagem com a minha cara!

— Eu juro que não estou! – Changkyun gargalhou com a reação do homem, feliz em ver que havia feito bem em trazer o Sr. Bigodinho para Kihyun vê-lo novamente. Precisava confessar que havia ficado com receio daquela decisão, temendo que a visão do gato fizesse Kihyun relembrar-se do acidente. Para sua felicidade, ele não havia cometido nenhum erro.