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Oi, genten! Alguém por aqui pra acompanhar a história ainda? 
Bem, faz um bom tempo que não rola atualização... o último ano da faculdade chegou naquele momento de se tornar pesado, e ficou muito complicado ter tempo (principalmente!) e inspiração para a escrita :( 
Apesar disso, sei da minha demora e tô tentando dar uma compensada nisso aos pouquinhos.
Não desisti não, viu? É como diz o ditado: a fic tarda, mas não falha huauhah 

Esse capítulo de retorno tá um pouco mais curtinho, pra matar um pouco da saudade e atiçar a curiosidade de vocês também! Logo mais vem a atualização.
Obrigada a quem continua lendo e acompanhando, e boa leitura!

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POV: Fantine

Eu pisei no aeroporto e o chão sob os meus pés parecia estremecer. Era como se fosse quase impossível ficar parada, e eu tivesse que correr ao máximo para sair dali e chegar em um outro lugar. Brasil. Minhas mãos ansiosas seguravam fortemente a minha mala, a minha bolsa, o case do meu violão e também o meu coração, que parecia debater-se contra um aperto alucinante. 

No momento, eu era a definição própria daquilo que chamam de uma pilha de nervos, e só conseguia torcer para que eu resistisse até o final dessa viagem. Meu lado maternal também gritava dentro de mim, pensando na loucura que eu talvez estivesse fazendo, ao deixar a minha filha longe de mim enquanto eu iria me aventurar pelo meu passado, possivelmente revirando coisas intensas demais. 

O meu estômago parecia despencar dentro de mim ao pensar na mínima possibilidade de reencontrar a Luciana. Só de ter o seu nome nos meus pensamentos outra vez, já fazia com que tudo em mim se contorcesse. Eu ainda lembrava perfeitamente da pigmentação dos seus olhos cor de oceano, o mesmo oceano que nos separava entre um continente e outro, o mesmo oceano capaz de nos reunir outra vez. 

Esses pensamentos se tornavam tão altos na minha própria cabeça, que eu já quase não ouvia todo o caos externo que somente um aeroporto movimentado podia proporcionar. Já era noite e a previsão de chegada no Brasil era a manhã do dia seguinte. Eu já havia combinado de encontrar a minha mãe entre o fim da tarde e o início da noite, já que durante o dia iria reencontrar as meninas e, provavelmente, não seria algo breve demais. O reencontro seria na casa do Tiago Abravanel, que nos cedeu o seu espaço para que, segundo ele, pudéssemos "lavar toda a roupa suja". Eu me perguntava se isso iria realmente acontecer depois de todos esses anos, agora que já tínhamos amadurecido um bocado pela jornada da vida. Será que as coisas iriam funcionar? A ansiedade já me deixava a ponto de enlouquecer, e eu precisava me lembrar de apenas respirar fundo e deixar que as coisas fluíssem naturalmente, pois eu não tinha o menor controle sobre os momentos que se seguiriam no próximo dia. 

Alguns minutos se passaram até que eu pude ouvir o chamado para o portão de embarque. O momento havia chegado, e dentro de algumas boas horas de viagem, eu iria saltar em uma nova — e ao mesmo tempo velha — página da minha vida.

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São Paulo, 10:00 am.

São Paulo continuava enorme, gigantesca, caótica e encantadora como sempre. Fazendo jus ao apelido de "selva de pedra", os prédios pareciam ainda mais altos que da última vez que estive aqui. O contraste entre viver em uma pequena e uma grande cidade é tanto, que fica fácil imaginar que, na verdade, existem muitos universos paralelos dentro de um único planeta. 

O táxi que eu peguei do aeroporto me levaria diretamente para a casa de Tiago, onde eu reencontraria todas as meninas. Todas elas. Um arrepio me descia a espinha só de pensar. As sensações ao pensar nisso eram tão mistas. Uma combinação de apreensividade, curiosidade, medo, ansiedade... eu não sabia se apenas a meditação seria capaz de amenizar tudo isso. Eu mal piscava, ia olhando pelas janelas do carro a cidade passando, tentando observar os detalhes da rotina de pessoas pelas calçadas. Cada uma com suas marcas  e histórias, cada uma formando uma constelação, um universo inteiro. 

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